FREUD E SUAS CORRENTES

No passado procriaram estranheza em um pensamento primordial; mas há homens que nascem para completar seus destinos, para então abrir as portas e, outros apenas têm o trabalho de ultrapassar, assim mencionava o Dr. Sigmund Freud ao jovem Carl Gustav Jung, a partir dos encontros em 1907. Dr. Freud havia de trair os pensamentos concretos e já pré-estabelecido pela civilização da época; temas tabus principalmente para um neurologista austríaco como: guerras, o sexo reprimido, a hierarquia soberana, o jogo do casamento e as traições consentidas e financiadas em prol do alavancamento em intelecto do final do século 19. Poderíamos comparar Freud com Thomas Edison e sua batalha das correntes contínuas ou alternadas, pena julgada com mortes elétricas, o empreendedorismo reinando de patentes e invenções, com desentendimentos entre George Westinghouse e Nikola Tesla.

Freud ao invés do filamento da lâmpada descobriu o filamento da psiquê, e isso custou amizades e figuras paternas idealizada mas não por orgulho; como diz Peter Gay "Ele precisava de alguém nessa busca pelo desconhecido, é duro ir adiante quando ninguém mais acredita em você e só há discorda", mas Peter disse também e acertou em cheio: Freud não lia Freud. Houve um encantamento na amizade entre Freud e Jung. O suíço patrocinado pela esposa Emma Jung muitas vezes pronunciava com tal admiração o desejo de ter o jovem Dr. Freud como sua idealização paterna e, Freud como o jovem Dr. Jung sendo seu herdeiro, seu príncipe como assim acontecia de falar em suas conversas; no primeiro encontro ficaram mais de 13 horas ininterruptamente falando de casos, estudos, textos, descobertas e análises. 7 anos de uma amizade com confissões e trocas assiduamente de cartas; e assim acontece o primeiro rompimento da história de duas mentes que transformaram séculos; cabe lembrar que, Jung no qual viria ser o pai da psicologia analítica curou com métodos freudianos Sabina Nikolayevna Spielrein que foi sua paciente sob um caso de histeria; e entre 1904 e 1911 tornou-se sua amante. Logo após escreveu sua dissertação sobre um caso de esquizofrenia e no mesmo ano - 1911 foi graduada e aceita como membro da Sociedade de Psicanálise de Viena.

Por isso, o romper com Jung, Josef Breuer que praticamente o ajudou no casamento com Martha Bernays (seu primeiro e único amor durante a vida). Com Charcot no laboratório de França, o avesso dos amigos, as ideias debatidas e tido muitas vezes como louco (o qual é o título primo do revolucionário). Freud vê em outro homem uma maneira de desabafo e troca de cartas esse é Wilhelm Fliess que fora um médio alemão especializado em cirurgia; seu confidente, mais um. Foi nesse período em outubro de 1986 que começara analisando seus sonhos e remetendo os processos da infância, tendo diversas vezes um pequeno caso de histeria, sucumbindo e desejando a morte aos 40 anos, foi um processo difícil mas "ostra feliz não produz pérolas." Tais anotações torna a nata que viria a ser A Interpretação dos Sonhos (1899).

Existiu camadas como hoje uma delas é a psicologia. Freud foi além, ele nunca se interessou pelo o que se é ouvido, e sim nos assuntos nunca falados a ninguém que diversas vezes nos atormenta. Fumando mais de 20 charutos por dias ele desenvolve o termo "Psicanálise". O campo de investigação, fala do que grande parte das pessoas têm medo de falar, é algo independente da psicologia, independente de Jung e tantos outros, porém pagou um preço altíssimo como a família, os cafés com amigos, era sua missão estudar e abrir mais portas para quem o seguissem. Fez a mudança da concepção que atravessou e atravessa gerações. Mais um homem póstumo e com a vontade de acreditar e explorar o desconhecido.

Em 1933 como se sabe foi a queima grande de conhecimento pelos nazistas de autores judeus. Uma limpeza de literatura liderada pelo chanceler do Reich e Führer da Alemanha Nazista de 1934 até 1945. Nomes como Stefan Zweig, Thomas Man, Albert Einstein, Erich Kästner, Erich Maria Remarque, Ricarda Huch e o próprio Freud, nisso se mostra o poder que o escritor envolve numa sociedade, a eternização da escrita nos diálogos da leitura com o fiel leitor. Sigmund Freud morre em Londres aos 83 anos, sempre procurou a fama, porém denominava não famoso mais polêmico e conseguiu, devido a autoanálise tudo o que temos hoje, era ele sua obra prima.

Reitero que o Dr. Freud nunca prometeu "a cura" como ocorreu na visão junguiana que - enfatiza a importância da psique individual e da jornada pessoal e da totalidade. Seu seguimento foi elaborar formas para o ser humano conseguir amar e trabalhar formalmente, segundo Freud você transfere uma corrente à outra, não há de acabar desejos, fontes reprimidas, e o sexo como sentido da vida. Nisso, vem os termos id, ego e superego. Não foi fonte de consolo e por isso tantos rompimentos com outros intelectuais; Freud acumulou na vida, sem salvação como ele gostava de falar e; somente formas de moldar a escuridão de um modo ao qual todos nascem e muitos reprimes, por inteiramente agir no medo do jugo e pelo desentendimento das emoções envolvidas e o meio familiar que outrora nos esquece e oprime. 1939 morre Freud, mais um homem que na vida foi digno por ir embora e deixar esse globo melhor do que avistou, dizia - os poetas e filósofos que o antecederam descobriram o inconsciente - Freud teve o trabalho de estudá-lo. Como no começo adentrei essa ideia assim encerro, em toda humanidade homens e mulheres deram suas vidas para abir portas, na guerra, na ciência, na física, na economia, na política, e o que sobra são pessoas menos interessadas que levam adiante ideias e termos que o homem tem de si e dos outros, da mesma maneira há quem não leia de nada e só procure o tratamento, para uma vida melhor e assim amar e conseguir o sustento pelo suor de seu trabalho. Nonada, tudo que vemos com a ajuda de nossos olhos se volta a consciência, e o que organiza a vida num âmbito dos demônios e anjos se volta ou - revolta aos demônios dos outros tudo em prol de si.