Se a Vida Fosse uma Mulher
Se a Vida fosse uma mulher sua principal característica seria a multiplicidade. Ela perceberia tudo a sua volta de forma apaixonada. Seria elegante, com um meio sorriso encantador e inspiraria todos a sua volta.
Imagine uma mulher que pudesse ser definida de diversas formas. A qual nos permitisse fazer um mergulho profundo em sua alma – porque o medo não faria parte da sua essência.
Assim, poderíamos nos render e rendidos ultrapassar nossos próprios limites. A rotina não nos incomodaria porque a Vida estaria sempre lá, indicando um recomeço ou um recriar-se.
Ela sutilmente nos redirecionaria o caminho, pois cegos e apressados pegamos alguns desvios que partem os nossos corações.
A vida é uma amiga atenta, não tão raro, ela nos abraça. Nos acolhe em sua quietude. Mesmo quando há uma agitação barulhenta dentro da gente – um tumulto interminável.
Ela meio que caminha em nossos sonhos, loucuras, nos momentos de exaltação e furor ou quando as lágrimas caem do olhar.
Se a vida fosse uma mulher, ela nos acolheria em nossas fraquezas. Seria a mais linda e perfeita manifestação do desejo humano.
Dizem que ela é uma madrasta cruel. Mas, somos nós que escolhemos os nossos caminhos. Somos os construtores da nossa existência.
De repente, sejamos algum tipo de amigo ingrato. Daqueles que quando tudo dá errado procura alguém para culpar.
Assim, revestida de reverência a Vida se cala parecendo emudecer. É como se uma cor acinzentada tomasse conta do nosso dia.
Ela recolhe seus cuidados e de forma mansa vai se distanciando até o ponto onde nos sentimos novamente sós.
Alguns vão além, e a matam dentro de si. Por alguma razão não se acham merecedores da sua amizade - porque estar no escuro parece demandar menos energia.
E a Vida segue seu percurso. Vai deixando o seu perfume e esperando a chance de voltar a pulsar. Vai espalhando significados por cada canto que passa.
Alguns, nunca entenderão!