Quando Preto Velho entrou na minha casa.
"Certo dia, quando eu dormi decidido a "pagar o mal com o mal" eu tive um sonho. Na época, eu passava por diversos problemas de relacionamento com uma pessoa extremamente perturbada e cheia de melindres, dessas do tipo que adora aparecer e por isso, começou a boicotar e a atrapalhar o meu trabalho através de manipulação, fofoca e mentiras.
Sonhei que estava em uma casinha muito frágil, feita de palha e construída sob a areia. Havia muito vento e fazia calor. Ao chegar até a porta para botar para dentro os meus gatos, vi longe dois Guardiões, um Exú e uma Pombagira, confesso que tive receio. Ainda era ignorante quanto a sua atuação.
Também havia um Preto Velho que sereno e bondoso, pediu para conversar comigo. Ele entrou na minha casa e com as suas mãos para trás logo me perguntou: "O meu fio gosta de futebol?" Surpreso eu respondi: "Não." Ele disse: "Então se meu fio não gosta de jogar na vida real, tá querendo jogar na Espiritualidade pra que meu fio? Quem brinca com a Espiritualidade, já perdeu!"
A mensagem, me pegou de jeito não era só mensagem, era uma lição de vida. Despertei do sonho no mesmo instante e muito emocionado pelas sábias palavras daquele senhor. Esqueci os planos mirabolantes e assumi que não iria me igualar. Naquele momento em diante eu compreendi a força dos Pretos Velhos e sua sabedoria que ensina através do acolhimento e do Amor. A casa frágil? Era o meu coração que precisava se firmar e se fortalecer na Fé de Umbanda. Saravá Umbanda!"