As Frutas e Oralidade e a Identidade

Assim mudando de assunto, pois até agora falei e comentei sobre os escritores um americano David Foster Wallace e um norueguês Karl Ove Knausgard bem talentosos.

Simbolicamente mudo para comentar acerca do escritor austríaco Peter Handke e sua extensiva escrita normalmente complexa, primeiro iremos comentar acerca da oralidade em suas peças teatrais. Lembrando que é um Nobel de Literatura desse ano.

Finalmente o escritor e dramaturgo austríaco Peter Handke defende o fim do teatro aristotélico em suas peças faladas, um novo tipo de elemento é adicionado a contento.

Realmente suas peças teatrais são provas vivas da defesa de um teatro ‘concreto’ em sua realização bem canônica, vamos aqui a análise da peça teatral ‘Insultando o público’.

Usualmente seus insultos são colhidos em manifestações públicas coletivas e de pessoas no estrelato da música e do cinema, o escritor Peter Handke jamais chama seus atores de ‘atores’, mas chama com atenção de ‘oradores’ demarcando espaço com palavras, ele sabe a importância dos verbos, isso ele repete em uma entrevista.

Timidamente ele dimensiona ‘suas peças faladas são espetáculos sem quadros, e sim um conceito de mundo; elas apontam para uma possível definição de mundo segundo a forma de palavras’.

Aí reside suas possíveis e cristalinas críticas ao mundo de sua época e para o mundo atual em fragmentos. Pois a fragmentação faz parte do teatro pós-dramático que ele assim faz.

Sinuosamente seu teatro faz parceria com o teatro produzido por outro dramaturgo Peter Brooks...Essa fragmentação em forma de insultos atrai espectadores em diversas partes do mundo.

E suas peças cabem em nossa realidade de mundo em fragmentos, e seu teatro transmite esse pensamento, bem direcionado, seu desejo profundo é que o público se reconheça quando se o indivíduo se repete, se contradiz, age de forma bem dialética, quando expressa essas formas de expressão existentes em sua vida comum.

O dramaturgo Peter Handke joga com as possíveis mudanças existentes em seu mundo, considerando que as palavras são canais de mudanças de sentido ou de significado, neste ponto é antiaristotélico em suas mentalidades; sabendo que esse jogo significa muito e capitaliza pouco.

Radicaliza essa mentalidade e dinamiza esse caminho, seria uma utopia distante sua peça teatral, seu jogo de palavras no palco é uma inovação no primeiro momento.

Assim sua agnoresis dimensiona a realidade imagem-palavra-movimento representa bem as inovações escondidas em cada obra teatral em que ‘Insulto ao público’ se insere naquele momento.

Legalmente essa agnoresis se insere no contexto total de sua obra em ensaios, romances e obras teatrais, Peter Handke também acerta ao usar esse conceito e reusa outros conceitos aí escondidos no significado do original.

Inicialmente o dramaturgo Peter Handke pondera em diversos caminhos quando faz uso desse conceito de agnoresis em sua obra teatral ‘Insulto ao público’, nunca erra nesse pensamento.

Legalmente ele se fundamenta que suas peças faladas são de fato uma exteriorização natural de autoacusação, confissão, declaração, da profecia e da mentalidade surge ali escondida.

Ironicamente esse dramaturgo esconde uma nova forma inventiva de se realizar um teatro diferencial, de se escrever um romance e um ensaio, são pontualmente muito descritivas que é sua potência descritiva.

Dialoga com os caminhos possíveis da inovação possível escrita em seu caminho, nunca nega a ironia existencial e capilariza nominalmente agir-pensar-falar.

Agora o dramaturgo também acerta quando GOLPEIA e ASSASSINA os outros escritores de sua época, dizendo que sua escrita existe uma potência descritiva bem escondida.

Diante disso nominalmente Peter Handke também ironiza com uma escrita bem leve ao escrever títulos nada quietos em primeira mão, também como o escritor Karl Ove Knausgard, não li nada a respeito de suas obras, pelo qual lamento muito, e Pierre Bayard me ajuda muito a explicar esse fato, em sua obra ‘ Como lembrar dos livros que não lemos’.

E o dramaturgo Peter Handke consegue se alegrar com o bom uso de agnoresis em seus textos e obras teatrais numa forma de reconhecimento da polifonia da vida ou Poliphonie das Lebens bem artística usada por outras pessoas num passado próximo.

E nesse momento desejo falar sobre a questão de identidade, num primeiro momento me identifico com o treinador Pep Guardiola questão simples de identidade aflorada desde da infância meu pai foi torcedor de um time da antiga capital do país.

Assim Pep Guardiola representa o melhor existente no futebol atual, em questão de inovação e criação de ideias possíveis nas quatro linhas como um mecanismo sábio de invenção e nada mais.

Identificar ao futebol arte defendido pelo treinador é algo relevante e importante em nosso momento como professor...Eu associo ele a um rio de lembranças pessoais em diferentes momentos e quintais da minha vida.

Dialogar com esse passado, em que tios, primos e um avô são fanáticos torcedores de um time chamado Flamengo na antiga capital do país como um exemplo de fidelidade ao futebol arte que um dia aconteceu nas quatro linhas.

E recordar também que meu irmão é um torcedor fanático do Corinthians aqui próximo de mim, e saber também que o escritor Peter Handke também escreveu um romance sobre um prisma do futebol, escreveu o radioso romance ‘Ansiedade do Goleiro diante do Pênalti’.

Naturalmente o escritor austríaco ofereceu outras categorias para o futebol nada normais para sua apurada análise de práticas esportivas, normalmente a força existencial foi fundamental para a compreensão.

Timidamente Peter Handke ofereceu a combinação de análise apurada com elementos de sua polifonia da vida e com uma quantidade infinita de dados cotidianos.

Isso tem um elevado peso de humanidade quando expõe isso em seu texto, em que concordo com ele, e com ele defendo uma linha de raciocínio existe uma materialidade social da existência com extremo peso da polifonia da vida.

Dialogar com a literatura e futebol é algo riquíssimo, eu sei bem disso quando realizado com extremo cuidado e acuidade.

A desventura em realizar esse texto como um comentário longo também faz parte da nossa polifonia da vida como um elemento fluido da mesma vida, nisso precisa de muita kunstwollen e cada artista sabe onde ela está.

Diante disso me lembrando do crítico hermeneuta Hans Ulrich Gumbrecht salienta a presença da vida nos modos de existência e que o futebol sacramenta tudo isso com doses de humor e de muita humanidade.

E nessa dose de hermenêutica aqui acrescentada dinamiza com cuidados e ambiências bem latentes de uma realidade sofisticada e atenta aos riscos de criar uma realidade.

JessePensador
Enviado por JessePensador em 07/01/2020
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