Fascismo, religião e cultura
O regime fascista incorporava um simbolismo e rituais religiosos, em cerimônias elaboradas e impressionantes. Noque tange aos feriados religiosos católicos na Itália, o Estado fascista flanqueava-os com festas nacionalistas de cunho partidário, intuindo unir e mesclar a religião (Católica), com o regime. No caso italiano, os fascistas coadunavam-se com poucos pontos de vista centralizadores e gerais, que eram eles: o culto ao Duce, o estado forte e a política externa agressiva. Entretanto em se tratando da política religiosa, as ideias eram extremamente variadas e paliativas. Boa parte da coalizão fascista era de certa forma hostil à religião. E este fato deve-se à influência direta do racionalismo do século XVIII, o socialismo materialista e à administração papal no Itália, principalmente antes da unificação do país. Porém outra parte da coalizão fascista bastante diferente, gestou-se na política neo-hegeliana, ensejando substituir a crença religiosa, por um igual valor e fé, para a base de um nacionalismo obliterador da individualidade e centrado na coletividade nacional. Os nacionalistas italianos adeptos desta teoria, muito embora nem sempre profícuos religiosos, viam a Igreja Católica como um monumento ao gênio italiano, e um grande número de fascistas eram verdadeiramente católicos praticantes. O que faltava aos fascistas era a vã crença no poder de uma raça dominante, como os nazistas tinham. O povo italiano tinha uma intelectualidade e cultura, sólidas e ricas, para ater-se e aderirem a devaneios de um regime superficial e desprovido de potencialidades intelectuais, realistas e práxis.
(Fonte: Itália Fascista e Alemanha Nazista – Alexander J. de Grand)