E o que é isso? (ou será que nada é isso?)
Em um tempo que não mais se repetirá. O que aconteceu ficará guardado no campo da memória. Se houve um feito mais elementar, talvez, quem sabe, e se for pertinente que dele se lembra, alguém escreverá algumas linhas. Porém, sem que isso se possa garantir, só resta conjecturar. No fim das contas, é disso que se trata: conjecturar. Fazer como o ilhado que joga a garrafa ao mar, sem saber que rumo ela seguirá ou se será encontrada. Porém, mesmo assim ele atira. Por quê? Esse é o mistério. Por que fazemos coisas sem saber se e como serão recebidas? O que é essa força que nos impulsiona, que nos faz tomar certas medidas mesmo sem sabermos qual resultado surgirá? Somos a essência da dúvida. Somos seres que se movimentam, que se arriscam, mesmo sabendo que à corda bamba, um corpo está. Somos, em certo sentido, atraídos pelo desconhecido, afinal, nada é mais elementar e sublime que o desconhecido. Ignorar o caminho, pode ser a chave para o mais primoroso caminhar. Todavia, não nos esqueçamos: não possuímos a certeza; tudo que fazemos, fazemos tomados pelo desejo de descobrir o que virá; conjecturamos. Enfim, são só conjecturas. Mas....., assim como não dá para prever se a semente germinara, a vida segue, como tem que seguir: arriscando em possibilidades, em conjecturas.