DE OLHOS BEM VENDADOS....

Cegos pela fé, presos pela ignorância e domesticados pela cultura local, religiosos seguem valores invertidos nas igrejas como se fosse algum tipo de virtude!

*Por Antônio F. Bispo

1. Se “rebelar contra o ungido do senhor”.

2. Comentar com pessoas fora do grupo o que de ruim acontece dentro da igreja.

3. Questionar os métodos pelos quais “deus” se utiliza usa para “abençoar” alguém na terra.

Entre as dezenas de “pecados e proibições” que a igreja inventou, esses são os 3 mais “mortais” no mundo da fé segundo os ditames explícitos ou implícitos, faladas ou não nesses lugares onde sem perceber, o profano é sacralizado a todo instante.

O primeiro desses “pecado” é capaz de mover contra você, toda uma estrutura hierárquica de uma instituição religiosa, cujos líderes agem como se fossem milicianos, tentando à todo custo dominar territórios já conquistados, conquistar novos territórios ou aumentar o faturamento dentro do território já dominado por eles, utilizando-se de toda e qualquer ferramenta de manipulação existente (ou inventada) para que em nome de deus, seja subtraído o máximo possível do faturamento ou do patrimônio dos fiéis.

Quem já cometeu esse tipo de “pecado” , o de “se rebelar”, sabe muito bem que por mais “concorrente” que um líder religioso venha ser do outro dentro do mesmo território ou fora deste, quando um crente “se rebela”, todos eles ou a grande maioria deles (dos líderes) se unem para silenciar a todo custo os impulsos anarquista de tal membro, afinal se um líder vier a cair no descrédito por alguma teoria “herética”, todos eles podem cair também, e o motivo pelo qual eles “servem a deus” ficará obsoleto.

Todos eles sabem que para defender conceitos abstratos e surreais que só existem no mundo da imaginação dos que comprem tais ideias, ações reais e imediatas devem ser tomadas logo, senão todo o universo fantasioso do mundo dos deuses desabará como se fosse um castelo de cartas.

Desde o início de sua história, a fé cristã, bem como tantas outras foi imposta pela força da espada, da chantagem, de represálias ou de manipulações diversas para que as pessoas viessem “servir a deus” e a igreja por meio dessa crença expandir seus domínios. Servir a deus era o mesmo que servir aos seus representantes e tem sido assim até hoje.

A VIDA OU A CRENÇA? Essa é a pergunta milenar feita toda vez que um novo território é conquistado para deus em vária religiões. O lado negro da expansão do “reino de deus” jamais te contará. Mas ela se repete todos os dias e você pode conferir por conta própria e só não serás capaz de enxergar se tiveres sido picado pelo vírus “virtuosa irracionalidade”, pois obedecer cegamente a quem impõe a crença faz parte do processo de catequese de todos os conquistados.

Rebelar-se contra todo abuso, estupidez, infantilidade e imbecilidade faz parte do processo de quem ainda goza de suas faculdades mentais até por que a não reação provocar a perda da vida ou liberdade.

O modelo de conquista e conversão adotado pela igreja é como um grande trator desgovernado, que sai esmagando tudo o que estar em seu caminho. Se não for aberto uma vala profunda o bastante para que fiquem preso nela o trator e seu maquinista, é necessário pelo menos tirar as peças principais que fazem girar as engrenagens do sistema, tornando inútil a função da máquina desgovernada e do maquinista louco pois ambos, por meio de tanta truculência, poderiam trazer destruição aos solos mais frutíferos e produtivos da nossa intelectualidade quando substituem os mais diversos plantios e fertilizam nossas mentes apenas com a semente principal da religião que é o medo, a ganancia, a ignorância e a subserviência forçada.

Desde os primórdios, é sabido que não é preciso muita coisa para irritar um “homem de deus”. A arrogância a prepotência são odores desagradáveis muito peculiares a grande maioria destes. Em certos casos um simples “eu não entendi o que isso quer dizer” pode ser encarado como um sinal de afronta, como se fosse um ato declarado de rebeldia de sua parte para com os tais “guardiões da verdade e justiça”.

Se o líder religioso possui todos os níveis de graduação em teologia ou se mal sabe escrever o próprio nome e só estar ali por que foi capacho de um líder maior, o orgulho será o mesmo se o único meio de vida destes for o bolso dos crentes que eles governam. As ameaças que eles fazem também terão o mesmo impacto. Porém, quanto mais graduado este for, mais credibilidade terá e mais fácil será ordenhar o grupo. Se não tiver graduação nenhuma, a intimidação pelo “poder da palavra” sempre funcionou!

Mesmo que esteja ligado a uma pequena ou grande CONVENÇÃO, o líder religioso será sempre INDEPENDENTE no território em que preside, e até que ele venha ser substituído por estar te perseguindo, te prejudicando ou interferindo diretamente na condução de sua vida, de seus negócios ou do teu casamento, a tua reputação, tua saúde física, tua sanidade mental ou teu patrimônio já poderá ter ido à pique se esperares que deus ou a hierarquia eclesiástica venha te salvar.

É bem provável que esta fique do lado dele pois ele, a ela representa. Quando não, em casos comprovados que você realmente fora a vítima do absurdo, o máximo que eles farão é transferir o líder maléfico para outro local, para aprontar outras tantas por lá e sair rindo de tua cara ainda, te chamando de trouxa, e você vai ficar no prejuízo chorando pelos cantos, esperando uma justiça divina que nunca virá!

Como prêmio de consolação, alguns irão te dar um cargo dentro da igreja, para te silenciar, te fazendo trabalhar de graça ainda mais para eles, e farão você acreditar que estava sendo apenas testado por deus para uma causa maior. Nesses casos, mesmo se eles te deres em mão um CERTIFICADO DE TROUXA escrito com letras garrafais, você o exibirá como se fosse um troféu, pois mesmo lendo o que estar escrito, entenderás de outra forma, só por estar recebendo tal premiação das mãos de um “ungido”.

Quanto ao pecado de número 2 acima citado, é esperado, aconselhável, ou subentendido por todos do grupo, que mesmo que você não entenda ou não concorde com algo dito pelo “ungido” e seus asseclas, que você diga AMÉM e aceite tudo o que for dito por estes. Desse modo você evitará uma avalanche de desafetos contra ti que poderá vir de todos os lados, inclusive ou principalmente de sua própria família, que esperando não ser penalizada também pela sua “rebeldia”, insistirá para que você seja uma ovelha muda e “coma calado” tudo o que o “homem de deus” disser.

Nem sempre seus parentes religiosos são pessoas com más intenções ao te pedir servidão total às crenças que te ensinaram, ao grupo ou ao “Homem de deus”. É possível que estes, assim como quase todos só estejam com medo, se protegendo, tentando preservar a própria paz, a “honra da família” ou evitar uma condenação eterna por teres se “levantado contra o homem de deus”. É um mau que se arrasta por séculos e as tradições familiares nos fazem parecer que seja melhor trocar a nossa própria liberdade pelo afago de um suposto facilitador que poderá te conduzir aos reinos dos céus.

Somente depois de liberto é que uma pessoa é capaz de perceber que as ameaças, agouros ou supostas bençãos que esses possam impetrar contra nós, não tem validade alguma. É do medo que eles vivem, é no medo que eles prevalecem é por meio da intimidação que eles se tornam quem são, com supostos poderes de facilitar a “vida espiritual” de alguém bem como a salvação ou condenação deste. Depois de um tempo, você perceberá que a coisa mais salutar que existe na vida é desprezar tais abomináveis criaturas ameaçadoras, quando estes abrindo um “livro sagrado” e por meio de intimidações baratas tentam te trazer de volta ao “colégio dos oprimidos”.

Quando um desesperado encontra um vigarista em busca de respostas metafísicas para coisas físicas, desprezando o agente causador, um guru espiritual ou um líder religioso barato fanfarrão tomará forma e como um parasita maldito passará a viver às custas do hospedeiro. Isso acontece há séculos e assim será até que venhamos assumir as rédeas de nossas próprias vidas ao invés de terceirizarmos nossas responsabilidades, buscando respostas surreais para o óbvio.

É esperado por parte da grande maioria insana do grupo que os membros silenciem diante dos maiores absurdos cometidos por qualquer líder religioso. A exemplo de João de deus, mesmo que um líder religioso venha fazer algo suspeito ou declaradamente amoral com alguém de dentro ou fora do grupo, durante ou depois do atos litúrgicos, é aconselhável que o membro do grupo ou a família inteira deste, bem como todos os que presenciaram a cena, mantenham silencio a cerca disto, pois segundo esses vigaristas, deus trará aflições aos que tornam público os escândalos em sua casa.

O vaqueiro ordena e o gado obedece! Mesmo quando visivelmente uma ovelha estar sendo espancada, maltratada, humilhada ou até “fodida” pelo chefe maior, o silencio deve permanecer e se rebelar contra isso, é assinar o próprio decreto de morte. E chegam a dizer que somente deus pode julgar um ungido, e que isso só será feito no tal dia do juízo final, e que por mais errado que um ungido esteja, há 99% de chance dele ser redimido por deus, enquanto o que sofre em suas mãos será punido por não saber perdoar um ungido de deus em seus momentos de “fraqueza”.

Dizem que nada se compara estar na casa de deus. E isso é verdade! Em certos casos, nem em um puteiro baixo, de quinta categoria, uma pessoa seria tão humilhada, explorada, abusada e lhe vetado do direito de defesa. Em outros lugares, quando uma pessoa não estar mais gostando do recinto, sai, vai embora e pronto! Na “casa de deus”, quando uma pessoa decide sair por estar sendo feito de trouxa, uma avalanches de maldiçoes, e ameaças de morte e inferno eterno, faz com que a grande maioria retorne aos braços do seu explorador e ainda se sinta grata por ter tal pessoa “zelando pela sua alma”.

O terceiro pecado imperdoável segundo a visão dos crédulos, é o pecado de questionar os métodos que deus adota para manifestar a sua “gloria”.

Deus, desde o princípio, sempre usou métodos cabulosos, duvidosos, horrendo e controversos para se manifestar. Ele jamais aceita ser confrontado. Em toda a história de sua “existência” sempre ficou difícil saber quando ele estava ordenando o líder ou quando o líder estava ordenando-o, pois a vontade de um, sempre se confunde ou coincide com a vontade do outro. O desejo de ambos, tanto do líder quanto de deus, sempre fora que as pessoas o obedeçam sem questionar, sem pensar, ser redarguir, pois o cérebro poderosíssimo que “ele criou” não serve para nada, apenas para enfeite, ou apenas para usarmos para pecar contra ele por meio da reação natural ao questionamento.

Ao tirar o povo do Egito ele fez um estrago danado àquele povo por que Faraó e seus súditos questionam seus métodos e desse modo todos pereceram. No deserto, uma viagem que poderia durar apenas 40 dias ele fez durar 40 anos segundo o que a própria bíblia diz. E o motivo? O povo fez questionamentos sobre como iriam conquistar a terra prometida com tão pouca gente armada e preparada para o combate. Ele parece ser um grande velho louco, insano ao cubo, ao ponto do absurdo de colocar um ser humano, mortal, comum, sem nenhum poder diante de uma situação tenebrosa e se irritar se esse ter dúvidas quanto a solução do problema.

Durante os 40 anos seguidos no deserto, segundo o que os seus próprios profetas disseram, ele matou a todos os quase 3 milhões de pessoas que saiu do Egito para o servir, e somente os descentes destes vieram herdar a tal de terra prometida. Prometeu, não cumpriu, matou a todos os questionadores e ainda quer ser louvado pela sua “fidelidade”. Pode isso? Literalmente ele tirou o povo da servidão Egípcia para os matar aos poucos no deserto, enquanto fazia exibição do seu próprio poder.

Baseado nisso, fica muito fácil qualquer imbecíl portando uma bíblia conduzir multidões mesmo contra a vontade destes e mesmo assim convencê-las que não há outra alternativa para os tais, se não for a subserviência total a deus e a seus ungidos.

Na bíblia todo o pecado de rebeldia ou dúvida foi pago com morte. Desde a sua fundação, o cristianismo tem procurado dar a mesma paga a todos os “rebeldes” e “hereges” que de modo aberto questionam os métodos pelo qual deus trabalha.

Um ser humano com dúvidas quanto ao agir de deus deveria ser considerado como uma pulga insignificante, no entanto não é assim que eles são tratados. A igreja sabe que o mínimo de dúvida a respeito de algo “sagrado” pode desencadear uma série de fatores que levarão ao poderio que eles têm. O poder que ele tem é real e ao mesmo tempo ilusório que só durará até o despertar de alguém. Por esse móvito, eles procuram literalmente cortar o mal pela raiz, pois o simples ato de questionar os métodos pelo quais deus age, desmonta toda a ideia de deus e toda estrutura hierárquica da igreja, seja esta qual for.

De olhos bem vendados, confiantes que estão num caminho certo, muitos entregam o controle de suas vidas aos líderes religiosos e por meio de seus conselhos e ameaças estes viverão ou deixarão de viver.

De olhos bem fechados, fechados por vontade própria ou por intimidação, “irmãos de igreja” veem todos os tipos de abuso sendo cometido contra sua família, seus conterrâneos ou contra indefesos e nada fazem com receio de ameaças humanas ou divinas e acham que o ocultar o próprio abuso ou o abuso alheio é uma virtude que será recompensada pelos deuses.

Do alto de sua inexistente, glória e poder a figura de deus é aclamada, usado como referência de um grande chefe miliciano que autoriza a exploração das pessoas e o controle das “favelas” onde o seu nome é invocado.

Onde o seu nome é invocado surgirá a figura de um deus irado. Quando a força da intimidação encontra espaço surge sempre uma geração de gente covarde, abobalhada, vivendo, morrendo e matando em prol de uma ideia absurda ou pelo menos para se proteger dos líderes ferrenhos.

Quando reconquistamos nossa independência e liberdade intelectual, podemos afirmar sem medo de um deus irado, nem de súditos abobalhados, nem de líderes que religiosos que agem como chefe de milícia que O MELHOR LUGAR DE SE ESTAR EM UMA IGREJA É FORA DELA!

Saúde e sanidade a todos!

Texto escrito em 23/2/20

Esse é o texto final da sequência: UM DEUS IRADO, UM POVO ABOBALHADO, publicado em 3 parte nos últimos 30 dias aqui nessa página!

*Antônio F. Bispo é graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.

Ferreira Bispo
Enviado por Ferreira Bispo em 23/02/2020
Código do texto: T6872346
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