Formação discente: emancipação ou passividade?
A multiplicidade de vertentes da atividade docente contempla diversos fatores, sobre tudo, a formação crítica do seu alunado, tornando-os estudantes não-passivos ante a cada desafio. Nesse contexto, é de suma importância o papel do professor de Língua Portuguesa, principalmente no Ensino Fundamental.
Nessa perspectiva, a (BNCC) é incisiva quanto a essa formação. O documento visa “Garantir o conjunto de aprendizagens essenciais aos estudantes brasileiros e seu desenvolvimento integral”. De posse dessa normativa, o professor deve criar subsídios para que esse “desenvolvimento integral” seja realidade na vida de seus discentes.
Outro fato importante, dar-se pelo fato de que, os alunos que compreende essa fase, estão em pleno desenvolvimento, logo, aguçar a criticidade deles se configura como extrema relevância, pois ficará impetrado em seu conhecimento. Sobre essa prerrogativa, Irandé Antunes em sua obra – Aula de Português: encontro e interação – pondera que “Os alunos precisam ser incluídos como autores dos seus próprios textos e não como sujeitos passivos”. Sendo assim, o que a professora destaca como “autores” é a pressuposição da autonomia.
Em concordância com essa constatação, sabe-se que, faz parte do acervo do professor de Língua Portuguesa, gêneros textuais das mais diversas áreas, inclusive os literários. Sobre essa matéria, a pergunta retórica de Gabriel Perissé “Para que seve a literatura” em sua obra – Gaiolas ou asas: a arte do voo ou busca pela alegria de aprender – questiona o uso correto desse material em sala de aula acentuando que ele pode ser bem mais explorado, e ainda mais, trabalhar com propriedade a criticidade do aluno.
Essa capacidade de julgar, está inserido no papel da escola que é a de formar o cidadão e capacitá-lo. Dessa maneira, o docente possui o lugar adequado para desenvolver esse senso em seu alunos. Dito de outra maneira, o material de trabalho do professor de Língua Portuguesa são os textos, sendo assim, Marcuschi adverte que “É impossível pensar em comunicar a não ser por meio de gêneros textuais”, portanto, o docente de Língua Portuguesa tem em seu poder o necessário a fim de tornar o aluno reflexivo.
Dado o exposto, a tarefa de desenvolver a criticidade do alunado constitui-se um desafio. Porém a posse de conceitos atuais como os impetrados pela (BNCC) contribuem maciçamente para esse fim. Como o próprio documento prevê, formar alunos críticos e emancipados “requer muito mais do que um acúmulo de informações”. Esse, é o alvo!