CAPÍTULO III
OS SENTIDOS DA PERCEPÇÃO


    Alfabeto neurológico
 
O conjunto de submodalidades que usamos para construir a mensagem que o nosso cérebro recebe é um verdadeiro alfabeto neurológico. Saber usar esse alfabeto é tão importante para a arte de viver quanto o conhecimento da gramática e da boa construção linguística é para quem quer escrever, falar e entender as mensagens escritas e faladas. O que é essencial em qualquer sistema de  comunicação.     
Aprender a identificar a tendência que as pessoas seguem em seus processos internos de organização da informação é essencial para mantermos um bom nível de comunicação com elas. Mas é bom lembrar que nenhuma pessoa é totalmente auditiva, visual ou cinestésica. O que acontece é a prevalência, em certas ocasiões, de um sistema sobre os demais. Isso quer dizer que uma boa comunicação é aquela que se utiliza de todos esses recursos, combinando-os metodicamente para atender a totalidade dos receptores. 
Profissionais que trabalham com comunicação sabem que precisam utilizar os três sistemas de representação em suas mensagens. Falam, mostram e fazem exercícios para atender, tanto aos visuais, como aos auditivos e os cinestésicos. 
Também para a nossa vida diária, identificar qual o sistema que usamos preferencialmente para recepcionar informações e para organizá-las em nosso cérebro, e principalmente aprender a trabalhar com as suas submodalidades, tem uma extraordinária importância. É um conhecimento que nos proporciona meios para gerir adequadamente o nosso processo de aprendizagem e valoração, que, afinal, é responsável pela forma como respondemos ao mundo.
     É também com base nesse processo que o nosso sistema neurológico desenvolve os estados internos que determinam o nosso temperamento e nos torna mais hábeis ou menos hábeis na difícil arte de vencer em um ambiente que nos exige, cada vez mais, um nível mais alto de eficiência em nossas respostas.
 
Os filtros da percepção
                                                         
     O modelo de mundo que temos em nossas mentes é um retrato individualizado do mundo real, desenhado segundo uma ótica personalíssima, que jamais se repete de pessoa para pessoa. Por isso é que dois indivíduos, mesmo que nasçam e sejam criados pela mesma família, compartilhem as mesmas experiências, vivam no mesmo ambiente, leiam os mesmos livros, freqüentem a mesma escola, tenham os mesmos amigos e professores, etc., poderão não desenvolver semelhantes modelos de mundo e, conseqüentemente, não oferecerão, a um dado estímulo, a mesmo padrão de resposta.
Isso ocorre por que o processo segundo o qual a mente filtra as informações que recebemos e as remonta como “programa” é que determina a forma pela qual emitimos a resposta, e eles nunca são iguais.
A PNL identifica três filtros pelos quais a nossa percepção do mundo é processada: generalização, distorção e cancelamento.
Esses filtros têm como função lapidar a realidade objetiva e conformá-la aos modelos de mundo que nós temos em mente.
Esse processamento tanto pode concorrer para limitar a nossa capacidade de agir quanto para aumentar a eficácia das nossas respostas. Como esses padrões nos são induzidos pelo conjunto de “programas” que usamos para decodificar a informação e remontá-la em nossa atividade cerebral, é importante saber como esse processo acontece e como pode ser trabalhado, para que as experiências que vivenciamos não se tornem fatores de limitação da nossa capacidade de resposta, ao invés de proporcionar um recurso que pode ampliar a sua quantidade e melhorar a sua qualidade
 
     Generalização 

     Através do filtro da generalização nós tomamos a parte pelo todo. A partir do resultado de uma experiência em particular, nossa mente assume que toda experiência semelhante poderá apresentar o mesmo resultado. E com base nessa conclusão ela classifica a informação recebida num grupo já conhecido e emite a resposta que aprendeu a dar nesses casos. A generalização é essencial para nos adaptarmos ao mundo em que vivemos. Se colocarmos a mão no fogo e conseguirmos como resultado uma dolorida queimadura, sabemos que resultado semelhante ocorrerá toda vez que essa experiência se repetir. Nesse caso, generalizar é um filtro útil, que nos ajuda a evitar respostas equivocadas e prejudiciais à nossa saúde.
    Como fazemos isso é exercício de manipulação de submodalidades. Por exemplo: peguemos a memória de um fato qualquer. Se ele foi de preferência recepcionado pelo sistema visual, ele será armazenado em nosso sistema neurológico com uma determinada cor, um dado tamanho, uma tonalidade de brilho, etc. Se a recepção dessa informação se dá de preferência pelo sistema auditivo, essa memória terá características sonoras, tais como tonalidade, duração, agudez, suavidade, etc. Da mesma forma se foi o sistema cinestésico que o recepcionou, ele será armazenado com certas qualidades de temperatura, peso, tamanho, aroma, sabor, enfim, submodalidades sensoriais pertencentes ao grupo das nossas cinestesias.
         No caso de uma generalização, por exemplo, a tendência é que arquivemos as experiências semelhantes com as mesmas características submodais. Já no caso de um cancelamento, a tendência é arquivar a informação com submodalidades que “apagam” a memória. Por isso é que, às vezes, dá “um branco” em nossa mente ao tentarmos acessar determinada lembrança. Isso porque, de fato, nós “arquivamos” aquela informação com uma cor que de fato nos dificulta o acesso à imagem dela. O mesmo ocorre com sons e cinestesias, cujas memórias nos incomoda ou, ao contrário, gostamos de acessar frequentemente.[1]
     E com a distorção, a tendência é misturar as submodalidades de uma forma tal que nosso “computador” não consiga recuperá-la sem estar contaminação com outras. E assim ela sempre nos vem à mente misturada com elementos que a distorcem.
      
Voltando ao filtro da generalização, é preciso levar em conta que todos os objetos que emitem calor não são necessariamente perigosos e provocam queimaduras. Classificar uma informação como essa numa gaveta de generalidades pode nos levar a evitar, para sempre, uma aproximação do calor, o que nos instalaria um “programa” de ação limitante que diminuiria a nossa capacidade de resposta á esse tipo de estímulo. Esse é uma crença-programa do tipo contido na famosa expressão popular: “gato escaldado tem medo de água quente.” Mas nós não somos gatos e podemos analisar, com inteligência, o que devemos temer.
Nosso processo de generalização pode ter um controle inteligente que nos permita formatar “programas” que não sejam meramente reativos e nos afastem de experiências enriquecedoras pela simples informação da dor que ela eventualmente trouxe em outras experiências semelhantes ou mesmo recepcionadas por observação de experiências alheias.
Todas as generalizações são verdadeiras para quem as faz e podem ser falsas para alguém mais, porque as crenças e os valores das pessoas são diferentes. Depois, o contexto e as condições em que a experiência ocorre também exercem um importante papel nesse processo.
O perigo está em fazer da generalização um padrão definitivo para orientar as nossas respostas futuras. No tempo da ditadura militar, por exemplo, não era conveniente expressar sentimentos a respeito dos nossos governantes. Fazê-los podia representar a diferença entre prisão e liberdade e, à vezes, até entre a vida e a morte. Assim, ficar calado, naqueles tempos, era uma boa regra. Aprendi isso depois de levar alguns safanões e passar algumas horas em uma cela na antiga delegacia do antigo DOPS, ouvindo ameaças veladas e suportando brincadeiras de mau gosto de alguns sujeitos que encontravam prazer em aterrorizar as pessoas. E tudo que eu fizera foi participar de algum protesto contra alguma coisa que eu nem me lembro mais o que era. Mas hoje, uma regra dessas não tem mais utilidade. Na verdade, chega a ser nociva, pois pode nos levar à indiferença para com os rumos que os políticos estão dando ao nosso país. Deixar a condução do país nas mãos um ditador, ou de um grupo reduzido de pessoas é a mais perigosa das opções políticas que um povo pode fazer. Como dizia Cicero, senador romano dos tempos de Júlio César, a democracia mais corrupta é
preferível á ditadura mais virtuosa.  
Nós sabemos o quão perigoso pode ser esse alheamento. Essa regra prejudicou o desenvolvimento de muita liderança emergente em nosso país e mutilou sensibilidades que nunca mais se recuperaram. Em conseqüência, temos hoje esse baixo nível de cidadania e participação dos bons cidadãos na vida pública. 
 
 Cancelamento 

     Pelo filtro do cancelamento, a nossa mente escolhe quais os elementos da experiência merece mais a nossa atenção. Assim, esse filtro acaba fazendo uma seleção, segundo a qual nós escolhemos o quê, na informação, é importante registrar.
Um exemplo de como funciona esse mecanismo pode ser verificado quando estamos num salão repleto de pessoas. Ouvimos e falamos com algumas delas e prestamos mais atenção em umas do que em outras. Nesse caso, não é que não as escutamos, simplesmente cancelamos o que dizem ou o que fazem, evitando que a mente se ocupe de coisas que não nos interessa naquele momento.
O filtro do cancelamento é muito útil para ajudar a mente a ficar focada no objeto que mais lhe interessa em determinada ocasião. Mas, da mesma forma que não existem generalizações boas ou más, mas sim, úteis ou nocivas segundo o contexto e a necessidade, também é preciso ter cuidado com o que cancelamos através desse mecanismo. Quem nunca foi cobrado por alguma coisa em que deveria ter prestado mais atenção e não prestou? Quem já não teve prejuízo por causa dessa falta de atenção, ou dito de outra forma, por ter eleito equivocadamente a parte da informação que devia cancelar?
Muitas vezes ocorre cancelarmos informações úteis, que podem nos fazer muita falta para um resultado bom, no final das coisas. Isso já aconteceu comigo muitas vezes. Quanto aborrecimento e prejuízos financeiros eu poderia ter evitado se não tivesse cancelado determinadas informações que me foram dadas? Ah! Se eu tivesse ouvido mais os meus pais, se eu soubesse naquele tempo o que sei agora, se eu não tivesse sido tão descuidado, se eu tivesse ouvido a minha esposa, se eu tivesse me aconselhado com profissionais antes de tomar determinada decisão, etc. Enfim, quem nunca disse para si mesmo coisas como essas algumas vezes? Todos os seres humanos têm esse mecanismo de cancelamento trabalhando o dia inteiro.  
 
Distorção 
 
     O filtro da distorção é aquele que nos permite fazer mudanças na nossa base sensorial, e com isso distorcer o conteúdo da informação. Recepcionamos a informação na totalidade, mas só levamos para a nossa “base de dados” aquelas que estão de acordo com o modelo de mundo que temos em mente. “ Estou vendo que essa pessoa não presta, mas é dela que eu gosto....” Sei que isso não deu certo com outras pessoas, mas comigo será diferente...” Meu pai fumou a vida inteira e não teve câncer, por isso eu também fumo....”.   

Como ocorre com os dois filtros anteriores, a distorção pode ser útil ou nociva. É útil quando nos ajuda a criar, a planejar, a prever os resultados de uma experiência. É nociva quando nos afasta da realidade e nos leva a formatar um modelo de mundo baseado em falsas premissas, ou a tomar fantasias por realidades objetivas, empobrecendo o nosso mapa de mundo ou criando zonas de decisão muito perigosas.
Um exemplo de distorção nociva é a pessoa que foi enganada uma vez por alguém e agora recebe como “insincera” toda manifestação de interesse que alguém lhe dirige. E com base nessa análise destorcida acaba formatando um “programa” terrivelmente limitante que a tornará eternamente desconfiada de tudo e de todos.
Distorcer é ajustar, aplainar, conformar uma informação aos moldes que já temos em nossa mente. Isso pode nos ajudar a eliminar o que é inútil ou nocivo na informação. Mas também pode mutilá-la em seus elementos mais importantes, deformando-a e modificando-a em sua estrutura. Isso pode ser perigoso, pois nos priva de elementos fundamentais para a formatação de um mapa mais preciso. 

   Filtrando a informação

   Dessa forma se percebe a importância de aprendermos a filtrar o mundo que entra em nossas mentes. Isso nos mostra também que podemos criar para nós mesmo um mundo de altíssima qualidade de vida, desde que saibamos formatar modelos internos que nos ofereçam maior variedade de escolhas com melhor qualidade nas respostas.[2]
   É nisso que a PNL, como disciplina, pode nos ajudar. Afinal, se a qualidade das nossas ações depende dos nossos modelos internos então é fácil concluir que se eles forem pobres em opções de resposta, medíocre também será o nosso desempenho perante a vida. Nesse postulado está também presente a velha sabedoria dos sábios da antiguidade: o que está fora é igual ao que está dentro, diziam eles, ou seja, o mundo que construímos fora de nós é retrato do mundo que construímos dentro de nós. Fica mais fácil entender esse postulado se dissermos que ninguém pode ter sucesso na vida se não tiver um forte sentimento de autoconfiança dentro de si; e ninguém adquire autoconfiança agasalhando crenças e valores limitantes.
Destarte, fracasso gera fracasso e sucesso gera sucesso. Essa é a corrente de feedback que alimenta o nosso aprendizado: um circuito intermitente de informações que vai de fora para dentro e de dentro para fora de nossas mentes, simultaneamente, modelando nossas personalidades. A  autoconfiança aumenta com os bons resultados e os bons resultados nos ensinam a fazer cada vez melhor. 
 
    Não é o mundo em que vivemos que é pobre e cheio de dificuldades. E não é nele que se encontra a verdadeira causa da pobreza, da infelicidade e das desgraças que atingem a vida das pessoas. A razão de termos que conviver com esses hóspedes indesejáveis está no modelo de mundo que nós construímos em nossas mentes. As pessoas que parecem não encontrar nenhum caminho na vida são aquelas que têm dificuldade de ver, ouvir, ou sentir as possibilidades de sucesso. Seus modelos de mundo são tão pobres em opções de resposta que tudo que salta perante seus olhos, ou é sussurrado aos seus ouvidos ou se apresenta perante seus sentidos prioceptivos são barreiras e dificuldades. Em suas mentes os muros são intransponíveis, as montanhas imensamente altas, o frio e o calor demasiadamente intensos, as distâncias incrivelmente longas.
A PNL oferece às pessoas uma forma diferente de ver, ouvir e sentir o mundo, o que quer dizer que ela convida seus praticantes a filtrar as informações que ele nos dá de acordo com certos pressupostos de construção programática que privilegia a possibilidade ao invés da dificuldade, o pode ao invés do deve, o modelo aberto ao invés do padrão.
Alguns desses pressupostos são estruturas de pensamento que nos dizem como devemos encarar os desafios que a vida  nos apresenta. Eles podem ser resumidos em algumas atitudes práticas, como por exemplo:
  1. Não computar os desafios que a vida nos coloca como problemas a serem resolvidos, mas como resultados a serem atingidos. Isso significa pensar no que as pessoas (você inclusive) querem, nos recursos necessários para essa realização e como usá-los para atingir esses resultados. As perguntas que devem ser feitas nesse caso são: Para quem vamos fazer isso? Como podemos fazer isso? Por que fazer isso? Quando devemos fazer isso? Onde fazer isso?
    Não computar maus resultados como fracassos, mas sim como elementos de aprendizagem. Pensar que a nossa experiência fracassou poderá nos constranger a não repeti-la nunca mais. Mas se considerarmos que tivemos apenas um mau resultado poderemos reorientar o processo e corrigir as distorções. Mau resultado pode ser tratado como informação útil, mas a idéia do fracasso é uma sentença de morte para a nossa motivação. Algumas perguntas que podem ser feitas nesse caso são: O que foi conseguido com isso? O que faltou para a realização desse objetivo? Que recursos precisam ser providenciados para uma nova tentativa? Quais as novas estratégias que podem ser utilizadas?
    Não perguntar por que as coisas acontecem, mas sim, como acontecem.  Isso nos ajuda a entender a natureza dos problemas ao invés de levar a nossa mente a ficar procurando justificativas e razões para o fato de as coisas não acontecerem como queremos. Se soubermos como elas acontecem, teremos uma chance de modificar o processo numa nova tentativa, fazendo-as de modo diferente.
    Adotar um modelo aberto de pensamento que inclua muita curiosidade, fascinação e flexibilidade na forma de ver o mundo. Com isso estaremos adotando uma atitude extremamente receptiva a todas as informações que recebemos. Mais que isso, aprenderemos a recepcioná-las com o espírito de uma criança: fascinada com o que vê, ouve e sente, mas de forma alguma assustada com isso.  Perguntas que se pode fazer nesse caso: O que isso pode me ensinar? Onde, como e quando isso pode me ser útil? Quem disse ou fez isso?A referência é séria e confiável?
Metáfora
                                                  
     Um jovem discípulo, com o desejo de homenagear seu mestre, a quem muito respeitava, foi ao belo jardim do mosteiro e colheu as mais belas flores que encontrou. Fez com elas um lindo buquê e entrou, muito alegre, na sala de chá, onde o mestre o aguardava.

Ele sabia que o mestre adorava flores. Todos os dias ele trocava as tsuba kides do belo vaso ikebana que ele mantinha di-
ante do seu tokonoma (altar). 
Tão alegre e afoito estava o jovem discípulo para entregar as flores ao mestre que não percebeu a borda do tatame. Tropeçou, caiu e elas caíram de sua mão. Eram flores muito lindas, mas extremamente frágeis, as tsuba kides, com suas delicadas pétalas brancas.
As pétalas se despregaram dos caules e se esparramaram pelo tatame que cobria todo o espaço da sala de chá. O jovem discípulo começou a chorar. 
“Porque choras?”, perguntou o mestre.
“Eu vos trouxe essas flores. Eram tão belas no jardim e ficaram ainda mais belas quando eu as dispus num buquê. Agora estão mortas”, choramingou o discípulo.
O mestre não disse nada. Apenas tocou de leve no ombro dele e pediu que se sentasse. Em seguida pegou o belo vaso ibekana  e o colocou no centro do tatame. Depois pegou os caules nus e os colocou dentro dele, com esmerada delicadeza, num artístico arranjo. E por fim, juntou as pétalas espalhadas pelo chão e as dispôs em um arranjo harmonioso, em volta do vaso. 
“ Quando tirastes esses flores do seu tronco”, disse o mestre, “prejudicastes a harmonia do universo porque provocastes uma mudança na sua estrutura. Mas logo tudo se recompôs porque elas deixaram de ser flores e passaram a ser um belo presente que tu estavas trazendo para mim”.
“ Elas não faziam mais parte da terra, que as gerou e alimentou até aquele momento, mas  passaram a fazer parte de ti, do teu desejo, da tua alegria em contentar-me. O universo se recompôs com esse ato, pois todo sonho realizado faz o universo funcionar”, continuou o mestre.
“Quando elas caíram e se despetalaram, e se esparramaram pelo tatame, o universo se desequilibrou novamente, pois o teu desejo não se realizou e tu te magoaste. Todo coração que se magoa é causa de desequilíbrio no universo”, disse o mestre.
“ Mas agora  elas passaram a fazer parte desta sala . Continuam belas e úteis, ao compor com ela um belo arranjo.E tudo está em harmonia novamente”, concluiu.  
Então o jovem discípulo uniu as mãos e com um inclinação saudou o mestre. Tinha compreendido. Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Todo sofrimento é causado pelo apego ao que já fomos, ao que já tivemos, ao que já vivemos.
Isso, muitas vezes, nos impede de viver a forma presente e sermos úteis nas nossas formas futuras. 
Assim, com equilíbrio do universo recomposto, mestre e discípulo, silenciosamente tomaram o seu chá. [3] 
 
 
[1]Na imagem Richard Wayne Bandler. Juntamente com John Grinder, desenvolveu as técnicas da Programação Neurolinguística (PNL). Nos vários cursos, seminários e livros que escreveu, eles demonstram, de forma prática e consistente como funcionam as submodalidades  na construção do nossos estados internos.
[2] John Grinder, juntamente com Richard Bandler é um dos criadores das da PNLProgramação Neurolinguística. Graduou-se em filosofia e especializou-se em Linguística na Universidade da Califórnia, em San Diego, matéria pela qual recebeu o grau de PhhD. 
[3] Adaptado de DT Suzuki- Contos Zen- Ed.  Na imagem Daisetsu Teitaro Suzuki  1870 – 1966)  famoso mestre da filosofia oriental e um dos principais responsáveis,pela introdução destas do budismo zen no Ocidente. Ensinou várias em universidades ocidentais. Seus contos tem sido muito utilizados pelos praticantes de PNL, pela estreita associação que esses ensinamentos têm com uma das ferramentas mais importantes da PNL, que são as metáforas.