Destino e Acaso

O garoto andava distraidamente pela rua. Achou então, o maior tesouro de todos. Deus do céu! Como poderia estar ali, a razão da existência humana, jogada na rua, desprezada na calçada? Era aquilo. Aquilo. Aquilo.

O garoto pegou, guardou no bolso, ansioso. Tinha planos incríveis para aquilo, e verificava vez ou outra se estava seguro em seus bolsos. Os impérios projetaram-se em sua mente infantil, com os arranjos mais improváveis. Mas agora sim, agora era possível. O destino apresentava-se para ele sem adornos. Que incrível!

De tão entusiasmado, ele não viu. Um carro desgovernado, dirigido por um bêbado.

Terminava a vida do garoto que havia descoberto a razão de tudo. Ali, na calçada, planos mortos. Duas pessoas mortas. O acaso matava, mais uma vez, um destino glorioso.