Tempo Mítico e a Física Quântica
Tema: Ciências, Mitologia
Na tradição védica indiana o arquiteto do universo vulgo “Brahmâ”, é dotado de quatro cabeças, e composto basicamente de pura inteligência. A sua duração em anos é praticamente a do nosso próprio universo, o que para nós é uma eternidade, para Brahmâ, é um centenário. Portanto o tempo humano terrestre, é verdadeiramente relativo no que tange ao comparativo com o tempo celestial de Brahmâ.
Porém se observarmos o tempo sob o ponto de vista de um ser mais supremo ainda o Senhor Vishnu, que é nada mais nada menos que a causa real da própria existência de Brahmâ, o tempo de uma exalação de expiração sua, são os anos estimado no Universo. Aproximadamente 15 bilhões de anos!
A cada expiração do Supremo Vishnu, saem dos seus poros todos os Universos possíveis, performados em sementes, e a partir deste ponto desenvolvem-se. E a cada inspiração dele, então todos os Universos anteriormente, sofrem o letal processo de fusão dentro dele, o Vishnu. Transladando estes termos míticos da tradição civilizacional indiana, para as modernas concepções cosmológicas assentadas nas prerrogativas da física quântica, temos uma descrição do big-bang e do big-crunch. A cada expiração do deus Vishnu, a criação de multiversos assemelhado ao big-bang, e a cada inspiração da entidade (deus), o big-crunch, o colapso e a destruição dos multiversos, reduzidos à singularidade.
Muito embora pareça à primeira vista uma história bizarra e fantástica para a mente moderna ocidental, munida de um grande aparato lógico/dedutivo. É uma história semelhante à contada pelos físicos quânticos. Eles postulam que o Universo em que a raça humana habita e que nos desafia, não é o único, há sim um multiverso, isto é, vários universos criados a partir do evento do big-bang.
Na visão mitológica védica, a matéria é apenas uma ilusão. Pois o deus Krishna realizou o impossível, criando para as almas uma ilusão temporária, efêmera para ele (deus), mas de grande duração do ponto de vista humano; que foi o mundo material. Nós, pobres almas podemos desfrutá-lo, sem é claro guardar lembranças de “mundos passados”. Em síntese os Universos foram criados para que cada um de nós pudéssemos experienciar como é ser o criador.
Na física quântica, sem aqui adentrarmos em questões de cunho técnica, mas atendo-se às suas implicações diretas e gerais, também reconhece o Universo em matéria como uma ilusão. E em concordância com a teoria quântica dos campos, a matéria palpável não é feita de uma substância real. Em última instância, e pelo que sabe-se atualmente, a matéria é feita de luz. A luz como se sabe comporta-se sob dois aspectos que são mutuamente excludentes, onda e partícula, tudo depende da forma por um quanta de luz é observado. Em um dado momento a luz é uma onda e observado sob outra forma é partícula. A luz não dirige-se a lugar nenhum, não tem um ponto em específico no Cosmo como destino final, ela apenas inunda o espaço criado, flui nas três dimensões espaciais e carrega consigo a dimensão temporal.
(Fonte: O Tecido do Espaço Tempo – Fred Alan Wolf)