Alternativas ao uso do fogo no campo

As queimadas são um motivo de enorme preocupação para todos brasileiros. Ninguém tem dúvidas que elas prejudicam o solo, as plantas e os animais. Quando fogem do controle, as queimadas provocam grandes incêndios florestais, causando imensuráveis prejuízos aos produtores rurais e ao meio ambiente.

Atualmente, existem várias alternativas para trabalhar a terra, até mesmo aumentando a produtividade, sem a utilização do fogo. Os sistemas agroflorestais, o manejo florestal sustentado, o manejo de pastagens, o manejo de culturas anuais e a fruticultura são alguns exemplos de técnicas alternativas.

Os sistemas agroflorestais (SAF) são formas de uso e manejo da terra, nos quais as árvores e arbustos são utilizados em associação com cultivos agrícolas e/ou com criação de animais, numa mesma área, possibilitando o uso sustentável dos recursos naturais disponíveis. O sistema agroflorestal permite que o produtor rural mantenha bons níveis de produção em longo prazo, diferentemente do sistema de produção tradicional conhecido como “Derruba e Queima”, que geralmente só mantém níveis aceitáveis de produtividade por no máximo 2 anos, devido ao rápido declínio da fertilidade do solo e aumento do número de plantas invasoras.

O manejo florestal sustentado trata-se de um meio de exploração da floresta para a produção de madeira e de outros produtos que objetiva: ganhos econômicos, benefícios sociais e a proteção do meio ambiente. A madeira (em tora ou serrada), as sementes nativas, as plantas medicinais, os frutos e a apicultura são algumas das diversas opções para uso sustentável de uma floresta. Nesse caso a queimada não é mais utilizada em parte da propriedade, pois não há a necessidade de limpeza da área.

O manejo de pastagens pode ser feito de diferentes formas, tais como: (1) utilizando uréia misturada ao sal para que os animais não percam peso na época da seca, além de proporcionar aumento na produção de leite; (2) misturando ao sal mineral restos de arroz (cuim e quirela), milho quebrado, feijão carunchado etc.; (3) fazendo a recuperação das áreas de pastagem enfraquecidas com o emprego de adubos; (4) fornecendo as raízes ou folhas de mandioca como suplemento na alimentação dos bovinos, tendo nesse caso alguns cuidados como por exemplo, colocando tais itens com no mínimo um dia de antecedência para secar ao sol; (5) produzindo silagem de milho, sorgo ou capim durante o período de chuva, para ser dado aos animais no período seco. Essas práticas apesar de serem caras, produzem ótimos resultados.

O manejo de culturas anuais sem fogo é possível com o emprego de algumas técnicas que melhoram o solo. O plantio direto, o uso de sementes de boa qualidade, a utilização de corretivos (como o calcário), fertilizantes, máquinas e implementos adequados, são garantias que o produtor rural fará uso do solo por um período mais prolongado.

A fruticultura é uma alternativa bastante viável, especialmente, para a agricultura familiar, pois proporciona geração de renda e melhoria nutricional. Diversos exemplos em todo o país têm mostrado que a fruticultura é um ótimo fator de fixação do homem no campo, quando na região existem mecanismos que possibilitem a agregação de valores em seus produtos e subprodutos.

O abandono da prática do uso do fogo no campo a partir da adoção dessas ou de outras técnicas alternativas é com certeza algo gradual, pois depende da conscientização de todos nós, além é claro do apoio governamental que deve ser dado, especialmente, ao pequeno produtor rural.

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Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 233, p. 02, de 19/10/2007. Gurupi – Estado do Tocantins.

Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 424, p. 15, de 29/07/2011. Gurupi – Estado do Tocantins.

Giovanni Salera Júnior

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Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior

Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 16/10/2007
Reeditado em 30/12/2011
Código do texto: T696871
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