Doze de Outubro - (Ao velho amigo)
Nessa data esquisita onde todos desejam a todos um feliz dia para celebrar algo que há tempos, para alguns, foi perdido (E que para outros nunca existiu.), eu venho com uma lembrança, talvez a mais duradoura de minha infância: uma amizade.
Sim, tive brinquedos, tive bichos, tive doenças, não tive fraturas (infelizmente), não sei porque, mas acho que uma criança não é completa se não quebrar alguma coisa (sua) no decorrer desse período frenético.
Tive um amigo, único e não-imaginário, que sempre me deu alegrias mesmo quase nunca nos vendo, já que ele trocou a infância pela sobrevivência.
E, quando descobri as letras: que descobri que poderia usá-las a meu favor, resolvi homenagear o homem que hoje ele é com um presente de criança.
Segue o texto dedicado à pessoa de Germano Silva em meados de 2005.
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Ao velho amigo.
Escrever pra você sempre foi difícil, nunca temos novidades, pois, sabemos o que acontece com o outro em tempo real não importa a distancia. Isso é química.
É desnecessário falar da importância de sua existência pra mim. Já te conheço existe tanto tempo que até me falha a memória.
É bom ter sua força, por mais tímido que às vezes (só bem às vezes) você pareça ser, sinto em cada passo seu a fúria de um exército. Gosto de teus conselhos e me divirto com tua inexperiência...
Não sei que motivos me levaram a gostar de uma pessoa como você, tão diferente de mim em idéias, posições e opiniões.
Talvez nunca saiba.
Não me importo com os motivos, quem fez ou quando o fez.
Só sei que um dia em algum lugar de nosso passado mútuo o universo conspirou para que fôssemos amigos.