O meio é a mensagem
A expressão "o meio é a mensagem", significa que não é exatamente o conteúdo da mensagem que importa, mas sim o meio pelo qual ela foi emitida. No caso, se estamos tratando de comunicação entre pessoas, o meio é a pessoa de onde a mensagem veio.
Essa expressão foi criada pelo filósofo canadense Marshal Mac Luhan em em sua obra “Os Meios de Comunicação como Extensão do Homem”. [1] Nessa importante obra, que revolucionou o conhecimento humano sobre os meios de comunicação, o autor mostra que o meio no qual a mensagem é elaborada é um elemento importante da comunicação e não somente um canal um veículo de transmissão. Essa foi a grande novidade de sua obra, pois até então era comum o estudo do efeito do meio quanto ao conteúdo, mas não se atentava para as diferenças que cada suporte midiático (jornal, rádio, televisão, cinema, etc.) acrescentava à informação.
Isso porque cada meio de difusão tem as suas características próprias, e consequentemente gera os seus efeitos específicos.
McLuhan chamou a atenção para o fato de que, mais importante que o conteúdo da comunicação, propriamente dito, era o veículo através do qual ela era transmitida. Assim, se são os meios que influenciam a mensagem, são estes que devem ser analisados em primeiro lugar e não o que ela contém em seu bojo.
No campo do comportamento humano esse conceito tornou-se uma noção de estrema importância, porquanto passou-se a dar importância mais à fonte de quem vem a informação e quem a veicula, do que ao próprio conteúdo dela.
Esse pressuposto, como é óbvio, teve grande repercussão no campo da psicologia da comunicação, dado o fato de que o ser humano, sendo, como é, um ser social, depende fundamentalmente da intera-ção para sobreviver na estrutura que ele criou, e esta fica profundamente prejudica na ausência de uma boa comunicação.[2]
Assim, verifica-se que a expressão “o meio é a mensagem” embute também a ideia de que nós recebemos mensagens de formas diferentes e a sua compreensão depende de como elas nos são apresentadas. E a nossa forma de recepcioná-la também exerce grande influência no meio e na maneira com que a mensagem será transmitida pelo seu emissor. Destarte, se uma pessoa está nos transmitindo alguma mensagem, muito mais útil será observarmos a postura do corpo dela, o movimento dos seus olhos, a expressão do seu rosto, o tom da sua voz, por que ela é o meio, e ela própria, a pessoa que nos fala, é a mensagem.
O que ela diz, por si só, pode ser verificado empiricamente, mas a metalinguagem que ela acrescentou na versão que ela está divulgando só pode ser pesquisada por meio da observação criteriosa de como ela usa o seu alfabeto neurolinguístico.
Em seu estudo MacLuhan observa que partes do nosso sistema neurológico, formado pelo conjunto encéfalo-medula espinhal, constitui o chamado sistema nervoso central (SNC). É nesse conjunto que as informações relacionadas com os sentidos são captadas, e é também a partir dele que as ordens para os músculos, glândulas e demais órgãos da nossa vitalidade são enviadas. Por isso, o SNC é uma porta de contato entre o homem e o mundo ao seu redor, permitindo que possamos perceber todo e qualquer estímulo, com também reagir a eles. Ele observa também a existência de uma limitação no processamento dos dados, tanto no âmbito da percepção quanto da reação. Este "defeito",segundo esse autor, é uma estratégia que o nosso sistema neurológico encontrou para poupar energia e não sobrecarregar o cérebro, permitindo, desta forma, que ele foque no seu trabalho de processamento das informações úteis, ao mesmo tempo em que descarta aquelas que são menos urgentes.
Dado que o estudo de MacLuhan objetivava mais apontar a influência dos meios de comunicação na vida do homem moderno, do que as implicações psicológicas e sociológicas desse fenômeno, ele pouco se preocupou em estudar o próprio homem como meio da mensagem. Mas o seu trabalho deixou aberta uma enorme porta para esse estudo, o que acabou acontecendo com a Programação Neurolinguística.
Isso porque, segundo observou esse autor, quando um determinado conteúdo é passado através da escrita, a ele é adicionado informações quanto à caligrafia (se é esmerada ou desleixada) e quanto à formalidade verbal empregada (características do escritor). Se este conteúdo for passado por um meio radiofônico, são adicionadas informações auditivas (tom de voz, entonação, altura, extensividade etc.). E se, ainda, for por um meio de comunicação presencial, também são adicionadas informações quanto à postura física do emissor e outros elementos da sua linguagem corporal. E, segundo os pressupostos da PNL, neste último caso, é principalmente na linguagem não verbal do emissor que está a parte mais importante da mensagem e não na verbalização propriamente dita.
A questão da linguagem
Para a PNL a linguagem que mais nos interessa é a não verbal. Por que ela é mais reveladora do que aquela que a língua expressa. Assim, quando se fala em linguagem, em PNL, estamos nos referindo á todas as manifestações do organismo humano em sua interação com as outras pessoas e com o ambiente em que ele se movimenta.
A linguagem é a mais importante herança que o ser humano recebe ao nascer. É a marca que o identifica com a sua espécie e reflete o grau de socialização e sofisticação que os nossos processos neurológicos internos atingiram.
Sabemos que devemos evitar determinadas expressões lingüísticas ou posturas corporais em público, em determinados ambientes ou com determinadas pessoas; da mesma forma, evitamos até mesmo construir pensamentos que, a nosso juízo, pareçam ser contrários às nossas crenças e valores. E para atender à regras e padrões éticos que a sociedade nos impõe, muitas vezes, somos obrigados até a disfarçar o que realmente pensamos ou sentimos.
Tudo isso resulta numa limitação de escolha, que nós nos impomos em nome do que podemos chamar de socialmente correto. Isso tanto pode nos fazer bem como mal, pois aquilo que a consciência não processa pelos padrões da lógica e da evidência comprovada, o inconsciente armazena como informação, na forma como foi recebida.
Por isso é que dentro da nossa mente inconsciente habita uma riquíssima fauna de entidades psíquicas, que, nos momentos em que a consciência não exerce, ou vacila no exercício da sua vigilância, elas se mostram ao mundo exterior com toda a sua força e exuberância. Muitas vezes, inclusive, sugerindo pensamentos e atitudes que não conseguimos compreender. É dessa forma que nascem os complexos, as fobias, os temores exagerados, a timidez mórbida e todas as limitações de comportamento que essas estruturas neurológicas nos provocam.
Todo comportamento é um ato de comunicação. Toda ação que praticamos, toda palavra que falamos, todo gesto que fazemos, é informação. Não há um único suspiro, um espirro, um soluço, um bocejo, uma postura corporal ou movimento de olhos, assim como não há um único som que o ser humano emita que não contenha uma mensagem, uma informação, onde ele está “dizendo” ao mundo algo que está se passando com ele.
Se alguém nos critica, essa é uma informação de que alguém não entendeu ou não gostou de algo que fizemos. Se não entendeu podemos tentar explicar de outra maneira; se não gostou podemos tentar descobrir a razão e mudar o sentimento dela. Enfim, nos damos mais opções de bom resultado que simplesmente atacarmos o crítico ou ficarmos aborrecidos com ele. Se alguém nos elogia, a informação é a de que gostou. O caminho está aberto para uma boa comunicação. Se alguém nos sorri, ou nos recebe com demonstrações de carinho, afeto, alegria, etc., essa é uma informação que a nossa presença ali é bem-vinda; se as demonstrações são de desagrado, podemos inferir que o contrário está acontecendo. Se alguém nos ignora, é que a nossa presença não comunicou nada à pessoa, ou por outra, comunicou algo desagradável que ela preferiu ignorar.
Enfim, tudo é informação, e se elas forem tratadas dessa forma, será possível, sempre, responder também como informação. Se eu vejo, ou escuto, ou sofro alguma ação que não combina com os meus valores, minhas crenças e critérios de julgamento, eu não preciso entrar em conflito com o informante. Ele apenas está expressando o que sabe a respeito do que está vendo, ouvindo ou sentindo em relação a mim. Em outras palavras, está exercendo a sua resposta, de acordo com a sabedoria que tem a meu respeito para responder. Se quisermos nos comunicar com ele sem conflito teremos que aprender a processar a informação que dele nos chega e devolver-lhe outra que o instrua devidamente sobre nós.
A resposta que nós recebemos de uma pessoa é o resultado da nossa comunicação com ela. Isso significa que se alguém não nos entende, ou não nos escuta ou não gosta de nós, é por que algo, mensagem que estamos lhe passando não combina com o conhecimento que ela tem na cabeça a nosso respeito ou com os juízos que ela faz a respeito da informação que estamos dando a ela. Daí a resposta que ele nos dá, de repulsa, indiferença, hostilidade, etc. Dessa forma, quando uma mensagem “não entra” bem na sintonia do receptor, não é ele que não quer entender, mas sim o comunicador que está puxando a corda para o lado oposto em que ele quer ir. Está comunicando o que ele quer e não o que o receptor precisa ouvir. E comunicação não é cabo de guerra, mas sim brincadeira de armar onde emissor e receptor concorrem para montar o mesmo desenho.
As pessoas são mensagens vivas. E não existe poder nelas, propriamente dito, mas sim na comunicação que elas emitem. A informação é o verdadeiro poder que elas têm, mas é preciso saber usá-la. Nesse aprendizado está toda a importância da comunicação. Nós somos o que comunicamos. E para quem recebe a nossa comunicação, nós somos o que elas entenderam do que comunicamos a ela. E esse entendimento nunca é culpa do receptor, mas sim do emissor.
É impossível não comunicar
Tudo o que acontece em nossas vidas é fruto de informação. As nossas dores, as nossas alegrias, os nossos sucessos e os nossos fracassos. O nosso organismo foi construído para atender a dois parâmetros. Obter prazer e evitar a dor. Assim, qualquer coisa que fizermos na vida, todas as decisões que tomamos, obedece a esses dois princípios. Quando não obtemos prazer, alegria, satisfação nas coisas que fazemos, a tendência é a gente se desinteressar delas.
E pior. Quando as coisas que fazemos nos causam dor, mais que depressa a gente procura se livrar delas.
Isso é assim com qualquer ação que realizamos. No trabalho, na vida social, nas relações pessoais. Não há outra forma de viver com qualidade senão obtendo prazer no que se faz e evitando as dores que as escolhas erradas podem nos trazer.
Isso é assim porque o nosso organismo foi construído para trabalhar com informações neurológicas.
As imagens que vemos nos causam prazer ou nos desgostam; da mesma forma, os sons que ouvimos ou as sensações que o tato, os aromas e os paladares nos transmitem são dolorosas ou prazerosas. Escolhemos uns e evitamos outros em função da informação de dor ou prazer que elas nos trazem.
Mas nós não podemos escolher as informações que o nosso sistema neurológico recebe nas vinte e quatro horas diárias em que estamos vivendo. Sim, pois que mesmo dormindo elas estão chegando e são recepcionadas pelos nossos sentidos. Por exemplo: Eu estou aqui escrevendo este texto, mas a minha mulher está conversando ao telefone com uma amiga. Escuto a voz dela. Não presto atenção, mas o meu cérebro está gravando tudo. Um dia, se eu precisar dessas informações para alguma coisa que possa me dar intenso prazer ou evitar uma insuportável dor, essa informação será recuperada, e sem mais nem menos poderei dizer à minha mulher: “você falou isso e aquilo.” Ela fará uma cara de espanto, perguntando. “Quando? Como você sabe disso?” Eu não saberei especificar quando foi e como fiquei sabendo, mas sei que ela falou.
É assim que muitos conflitos começam. Por causa de informações não filtradas devidamente. E isso acontece o dia inteiro. No ônibus, no metrô, no bar, na rua, na sala vendo televisão. As pessoas estão falando, mostrando alguma coisa, tocando na gente, submetendo nossos sentidos aos seus cheiros e seus paladares. O cérebro registra tudo, o movimento dos olhos, dos ombros, a postura do corpo, a inflexão da voz, o franzir da testa, a ironia de um sorriso, o calor de um abraço, de um aperto de mãos, etc., mas só processa uma mínima parte dessas informações. A parte que, segundo os critérios de julgamento que ele desenvolveu, nos interessa. O resto vai para uma espécie de lixeira que nós chamamos de inconsciente. Mas sempre se corre o perigo de mandarmos para a lixeira partes importantes da mensagem.
Nós não podemos evitar de nos comunicar com as outras pessoas e com o ambiente em que vivemos.
Tudo que mostramos, dizemos, ou fazemos é comunicação. Como já dissemos anteriormente, o meio é a própria mensagem.
Algumas dessas informações nós filtramos porque precisamos delas para aquele momento em que estamos vivendo. Por isso prestamos atenção nelas. A gente só presta atenção naquilo que nos interessa ou que precisamos responder. O nosso sistema neurológico é construído com essa conformação. Se não fosse assim ficaríamos loucos com tanta informação. Alguém já disse que na vida diária nós só usamos cinco por cento da nossa capacidade cerebral. Essa estatística está certa, mas a conclusão está errada, pois não é a competência do nosso cérebro que é assim tão mal utilizada e sim a nossa ignorância de como esse processo de utilização é realizado. Na verdade nós é que não aproveitamos, de modo correto e amplo, as informações que o cérebro recebe.
Talvez só sejamos capazes de usar cinco por cento das informações que recebemos porque achamos que não precisamos dos outros noventa e cinco por cento para viver. E um dia, (e quem já não viveu esse dia?) a gente diz para si mesmo: ah! se eu tivesse ouvido o que meu pai dizia...Ah! se eu tivesse prestado mais atenção naquele sinal da estrada... Ah! bem que aquele cheiro estava esquisito, mas eu nem percebi... Ah! eu bem que desconfiei que todos aqueles olhares, aquelas atenções, aquelas posturas corporais, aquele franzir de testa, etc. queriam dizer alguma coisa, mas...
Percebe-se, dessa maneira, a importância de aprender a
recepcionar e filtrar as informações que entram em nossas mentes. Se soubermos fazer isso poderemos criar para nós mesmo um mundo de altíssima qualidade de vida, pois então estaremos formatando um modelo de valores internos sadios, capaz de nos oferecer maior variedade de escolhas com melhor qualidade nas respostas.
É nisso que a PNL, como disciplina, pode nos ajudar. Ela nos ensina a prestar mais atenção nas informações que o mundo nos dá. E nos mostra também como aprender a filtrá-las, extraindo delas o que serve aos nossos propósitos e o que não serve. Muitas vezes, na informação que nos encanta a vista, ou parece música aos nossos ouvidos, ou que delicia os nossos sentidos, se esconde uma cobra que vai injetar em nós o veneno da descrença, da desconfiança, da inveja, do ódio. Todos componentes de imensa dor. E naquela que, à primeira vista, ou na primeira audição, ou na primeira sensação cinestésica nos desagrada, pode estar justamente a sabedoria que precisamos para o nosso sucesso, que é igual ao nosso prazer.
A expressão "o meio é a mensagem", significa que não é exatamente o conteúdo da mensagem que importa, mas sim o meio pelo qual ela foi emitida. No caso, se estamos tratando de comunicação entre pessoas, o meio é a pessoa de onde a mensagem veio.
Essa expressão foi criada pelo filósofo canadense Marshal Mac Luhan em em sua obra “Os Meios de Comunicação como Extensão do Homem”. [1] Nessa importante obra, que revolucionou o conhecimento humano sobre os meios de comunicação, o autor mostra que o meio no qual a mensagem é elaborada é um elemento importante da comunicação e não somente um canal um veículo de transmissão. Essa foi a grande novidade de sua obra, pois até então era comum o estudo do efeito do meio quanto ao conteúdo, mas não se atentava para as diferenças que cada suporte midiático (jornal, rádio, televisão, cinema, etc.) acrescentava à informação.
Isso porque cada meio de difusão tem as suas características próprias, e consequentemente gera os seus efeitos específicos.
McLuhan chamou a atenção para o fato de que, mais importante que o conteúdo da comunicação, propriamente dito, era o veículo através do qual ela era transmitida. Assim, se são os meios que influenciam a mensagem, são estes que devem ser analisados em primeiro lugar e não o que ela contém em seu bojo.
No campo do comportamento humano esse conceito tornou-se uma noção de estrema importância, porquanto passou-se a dar importância mais à fonte de quem vem a informação e quem a veicula, do que ao próprio conteúdo dela.
Esse pressuposto, como é óbvio, teve grande repercussão no campo da psicologia da comunicação, dado o fato de que o ser humano, sendo, como é, um ser social, depende fundamentalmente da intera-ção para sobreviver na estrutura que ele criou, e esta fica profundamente prejudica na ausência de uma boa comunicação.[2]
Assim, verifica-se que a expressão “o meio é a mensagem” embute também a ideia de que nós recebemos mensagens de formas diferentes e a sua compreensão depende de como elas nos são apresentadas. E a nossa forma de recepcioná-la também exerce grande influência no meio e na maneira com que a mensagem será transmitida pelo seu emissor. Destarte, se uma pessoa está nos transmitindo alguma mensagem, muito mais útil será observarmos a postura do corpo dela, o movimento dos seus olhos, a expressão do seu rosto, o tom da sua voz, por que ela é o meio, e ela própria, a pessoa que nos fala, é a mensagem.
O que ela diz, por si só, pode ser verificado empiricamente, mas a metalinguagem que ela acrescentou na versão que ela está divulgando só pode ser pesquisada por meio da observação criteriosa de como ela usa o seu alfabeto neurolinguístico.
Em seu estudo MacLuhan observa que partes do nosso sistema neurológico, formado pelo conjunto encéfalo-medula espinhal, constitui o chamado sistema nervoso central (SNC). É nesse conjunto que as informações relacionadas com os sentidos são captadas, e é também a partir dele que as ordens para os músculos, glândulas e demais órgãos da nossa vitalidade são enviadas. Por isso, o SNC é uma porta de contato entre o homem e o mundo ao seu redor, permitindo que possamos perceber todo e qualquer estímulo, com também reagir a eles. Ele observa também a existência de uma limitação no processamento dos dados, tanto no âmbito da percepção quanto da reação. Este "defeito",segundo esse autor, é uma estratégia que o nosso sistema neurológico encontrou para poupar energia e não sobrecarregar o cérebro, permitindo, desta forma, que ele foque no seu trabalho de processamento das informações úteis, ao mesmo tempo em que descarta aquelas que são menos urgentes.
Dado que o estudo de MacLuhan objetivava mais apontar a influência dos meios de comunicação na vida do homem moderno, do que as implicações psicológicas e sociológicas desse fenômeno, ele pouco se preocupou em estudar o próprio homem como meio da mensagem. Mas o seu trabalho deixou aberta uma enorme porta para esse estudo, o que acabou acontecendo com a Programação Neurolinguística.
Isso porque, segundo observou esse autor, quando um determinado conteúdo é passado através da escrita, a ele é adicionado informações quanto à caligrafia (se é esmerada ou desleixada) e quanto à formalidade verbal empregada (características do escritor). Se este conteúdo for passado por um meio radiofônico, são adicionadas informações auditivas (tom de voz, entonação, altura, extensividade etc.). E se, ainda, for por um meio de comunicação presencial, também são adicionadas informações quanto à postura física do emissor e outros elementos da sua linguagem corporal. E, segundo os pressupostos da PNL, neste último caso, é principalmente na linguagem não verbal do emissor que está a parte mais importante da mensagem e não na verbalização propriamente dita.
A questão da linguagem
Para a PNL a linguagem que mais nos interessa é a não verbal. Por que ela é mais reveladora do que aquela que a língua expressa. Assim, quando se fala em linguagem, em PNL, estamos nos referindo á todas as manifestações do organismo humano em sua interação com as outras pessoas e com o ambiente em que ele se movimenta.
A linguagem é a mais importante herança que o ser humano recebe ao nascer. É a marca que o identifica com a sua espécie e reflete o grau de socialização e sofisticação que os nossos processos neurológicos internos atingiram.
Sabemos que devemos evitar determinadas expressões lingüísticas ou posturas corporais em público, em determinados ambientes ou com determinadas pessoas; da mesma forma, evitamos até mesmo construir pensamentos que, a nosso juízo, pareçam ser contrários às nossas crenças e valores. E para atender à regras e padrões éticos que a sociedade nos impõe, muitas vezes, somos obrigados até a disfarçar o que realmente pensamos ou sentimos.
Tudo isso resulta numa limitação de escolha, que nós nos impomos em nome do que podemos chamar de socialmente correto. Isso tanto pode nos fazer bem como mal, pois aquilo que a consciência não processa pelos padrões da lógica e da evidência comprovada, o inconsciente armazena como informação, na forma como foi recebida.
só é entendido
o que em poucas palavras
só faz sentido
o que em poucas palavras
só faz sentido
Por isso é que dentro da nossa mente inconsciente habita uma riquíssima fauna de entidades psíquicas, que, nos momentos em que a consciência não exerce, ou vacila no exercício da sua vigilância, elas se mostram ao mundo exterior com toda a sua força e exuberância. Muitas vezes, inclusive, sugerindo pensamentos e atitudes que não conseguimos compreender. É dessa forma que nascem os complexos, as fobias, os temores exagerados, a timidez mórbida e todas as limitações de comportamento que essas estruturas neurológicas nos provocam.
Todo comportamento é um ato de comunicação. Toda ação que praticamos, toda palavra que falamos, todo gesto que fazemos, é informação. Não há um único suspiro, um espirro, um soluço, um bocejo, uma postura corporal ou movimento de olhos, assim como não há um único som que o ser humano emita que não contenha uma mensagem, uma informação, onde ele está “dizendo” ao mundo algo que está se passando com ele.
Se alguém nos critica, essa é uma informação de que alguém não entendeu ou não gostou de algo que fizemos. Se não entendeu podemos tentar explicar de outra maneira; se não gostou podemos tentar descobrir a razão e mudar o sentimento dela. Enfim, nos damos mais opções de bom resultado que simplesmente atacarmos o crítico ou ficarmos aborrecidos com ele. Se alguém nos elogia, a informação é a de que gostou. O caminho está aberto para uma boa comunicação. Se alguém nos sorri, ou nos recebe com demonstrações de carinho, afeto, alegria, etc., essa é uma informação que a nossa presença ali é bem-vinda; se as demonstrações são de desagrado, podemos inferir que o contrário está acontecendo. Se alguém nos ignora, é que a nossa presença não comunicou nada à pessoa, ou por outra, comunicou algo desagradável que ela preferiu ignorar.
Enfim, tudo é informação, e se elas forem tratadas dessa forma, será possível, sempre, responder também como informação. Se eu vejo, ou escuto, ou sofro alguma ação que não combina com os meus valores, minhas crenças e critérios de julgamento, eu não preciso entrar em conflito com o informante. Ele apenas está expressando o que sabe a respeito do que está vendo, ouvindo ou sentindo em relação a mim. Em outras palavras, está exercendo a sua resposta, de acordo com a sabedoria que tem a meu respeito para responder. Se quisermos nos comunicar com ele sem conflito teremos que aprender a processar a informação que dele nos chega e devolver-lhe outra que o instrua devidamente sobre nós.
A resposta que nós recebemos de uma pessoa é o resultado da nossa comunicação com ela. Isso significa que se alguém não nos entende, ou não nos escuta ou não gosta de nós, é por que algo, mensagem que estamos lhe passando não combina com o conhecimento que ela tem na cabeça a nosso respeito ou com os juízos que ela faz a respeito da informação que estamos dando a ela. Daí a resposta que ele nos dá, de repulsa, indiferença, hostilidade, etc. Dessa forma, quando uma mensagem “não entra” bem na sintonia do receptor, não é ele que não quer entender, mas sim o comunicador que está puxando a corda para o lado oposto em que ele quer ir. Está comunicando o que ele quer e não o que o receptor precisa ouvir. E comunicação não é cabo de guerra, mas sim brincadeira de armar onde emissor e receptor concorrem para montar o mesmo desenho.
As pessoas são mensagens vivas. E não existe poder nelas, propriamente dito, mas sim na comunicação que elas emitem. A informação é o verdadeiro poder que elas têm, mas é preciso saber usá-la. Nesse aprendizado está toda a importância da comunicação. Nós somos o que comunicamos. E para quem recebe a nossa comunicação, nós somos o que elas entenderam do que comunicamos a ela. E esse entendimento nunca é culpa do receptor, mas sim do emissor.
É impossível não comunicar
Tudo o que acontece em nossas vidas é fruto de informação. As nossas dores, as nossas alegrias, os nossos sucessos e os nossos fracassos. O nosso organismo foi construído para atender a dois parâmetros. Obter prazer e evitar a dor. Assim, qualquer coisa que fizermos na vida, todas as decisões que tomamos, obedece a esses dois princípios. Quando não obtemos prazer, alegria, satisfação nas coisas que fazemos, a tendência é a gente se desinteressar delas.
E pior. Quando as coisas que fazemos nos causam dor, mais que depressa a gente procura se livrar delas.
Isso é assim com qualquer ação que realizamos. No trabalho, na vida social, nas relações pessoais. Não há outra forma de viver com qualidade senão obtendo prazer no que se faz e evitando as dores que as escolhas erradas podem nos trazer.
Isso é assim porque o nosso organismo foi construído para trabalhar com informações neurológicas.
As imagens que vemos nos causam prazer ou nos desgostam; da mesma forma, os sons que ouvimos ou as sensações que o tato, os aromas e os paladares nos transmitem são dolorosas ou prazerosas. Escolhemos uns e evitamos outros em função da informação de dor ou prazer que elas nos trazem.
Mas nós não podemos escolher as informações que o nosso sistema neurológico recebe nas vinte e quatro horas diárias em que estamos vivendo. Sim, pois que mesmo dormindo elas estão chegando e são recepcionadas pelos nossos sentidos. Por exemplo: Eu estou aqui escrevendo este texto, mas a minha mulher está conversando ao telefone com uma amiga. Escuto a voz dela. Não presto atenção, mas o meu cérebro está gravando tudo. Um dia, se eu precisar dessas informações para alguma coisa que possa me dar intenso prazer ou evitar uma insuportável dor, essa informação será recuperada, e sem mais nem menos poderei dizer à minha mulher: “você falou isso e aquilo.” Ela fará uma cara de espanto, perguntando. “Quando? Como você sabe disso?” Eu não saberei especificar quando foi e como fiquei sabendo, mas sei que ela falou.
É assim que muitos conflitos começam. Por causa de informações não filtradas devidamente. E isso acontece o dia inteiro. No ônibus, no metrô, no bar, na rua, na sala vendo televisão. As pessoas estão falando, mostrando alguma coisa, tocando na gente, submetendo nossos sentidos aos seus cheiros e seus paladares. O cérebro registra tudo, o movimento dos olhos, dos ombros, a postura do corpo, a inflexão da voz, o franzir da testa, a ironia de um sorriso, o calor de um abraço, de um aperto de mãos, etc., mas só processa uma mínima parte dessas informações. A parte que, segundo os critérios de julgamento que ele desenvolveu, nos interessa. O resto vai para uma espécie de lixeira que nós chamamos de inconsciente. Mas sempre se corre o perigo de mandarmos para a lixeira partes importantes da mensagem.
Nós não podemos evitar de nos comunicar com as outras pessoas e com o ambiente em que vivemos.
Tudo que mostramos, dizemos, ou fazemos é comunicação. Como já dissemos anteriormente, o meio é a própria mensagem.
Algumas dessas informações nós filtramos porque precisamos delas para aquele momento em que estamos vivendo. Por isso prestamos atenção nelas. A gente só presta atenção naquilo que nos interessa ou que precisamos responder. O nosso sistema neurológico é construído com essa conformação. Se não fosse assim ficaríamos loucos com tanta informação. Alguém já disse que na vida diária nós só usamos cinco por cento da nossa capacidade cerebral. Essa estatística está certa, mas a conclusão está errada, pois não é a competência do nosso cérebro que é assim tão mal utilizada e sim a nossa ignorância de como esse processo de utilização é realizado. Na verdade nós é que não aproveitamos, de modo correto e amplo, as informações que o cérebro recebe.
Talvez só sejamos capazes de usar cinco por cento das informações que recebemos porque achamos que não precisamos dos outros noventa e cinco por cento para viver. E um dia, (e quem já não viveu esse dia?) a gente diz para si mesmo: ah! se eu tivesse ouvido o que meu pai dizia...Ah! se eu tivesse prestado mais atenção naquele sinal da estrada... Ah! bem que aquele cheiro estava esquisito, mas eu nem percebi... Ah! eu bem que desconfiei que todos aqueles olhares, aquelas atenções, aquelas posturas corporais, aquele franzir de testa, etc. queriam dizer alguma coisa, mas...
Percebe-se, dessa maneira, a importância de aprender a
recepcionar e filtrar as informações que entram em nossas mentes. Se soubermos fazer isso poderemos criar para nós mesmo um mundo de altíssima qualidade de vida, pois então estaremos formatando um modelo de valores internos sadios, capaz de nos oferecer maior variedade de escolhas com melhor qualidade nas respostas.
É nisso que a PNL, como disciplina, pode nos ajudar. Ela nos ensina a prestar mais atenção nas informações que o mundo nos dá. E nos mostra também como aprender a filtrá-las, extraindo delas o que serve aos nossos propósitos e o que não serve. Muitas vezes, na informação que nos encanta a vista, ou parece música aos nossos ouvidos, ou que delicia os nossos sentidos, se esconde uma cobra que vai injetar em nós o veneno da descrença, da desconfiança, da inveja, do ódio. Todos componentes de imensa dor. E naquela que, à primeira vista, ou na primeira audição, ou na primeira sensação cinestésica nos desagrada, pode estar justamente a sabedoria que precisamos para o nosso sucesso, que é igual ao nosso prazer.
[1] Herbert Marshall McLuhan (Edmonton, 21 de julho de 1911 — Toronto, 31 de dezembro de 1980) filósofo e educador canadense, foi mestre e doutor em Filosofia pela Universidade de Caambridge Seu trabalho foi considerado um dos pilares do estudo da teoria da comunicação, revolucionando praticamente toda a mídia falada, escrita e televisionada dos anos setenta. Seus trabalhos mais importantes são O meio é a mensagem, Guerra e Paz na Aldeia Global e Os meios de comunicação como extensões do homem
[2] Na imagem, o filósofo e educador Herbert Marshall McLuhan, que ficou famoso por vislumbrar o advento da Internet mais de trinta anos antes de ser inventada. Ficou também conhecido por sua máxima de que “O meio é a mensagem” e por ter cunhado o termo aldeia global, como sinônimo da internacionalização da comunicação.