Aulas de português: “gaiolas ou asas?”
ENSAIO ACADÊMICO
Tema: Quais os grandes desafios, no século XXI, para o professor de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental no que se refere ao processo de ensino e aprendizagem da produção textual?
Aulas de português: “gaiolas ou asas?”
Por: Bognar Ronay
Difícil é, nominar explicitamente com exatidão as dificuldades magnas do professor de português no que tange ao ensino aprendizagem. Pois dependendo da realidade em que ele vive, também terá desafios diferentes, mas há de se ressaltar que algumas incidências são comum a todos.
Modelos arcaicos de ensino tem vitimado muitos estudantes, levando-os a afirmar “não sei minha própria língua”. Essa situação, coloca o aluno como o único responsável pelo fracasso escolar, mas estudos recentes têm refletido de maneira incisiva sobre o papel do docente nessa questão. Segundo Irandé Antunes, “Não existe língua complicada para os falantes nativos de qualquer língua”, de acordo com o pressuposto, conclui-se que, se não é difícil para o falante, há uma grande possibilidade de que parte da problemática esteja na ministração a disciplina de Língua Portuguesa.
Visto por outro viés, a ótica tradicionalista visa aproximar O falante da língua, enquanto o molde interacionista busca o contrário disso, entretanto, esse, exige um fazer docente muito mais amplo em detrimento àquele. Nessa perspectiva, um dos grandes desafios do professor é mudar a realidade pessimista que se tem da sala de aula, pois conforme postula Antunes “A escola é um lugar onde a gente escreve para ninguém”, essa prática coaduna com a de que metodologias ultrapassados têm levado a ruínas as aulas de português. Dessa maneira, logrará êxito no processo de ensino e aprendizagem aquele que conseguir se “reinventar” e se adequar aos novos rumos propostos.
Outra vertente a ser abordada, é a de que, transferir responsabilidades para outrem não alivia a que está sobre o professor. Frente a essa questão, observa-se que os modelos atuais desenvolvidos na escola são herança já há mais de 500 anos, logo, uma pedagogia inovadora que contemple novas atratividades faz-se necessária a fim de não se enquadrar na malha questionada por Rubem Alves em que “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas”. Sendo assim, essa segunda opção, constitui-se um dos grandes objetivos para o professor de Língua Portuguesa transpor o abismo que se tem formado entre o ensino e aprendizagem nas aulas de Língua Portuguesa.
Nesse sentido, ainda, soma-se a esse discurso a prática de usar o texto com pretexto para simplesmente extrair conteúdo. Rubem Alves julga que ao proceder neste sentido o professor ensina muito mais do que o texto, ensina também a odiá-lo. Presume-se que está nas mãos do docente transpor esses esse iceberg do ensino tornando em momentos prazerosos a fim de que não se consumir o que foi postulado por Irandé Antunes de que a escola é o local onde se escreve para não ser lido! Aulas de Língua Portuguesa: “gaiolas ou asas?”