A noção de passado e futuro, coadunados com a Segunda Lei Física da Termodinâmica
Tema: Física, Passado, Futuro
É explícita a diferenciação entre passado e futuro, pelo menos temos a noção em nossas mentes e observações temporais a respeito do “passar do tempo”. Pode-se indubitavelmente mudar o futuro, com ações preventivas no agora (presente), mas não há como interferir no passado. O que existe é uma seta psicológica do tempo, já embutida em nossas mentes, determinada pela termodinâmica. Nós humanos e demais animais, temos memórias guardadas em eventos ordenados na medida que a entropia aumenta. Aqui nesta abordagem entende-se por entropia como ordem em relação ao Universo, a ordenança das partículas e a sua desorganização desde o evento da singularidade zero (big bang). O fato aqui é que para podermos registrar um acontecimento na memória, por exemplo a senha do e-mail ou um encontro casual; é necessário criar ordem; entretanto para realizar este procedimento cognitivo, utilizamos certa quantidade de energia. E esta energia é dissipada sob a foram de calor, e então é aumentada mesmo que infimamente a quantidade de desordem do Universo. E o aumento da desordem, no caso deste exemplo, é sempre maior que o grau de ordem da memória, o seja do resultado de registro no processo cognitivo.
Todos os objetos que compreendem o Universo, são compostos de átomos, que obedecem irrestritamente as leis da Física. Pertinaz a uma explicação coerente a respeito de passado e futuro, na distinção e irreversibilidade; seria a postulação da existência de leis assimétricas na dimensão tempo; leis estas não presentes nas outras três dimensões (altura, largura e comprimento). Porém em todas as explicações e leis físicas encontradas até na atualidade, não há uma distinção entre passado e futuro; são equivalentes, pois na sua gênese são a rotação das partículas, o spin, onde a rotação para um sentido é o futuro e para o sentido oposto o passado. Mas isto é sentido é comprovado no mundo microscópico das partículas elementares da matéria, no mundo macroscópico (visível) não há evidências claras tangentes a processos de irreversibilidade, o seja, uma inversão na ordem do tempo. Reitera-se que; é possível nas questões microscópicas das partículas elementares da matéria, haver processos de irreversibilidade, isto é, o futuro influenciar no passado, promovendo a inversão na seta do tempo.
A Segunda Lei da Termodinâmica, nos diz que, os processos irreversíveis levam invariavelmente a uma direção no tempo, direção esta coadunada com o aumento da entropia. Porém em qualquer sistema finito e isolado, neste aspecto classifica-se o Universo. Inicia-se sempre em um estado ordenado da matéria, que torna-se desordenado, o referido sistema deverá retornar ao status ordenado inicial em um futuro, havendo um decréscimo na entropia. É impossível definir uniformemente e claramente a seta do tempo para sistemas desta natureza, no caso o Universo.
O fato é que o Universo é um sistema que está longe do equilíbrio, e a entropia aumenta sempre, conforme o já constatado.
Aceita-se e experimentos confirmam, no entanto que; todos os processos elementares, envolvendo as partículas compositoras da matéria (interações atômicas e moleculares), são reversíveis a escala temporal (passado e futuro), no nível microscópico. A irreversibilidade macroscópica envolvendo um montante enorme de partículas e interações atômicas, origina-se na assimetria do tempo, pertinazes às condições estabelecidas inicialmente, e que são pressupostas e assentadas no aspecto de: ordem no passado e desordem no futuro (em relação a um conjunto de partículas). Enfatiza-se que, a respeito da assimetria na ordem temporal, não há consenso entre os físicos das causas. O tempo, o passado e o futuro, permanecem questões em aberto.
(Fonte: Evolução das Ideias da Física – Antônio S. T. Pires)