"Ensaio sobre o inferno dela,"

(...)E mergulhando no veludo

Da poltrona que eu mesmo ali trouxera

Achar procuro a lúgubre quimera,

A alma, o sentido, o pávido segredo

Daquelas sílabas fatais,

Entender o que quis dizer a ave do medo

Grasnando a frase: "Nunca mais".(...)

(O corvo) Edgar Allan Poe, traduzido por Machado de Assis

...

Seria completo, se acaso te pretendesse

Alvos dos meus olhos diários e essa sede

Que te laiva à única maneira de te revelar

Em memória provocada, ilusão e nada há

Qual redenção se faria por uma chance, só

Qual termo devo utilizar, que não te torne pó

O meu veneno das histórias recontadas, cai

E, sobre escombros desses sonhos, não mais

E ainda me seria a curva de te anunciar

Os meus ensaios mudos ao invés de retirar

Nada, há! Nem um pouco de conforto lúdico

Não há acasos, não existem olhos súditos

Cego, em campo de te reinar, à rima que for

É através da trégua que te mantenho, meu amor

..e repetir, e repetir,

...

Ii - "perante Hades,"

A minha ocupação é temperar o absurdo

Por declínio, ao tráfego alheio de contrastes

Eu deveria, ainda, aprumar- me de recursos,

Quais destes de uso inviável a desfiar a vontade

E como seriam os contatos tão impuros ao lado dela

Como me seriam as espécies vis, em tese e à ela..

tintas infiéis, impostoras de um arbítrio revogado, dela, somente..

Ainda que.. Um mesmo mundo de outros cursos, ela, sempre.

E descerá a mentira e rente, se fará crente, permissiva

Aos olhos devotos em combustível de outro ódio dependente

Mesmo que me for aos montes, a missiva será presente.

Eis-lhe.. O culto da prepotência aceita!! Um apelo corporal..

Ao inferno perante-hades, tão próximo da letra desigual..

Mas em fé daquela que me falta a linho vivo de sua descida,

..ou um exercício aparado com as mãos, sob o hábito como ponte e a vontade em sede(fome) de caminhar e caminhar.

...

IIi - "e, repetir."

Margens que a desvirtuam, a levam daqui

Qual levante crucial, império de imposições

A negação, minhas desistências, devoções

Jaz teu nome, meu amor. Toda queda de ti

Falha supérflua, por danação dessas letras

Asfalto e surpresa das curvas mais insanas

Eram tentativas, eram cartas e são chamas

Fumaça disparada, fé branca, seta certeira

Ela me revela e me completa por inverdade

A cena sem platéia que me encena e se diz

Ela é a corda balançando, minhas metades

Construção de um absurdo que falha a voz

Quando te fala por exceção à dor que te fiz

E poderia estar assim, inferno, solto de nós

..

AzkeTarOss
Enviado por AzkeTarOss em 18/03/2020
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