Os quanta, o acaso e o caos
Tema: Probabilidade, Mecânica Quântica
O acaso desempenha na Mecânica Quântica um papel interessante, a teoria quântica, como todas as teorias científicas, tem a sua componente matemática. Indicando que realmente um pedaço importante da realidade retratada pela teoria, tem fundamentação e comprovação matemática.
Entretanto é relevante destacar que as questões probabilísticas, realmente geram certas controvérsias na Mecânica Quântica, tangentes às implicações conceituais operacionais com a Mecânica Clássica, bem como na questão dos quantas.
Na Mecânica Clássica, temos as posições e velocidades de um corpo (objeto), são regidas pelas equações de Newton. Em Mecânica Quântica os objetos têm a denominação de amplitudes (amplitudes probabilistas), que constituem-se em números complexos, que nada mais são substitutos dos números reais. No concernente à matemática envolvida na Mecânica Quântica, é ensejadora numa descrição de natureza evolutiva temporal das amplitudes medidas; personificada em uma equação denominada de Schrödinger. As amplitudes quânticas, são dotadas de uma evolução temporal e determinista. Tange ainda as questões de cunho matemáticas da Mecânica Quântica, temos objetos denominados observáveis, constituem-se em operadores lineares de natureza abstrata. Colocando de uma forma clarificadora e objetiva, podemos inferir que; a Mecânica Quântica do ponto de vista matemático permite calcular a evolução temporal das amplitudes de um objeto X (partícula atômica). E de posse destas informações (cálculos), calcular então, o valor mediano de X, descrito como <X>.
Pertinente aos aspectos práticos, pode-se delinear a respeito das conceituações matemáticas expostas até aqui da seguinte forma. Partículas aceleradas de muito alta energia são enviadas a um alvo; o alvo possui um número de detectores, 1, 2, 3...., um dos detectores disparará se uma partícula o atingir em um tempo determinado como conveniente, isto é, carga certa, energia certa, momento certo; o momento da partícula subentende-se por, o detector 2 somente é ativado, após disparado o detector 1, em um intervalo de tempo já determinado. Nomeia-se de acontecimento X, o momento em que os detectores 1 e 2 são disparados, e o detector 3, permanecerá inerte. O acontecimento X, concerne basicamente em uma colisão da partícula atômica, dotada da particularidade em que julga-se arbitrariamente observar no experimento.
Temos conforme o já aventado, o acontecimento X, na qual é o resultado de uma experiência observada. Calcula-se então à amplitude do acontecimento X, avaliando <X> (mediana). A questão desconcertante é que, em avaliando <X>, afirma-se que <X>, constitui-se na probabilidade do acontecimento X ocorrer, anulando-se as demais medições resultantes. Isto indubitavelmente solapa os sentidos inferenciais lógicos humanos. Independendo dos resultados e números de vezes em que realizar-se-á uma medição quântica (partículas atômicas), as probabilidades anulam-se, e o produto final será sempre <X>.
(Fonte: Acaso e Caos – David Ruelle)