Menina dos laços negros
"[...] Devia haver uma espécie de armazenamento externo para colocarmos as lembranças que tanto nos fez bem, e hoje são apenas saudades. Ou talvez um botão para reiniciar a vida.
Passam dias, anos, horas, datas, etc. e tudo isso vai somando e somando e quando chega o final do dia a tarifa emocional estar estupidamente alta.
Mas você é uma pessoa persistente. Levanta pela manhã, lava o rosto, toma banho e estar pronto para começar mais um dia. Sem as definições atualizadas, o dia lhe mostrar interessante.
Até o momento que você se acha esperta e decide nos primeiros segundo da manhã trabalhar com o tempo. Tem horário e data para quase tudo. Até que você percebe que hoje, conforme o tempo, é uma data que você possivelmente fez algo importante ou fez alguma "coisa" idiota sozinha ou acompanhada. Por que somos assim, marcados por lembranças?
E a ir você fica preso entre as lembranças e a tortura que esse dias lhe representa.
As pessoas passam por você na rua e você sente-se encurralados com seus olhares. O chão parece não existir, tudo fica tão leve, próximo as lembranças que estão estacionadas na sua mente.
Nesse espaço de tempo inicia-se uma guerra, que muitas vezes escondemos nas cobertas de um sorriso.
Só quem já perdeu algo que realmente importa, sabe o que é sentir saudade e não poder fazer absolutamente nada. Apenas assistir o dia passar e tentar manter-se de pé, até que o dia termine. Muito pensam, mas só lembra nesses dias. Seria o sonho de quem sofre de saudade, as datas são apenas dias mais intensos para serem vividos.
Talvez, seja algo que nem o próprio tempo será capaz de ajudar. Já que no calendário marcam anos e anos, e na mente marcam milésimos de segundo, que tudo aconteceu.
Era para ser fácil, já que temos um alicerce chamado fé, mas a fragilidade é tão absurda que você esquece do lugar de onde veio [...]
[...] Após 22 dias de muitas lágrimas sorrateira, a Marina teve um sonho e quis ela voltar a viver [...]" - (M.M. Menina dos laços negros, pág.: 35)