"Evasivo,"
(...)E eu disse: "O tu que das noturnas plagas
Vens, embora a cabeça nua tragas,
Sem topete, não és ave medrosa,
Dize os teus nomes senhoriais;
Como te chamas tu na grande noite umbrosa?"
E o corvo disse: "Nunca mais".
(...)
(O corvo)
Edgar Allan Poe, traduzido por Machado de Assis
...
Inferno.. repente, letrado, premente e irreal
Alça-me às cordas infames de mesmo degrau
indecisão ao término que te devota
Na prece incauta, incompreendida e morta,
Leve-me por fogo deixado, mas não me prove
Não me livre do prêmio que tanto se dissolve
E todas.. todas as mensagens fixas, invertidas
Ao ponto proclamado de tentativas indevidas
Deserda-me.. do marco que deixei por preferência
A marchar em turnos refeitos da vã opção
Um.. dois passos, de apenas dor, por referência
Meus dois dias em campo de centeio procurado
Meus passos de lado a pecado por compulsão
Ah, eu.. que tanto descia, também, devastado..
...
Ii - "Inconclusivo,"
Longa noite,
Por estreito colapso da mão
Que cadencia a letra
Que demove o desígnio
E não esquece a imprecisão
A revolta
A paixão anunciada
Eu,
Reles conforto de nadas
De águas inteiras
Das memórias ilhadas
E não existem
Não se formam
Ou até
Impedem essa camada de cor
Alheia de dor
E,
Ainda assim..
..te prefere.
...
IIi - "Imersivo,"
Alvo imperfeito
Atravessando a sensação do real
Concordância de apelo primal
E é a curva
A maçã, refeita de uva
De conselhos latentes e
Eu recusei
Eu olhei na cara da presença
Eu disse-lhe não
Nunca mais, nem essa mão
A tomada de assalto dos meu ego
Do meu lado incauto
Da minha imprecisão
Eu era
Ela, não.
Mas um pouco desse sufoco
E me fez lembrar
A curva
A maçã, eleita por uma uva
E
Ela foi
A minha queda
Que me resta
E o depois.
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