Política e Ideias, também um viés econômico
Tema: Economia, Política
Foi insopitável o progresso experimentado nos séculos XIX e XX, tangente às condições econômicas e sociais. Este progresso veio a despeito de uma população muito maior, e com padrões de vida muito superior, quando tomarmos como referência os tempos passados. Entretanto é importante destacar que as guerras não cessaram, o abismo entre ricos e pobres continuou e a distribuição de renda falhou.
A economia anda de mãos dadas com a política, quando tomamos como dimensionalidade à organização político/administrativo/econômica de um Estado, seja ele qual for, independendo também neste aspecto da temporalidade. A independência da economia em relação à política não existe, é uma ilusão personificada. Pois o homem não tem duas dimensionalidades, uma política e outra econômica, ele é pelo contrário, um ser Uno. E os eventos de natureza política, têm sim as suas raízes genitoras em questões envolvendo à política econômica adotada. A deterioração das liberdades individuais e que consequentemente refletem na liberdade coletiva, são o retrato caótico e infeliz da decadência de um governo constitucional e das suas instituições compositoras, fruto de ideias políticas e econômicas catastróficas e de cidadãos não instruídos e desonestos.
Os ideais filosóficos liberalistas que balizaram os pensadores e juristas nos séculos XVIII e XIX, eram cimentados em um novo sistema político. Sistema este que partia do princípio intrínseco de uma nação, composta de cidadãos honestos e com uma mesma meta final. E a nominada meta final, objetivava sim, em que todos os cidadãos decentes e honestos, deveriam empenhar-se indubitavelmente para o bem-estar nacional.
Os líderes intelectuais e pensadores daqueles tempos, idearam que a luta partidária, seriam um movimento natural. Em suas mentes seria normal as diferenças de opinião no concernente às melhores práticas administrativas adotadas para a boa condução do Estado. Afinal de contas, todos labutariam para o bem da nação!
Dividia-se então os cidadãos, no tocante às suas próprias convicções a cerca da condução do Estado; as pessoas que tinham ideias semelhantes a respeito de uma problemática da ordem política/social, cooperavam entre si, a esse conjunto de indivíduos dava-se a nomenclatura de partido político.
No tangente à estrutura partidária, não seria esta, dotada de rigidez e engessada, no concernente às suas convicções e ideias políticas. No caso dos indivíduos compositores da mesma, desem-se em conta de que a posição doutrinária original assentava-se em pressupostos e princípios errôneos, imorais e nocivos à nação, promover-se-iam às alterações conceituais e práticas necessárias. Com base neste aspecto primordial, consideravam às discussões provindas das campanhas eleitorais e nas assembleias legislativas, um relevante fator que exponenciaria e dignificaria cada vez mais o ideal político do povo na sua totalidade, refinando não somente o debate, mas as ideias advindas dele. Enfim uma síntese valorosa de teorias político/administrativas.
Os pronunciamentos políticos eram concebidos como uma tentativa elegante e inteligente, de convencer os grupos adversários de que as ideias delineadas pelo orador, eram sim as melhores para o bem da coletividade.
A política objetiva na sua gênese, tratar de todo e qualquer assunto pertinente ao país, unidades federativas, municípios e distritos, e isto abarca exatamente todas às áreas na qual o Estado age. É um ato inconsequente e no mínimo ignorante, reduzir a política a mera campanha eleitoral e debates vazios e cheios de falácias grotescas, desprovidas de racionalidade e carregadas de inverdades; concebidas apenas para ludibriar o povo, ou seja, os cidadãos.
Entretanto um Estado, é somente pleno e democrático, se os seus cidadãos tenham as mínimas faculdades mentais para decidir com sabedoria os seus destinos, caso contrário; é inevitável que seremos solapados por políticos incapazes e degenerados moralmente.
(Fonte: As Seis Lições – Ludwig von Mises)