É apenas questão de Escala.

As verdes pastagens. As árvores agora espaçadas. As represas d’água. Os peixes exóticos. Os cachorros de fora. Loteamentos insensatos. Diga-me, por que seria esta a natureza? Pedras exaustivas e geometria insana. Precisamos sentir o orgânico. Como? Caminhar até verdadeiras florestas ou vales? Não! Apenas diminuir as pedras, claro. Refúgios em hipócritas lugares naturalmente não naturais. Cana-de-açúcar à esquerda, gado à direita, árvores para corte à frente, plantio planejado, inundações para gerar energia, peixes e animais contaminados e esquecidos, cercar tudo e vender. Não venha me dizer que você gosta é do natural se passa poucos dias em lugares ainda pouco naturais e já reclama dos mosquitos. Não venha me dizer que precisa de descanso da civilização se você só troca a intensidade da cidade pela intensidade do campo. Ambas industrializadas e influenciadas. O que cansa na verdade é o sentimento de solidão e de deslocamento. Permanecer nas construções nos faz sentir planejados; um lugar feito por alguém, e você, um entre 8 bilhões, se sente pequeno, estressado. Mas ao diminuir a escala, tirar os prédios, as estradas, algumas pessoas, você se sente pertencente a algo admirando a já deturpada parte de natureza. Mas se tirar muitas coisas, seu instinto predador sentir-se-á ferido. Você não gosta do acaso e não quer viver em lugares em que esse reina. Você sempre prefere a segurança do planejamento, que na verdade é pura mentira. Você prefere abandonar e consentir com a destruição, vivendo como mais um número, do que a viver longe. Mesmo que isso custe a sua paz.