HUMOR EM TEMPOS DE CÓLERA (ATIVIDADE)
Leia a crônica a seguir para responder as questões.
Ciência da mudança (Hélio Schwartsman)
Um programa humorístico “mainstream” dos anos 70 ou 80, daqueles que a família se reunia em torno da TV para assistir junta, não iria ao ar hoje nos canais abertos nem no turno da madrugada. É que boa parte das piadas que nos faziam rir no passado soam hoje insuportavelmente machistas, homofóbicas, racistas etc. Nossas sensibilidades mudaram. Quando? Como?
É a essas perguntas que o jurista convertido em estudioso do comportamento humano Cass Sunstein (Harvard) tenta responder em seu mais recente livro, “How Change Happens” (como a mudança ocorre).
A revisão de normas sociais pode ser rápida ou devagar, pode dar-se para o bem ou para o mal. Se a escravidão, que foi vista como perfeitamente natural durante a maior parte da história, tornou-se um tabu quase universal, o anti-intelectualismo, do qual as pessoas se envergonhavam uma década atrás, não só foi normalizado como é um dos elementos que marcam a recessão democrática que o mundo atravessa.
Uma das muitas razões pelas quais esses processos são tão dinâmicos é que as pessoas não revelam suas reais preferências se estas não se coadunarem com a norma social vigente, mas basta que a regra seja contestada por um certo número de indivíduos (“tipping point”) para que a todos se sintam livres para dizer o que de fato pensam, levando eventualmente ao colapso do antigo consenso. Já se a norma social reflete as preferências, aí é difícil mudá-la, mesmo alterando a legislação. Um bom exemplo é a persistência de práticas racistas.
Sunstein apoia-se em muita pesquisa científica e doses generosas de bom senso liberal. O conjunto da obra é um pouco descosido, já que o livro foi elaborado a partir de artigos publicados anteriormente. Essa falta de unidade não impede o autor de propor discussões interessantes. Devemos usar a lei para fazer avançar agendas políticas? Existem limites para o nível de transparência que devemos exigir dos governantes?
Consider
Responda as questões a seguir com base na tese do texto e na realidade brasileira.
1.
Os programas de humor podiam fazer discursos politicamente incorretos no Brasil dos anos 70 sem nenhuma censura, pois
A. Nenhuma minoria se ofendia,
B. O humor tem licensa para se posicionar de forma bizarra a fim de garatir sua comicidade,
C.Ataques a minorias são incentivados em regimes ditatoriais,
D.O humor tem dever de reproduzir a ética de um povo, ainda que seja racismo, machismo, preconceito ou xenofobia
E. Não há como faxer humor de forma politicamente correta.
2.
Podemos concluir a partir da leitura da crônica que.
A. A ditadura traz liberdade total de expressão
B. A democracia traz liberdade total de expressão
C. A ditadura responsabiliza o cidadão pela ética do conteúdo que expressa,
D. A democracia responsabiliza o cidadão pela ética do conteúdo que exoressa,
E.Na democracia e na ditadura se questionam criticamente da mesma forma o conteúdo expresso por humoristas.
3.
Marque com as letras DM (democracia) e DT ( ditadura) cada descrição sobre os regimes para associá-los de forma correta as suas características.
A.( ) Os conteúdos ideológicos cerceados
B.( ) Os conteúdos ideológicos são julgados
C.( ) Os conteúdos ideológicos são controlados pelo governo
D.( ) Os conteúdos ideológicos são fiscalizados pelo cidadão
E.( ) A punição aos conteúdos ideológicos indesejáveis envolvem violência por parte do Estado
F.( ) A punição aos conteúdos ideológicos indesejáveis são pecuniários e pretendem ressarcir o ofendido
G.( ) A limitação a conteúdos ideológicos visa proteger a honra de minorias
H. ( ) A limitação a conteúdos ideológicos visa impedir críticas ao governo
I.( ) O acusado da propagação de ideologias nocivas a sociedade é não tem direito a defesa
J. ( ) O acusado da propagação de ideologias nocivas a sociedade é não tem meios de se defender.