URBS, dos limites dos campos às cidades
Tema: História, Filologia.
No passado remoto, enterrado nas areias do tempo. A forma como se preservavam os limites dos campos, num período onde não haviam governos e leis, só poderia ser observada e delimitada por meio de indivíduos observantes de alguma religião, e que os tivesse fixado e homologado no âmbito de terras e por meio de cerimônias sacrificiais. Cerimônias estas, que consagrariam também as primeiras muralhas de uma povoação por exemplo. Os filólogos nos afiram que as fundações de uma cidade, foram solapadas pelo uso do arado.
O arado um instrumental agrícola, já utilizado em tempos remotos para sulcar a terra e melhor prepará-la para o plantio, era utilizado em cerimônias, que além de sangrentas eram sociais e serviam para delimitar os campos e cidades, no que tange as suas respectivas áreas. Pelas origens do vocábulo arcaico, o arado, por ser um objeto curvo, e pelas origens da língua latina primeva, os filólogos descobriram que deve ter sido denominado urbs. Vocábulo este proveniente do antigo urbum, na qual tem a significância de “curvo”, coincidentemente o formato do arado. Desta mesma gênese talvez será o orbis, (curvo); e que da mesma forma, inicialmente constituíam-se as áreas dos campos e cidades, orbis terrae, traduzindo, em: terra em forma circular.
Fatos latinos históricos e que tem um forte viés folclórico, narram que as primeiras muralhas de Roma, teriam sido consagradas com o sangue de Remo.
Em Roma, o arcaico vocábulo urbs, foi emprestado para a cidade, assim denominada Urbe, daí transliterado para o termo moderno urbanus (urbano), no sentido de pertencente à cidade.
(Fonte: Os Pensadores, vol. XX, Giambattista Vico)