A Cultura no Fascismo Italiano
O fascismo rejeitava o internacionalismo da cultura. Trazia no seu âmago a reafirmação do nacionalismo, expressado em algo semelhante ao movimento realista, dispensando qualquer abstração artística e cultural mais elaborada. Objetava retornar aos modelos clássicos e a rigidez das formas. O regime fascista fez uso de uma política corporativa, para intervir na organização da cultura. Os fascistas não tinham critérios já preestabelecidos para julgar a produção cultural criativa. Havia sim um verdadeiro pluralismo, intimamente atrelado ao “estilo fascista de governar” adotado na península itálica. O sistema cultural fascista caracterizou-se pela fragmentação, mas trabalhou dentro do plano definido pelo Estado, e direcionado às diretrizes definidas pelo regime. Com relação aos intelectuais, de forma frequente tinham liberdade para o debate das questões culturais, desde que atendessem a um propósito fixado e autorizado pelo regime. Porém quando chegavam ordens para a suspensão dos debates, os seus respectivos conteúdos sumiam dos jornais e revistas. A Itália fascista rejeitou a noção de intelectual puro, descomprometido e o profissional apolítico; procedendo com o oferecimento de vantagens econômicas às profissões, em troca da associação ao regime. Acultura e a arte no molde do Estado fascista, estava ideada para ser um aparato estatal de controle e direcionamento. O próprio pluralismo cultural fascista servia para acomodar a fértil arte e cultura italiana, bem como ser um sustentáculo robusto do regime, sendo totalmente definido e balizado dentro do plano estatal.
(Fonte: Marla Susan Stone, The Patron State; Culture and Politics in Fascist Italy
Ruth Ben-Ghiat, Fascist Modernities: Italy)