A Relatividade do tempo
Existe acaso algum elemento mais relativo que o tempo?
Provavelmente não. O tempo é algo muito relativo; o mesmo período de tempo pode parecer longo ou curto, prazeroso ou enfadonho, a depender de como esteja sendo usado ou vivido.
Uma mesma medida de tempo para uma determinada pessoa pode ter significados e até mesmo uma duração aparentemente diferente. Um intervalo de duas horas, pode nos parecer demorar mais ou menos tempo a depender das circunstâncias que se passe.
Para explicar vou citar alguns exemplos que deixarão claro o que quero dizer e me fazer entender melhor. Duas horas passadas numa boa companhia ou numa situação prazerosa (um encontro amoroso, por exemplo) pode dar a impressão de passar rápido demais por terem sido vividas intensamente e envolvidas numa situação de prazer. Por outro lado, um mesmo intervalo de tempo de duas horas, pode parecer uma eternidade quando se está numa situação desagradável como na sala de espera de um consultório médico. Apesar de possuírem os mesmos 120 minutos a impressão é de que o tempo é maior no segundo caso devido ao desconforto que a espera proporciona.
Uma semana de aula cheia de conteúdos, trabalhos escolares e compromissos parece muito mais longa que uma semana de férias onde tudo é motivo de alegria e diversão.
Uma noite bem dormida onde podemos relaxar e descansar, passa muito mais rapidamente que uma noite sofrida de insônia.
Sendo assim, a falta de tempo também passa a ser relativa. Muitas vezes quando se fala em falta de tempo, na verdade pode-se tratar de um tempo mal aproveitado ou mal planejado.
Na verdade o que importa não é a quantidade de tempo que se tem para realizar algo, mas a forma com que usamos esse tempo é que vai determinar sua qualidade e produtividade, que é muito mais importante.
Pode-se dispor de 24 horas para realizar alguma atividade e não se fazer nada, por falta de vontade, de prazer ou de compromisso. Mas ao mesmo tempo podem-se realizar coisas magníficas em apenas uma hora se tivermos em mente os três itens acima citados.
Mães que trabalham fora, podem se fazer mais presentes que outras que passam o dia todo em casa. Aquelas que trabalham fora de casa, justamente por saberem que têm pouco tempo ao lado dos filhos, preocupam-se em aproveitá-lo da melhor forma possível.
Tudo é questão de vontade, prazer e compromisso, como já foi dito.
Portanto, cabe a cada um aproveitar o tempo da forma mais adequada. Aproveitá-lo com tarefas úteis. Mesmo levando-se em conta o lado profissional, pode-se procurar tornar o tempo mais prazeroso, fazendo assim com que ele pareça passar mais rápido.
Em casa, se houver pouco tempo para os familiares, aproveitar de forma a participar mais significativamente da vida de cada um. Compartilhando ao máximo os momentos, sejam bons ou ruins.
A atitude com que se encara o tempo pela frente, pode influenciar não só na sua duração, mas também na sua intensidade.
Quando se usa o tempo para proferir lamúrias e lamentações, este se torna enfadonho e passa mais lentamente . Além do mais terá sido em grande parte desperdiçado, pois o tempo que se passa reclamando é o mesmo que poderia estar sendo usado de forma positiva para agir e através dessa ação torna-lo mais agradável.
Em algumas situações a reclamação faz-se necessária e pode até significar o exercício de um direito, mas deve-se entender que o ato de simplesmente reclamar, longe da ação, não pode levar a lugar algum.
A ação é o tempo usado de forma produtiva, na luta pela melhoria de algo e na busca por soluções dos problemas. A reclamação sem ação é tempo perdido, ou melhor, é um tempo estéril que nada produz. A única certeza que se pode ter em relação ao tempo mal aproveitado é de que ele jamais voltará.
O tempo, portanto, deve ser aproveitado independente da sua quantidade, para garantir a sua boa qualidade e produtividade e poder-se sentir que o seu uso tenha valido a pena. Assim não se corre o risco de, num determinado momento olhar para trás e perceber que grande parte da vida foi uma mera perda de tempo.