A morte é comunista

Uma empresária, loira, de 35 anos, que não estava no grupo de risco, bonita (segundo o padrão preconceituoso da sociedade em que vivemos), morreu vítima do novo coronavírus. A morte não escolhe ninguém. Como disse Osho, "a morte é muito comunista", ou seja, ela nos iguala. Não nos alegremos com a morte de ninguém, pedido bíblico, pois todos vamos morrer, uns mais cedo, outros mais tarde.

Quem somos nós? Infelizmente, muitas pessoas vão permanecer as mesmas: orgulhosas, covardes, preconceituosas, violentas, com o coração e a mente cheios de maldade, desejando o mal para outras pessoas, tentando fazer o mal a outrem, tentando ofender a dignidade de outrem, infelizes. Mas ninguém consegue ser feliz tentando fazer outrem infeliz. Ninguém pode me fazer infeliz. Ninguém tem esse poder. Ninguém pode fazer com que eu seja o que não sou e jamais serei.

Mas, como dizem os sábios, eu não posso mudar ninguém. Eu só posso mudar a mim mesmo. Um erro de muita gente é acreditar que a morte só vem cedo para outras pessoas. Eis uma tolice! Por que não pensarmos que podemos ser os próximos? Não somos melhores do que ninguém. A morte é destino de todos nós.

Marco Aurélio, o imperador-filósofo, tem um conselho para cada um de nós, apesar de ele ter escrito o livro "Meditações" para si mesmo: "Não te conduzas como se fosses durar milhares de anos. Sobre ti paira o inevitável. Enquanto vives e podes, esforça-te por tornar-te homem de bem". É preciso analisar a si mesmo.

O admirável Epicuro me ensina a viver bem agora, com simplicidade, serenidade, racionalidade, justiça, virtude e sabedoria. Sêneca também me ensina. Os sábios me ensinam. A vida me ensina. A vida é bonita! O que existe é este momento. É o agora. O passado não existe mais. O futuro é ilusão. Estou concentrado aqui e agora, como pedem os sábios. Essa compreensão não é apenas intelectual. Está enraizada, encarnada em mim. Aprendi a saborear a vida. Muito obrigado, ó meu Excelso Criador!

Este texto foi produzido e escrito em Pastos Bons/MA, na noite do dia 14 de abril de 2020, por Domingos Ivan Barbosa.

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 14/04/2020
Reeditado em 15/04/2020
Código do texto: T6917294
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