A Sombra da Suástica
As questões totalitaristas, no que tange ao regime nazista, floresceram na Alemanha, bem depois de haverem surgido na Itália. O fascismo tinha uma forte sustentáculo em ideais nacionalistas e militaristas; porém numa Alemanha que recentemente havia saído de uma empreitada malfadada da Primeira Guerra Mundial, na qual sofrera uma catastrófica derrota e com uma economia cambaleante, não teria de imediato campo fértil para vingar. Com a criação da república, na qual balizar-se-ia pela Constituição de Weimar, em 1919, que estabelecia o sufrágio universal, a representação proporcional dentro do parlamento, garantindo ao cidadão uma série de direitos e liberdades, bem como proteção contra riscos de uma sociedade industrial em expansão.
Entretanto a república não logrou êxito, pois não havia impregnado no povo alemão a cultura da democracia, a economia nacional estava profundamente debilitada e o amargor da derrota na Primeira Grande Guerra.
O orgulho do povo alemão estava ferido, as perspectivas não eram favoráveis e haviam sido impostas duras condições no Tratado de Versalhes por parte dos “vencedores”. Estava criado portanto, o clima favorável para a imposição de um regime totalitário que viesse num primeiro momento recuperar não somente a economia, mas acima de tudo o brio do povo alemão.
Após ter ocupado um patamar de grande prestígio internacional prioritariamente no período de 1871 a 1914, a Alemanha deparava-se com uma cruel realidade e posição inferior, a de país vencido. A situação econômica também era insustentável, pois deveria ser pago grandes valores financeiros às custas das obrigações de guerra, impostas pelo Tratado de Versalhes. A moeda alemã, o marco, havia desvalorizado vertiginosamente em relação ao dólar americano, necessitando a certa data de cerca de dois trilhões e meio de marcos por dólar, evidentemente que tornara-se uma situação insustentável principalmente para a massa popular alemã. A grande maioria da população que vivia de salários estava em más condições. Diante deste panorama sombrio e desesperançoso, a ascensão de Hitler era fundamentalmente uma luz no fim do túnel, uma esperança de melhoras.
Em 1919, era fundado o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores, que fora abreviado para NAZI. O local, uma cervejaria de Munique; o “chefe”, Adolf Hitler.
De personalidade conturbada, a elaborador de conceitos políticos violentos, Hitler foi uma criança infeliz, frustrada e tinha vocação para a pintura. Filho de um aduaneiro na Áustria, em 1909, partiu para a portentosa Viena, objetando ingressar na Academia. Uma vez mais saiu frustrado, tendo em vista que reprovou nos testes de admissão. A sua frustração e ódio era descarregado sobre judeus e marxistas, teorizou em megalomaníacas palavras a superioridade ariana, o que o levou a desprezar a então Áustria-Hungria, devido a sua evidente impureza racial.
Estavam majoritariamente, lançadas as bases para um regime que se não haviam grandes e elaborados conceitos teóricos e filosóficos, haviam sim ódio e sentimentos inferiorizantes assustadores. A sombra da suástica Nazista estava se alongando perigosamente numa Alemanha instável e carente.
(Fonte: História da Civilização – Aguiar Neto)