breve devaneio sobre a teimosia
O que é a teimosia? A origem da palavra vem do latim thema. Significa “assunto, argumento, tese”, do Grego thema, “o que se propõe”, literalmente “algo estabelecido”, de tithenaI, “colocar”. Ou seja, a etimologia nos ensina tratar-se de algo já estabelecido, assentado, aceito, enfim, trata-se de se lidar com um pensamento ou argumento que se entende irrefutável. Porém, se assim é, não se poderia confundir teimosia com dogma, doutrina...? E isso não se opõe ao que se entende por aprimoramento, crescimento quando se tem duas posições que se conflitam ou divergem?
A pessoa teimosa é aquela que mesmo tendo a possibilidade de novos argumentos (em oposição aos seus) não abre mão dos seus. Ela permanece nessa posição sem se permitir a ouvir novas argumentações. E isso, lamentavelmente, tem sido a marca recente de dirigentes nacionais. Trata-se de uma nova(porém, já testada em tempos outros) forma de estabelecer "novos" entendimentos.
Apresentar a planificação da terra, em si, não é um problema. O nó da questão se dá quando essa "tese" nega toda forma de ciência. Quando se ridiculariza séculos de estudos e experimentos científicos somente "baseado" numa crença pessoal, isso sim, é perigoso e demonstrativo de que algo mais aterrorizador pode estar sendo gestado. A humanidade não teria chegado onde chegou, não fosse experimentos e tratados acerca dos mais variados assuntos. A lei da gravidade, por exemplo, não surgiu da mera observação. Ela se estabeleceu depois de muitos outros testes. O conhecimento não algo estático! Bem o contrário: ele só será assim entendido quando se tiver em conta que nada, e tem que ser assim, nada se dá per si. Tudo é um encandeamento de junções e complementariedades. A esfericidade da terra não se estabeleceu somente porque alguém assim determinou. Não! desde os gregos, e antes deles, os fenícios, sabia da forma circular da terra. Porém, e tristemente, nos últimos tempos, temos visto colocações assustadoras. Trata-se de negar, sem base sólida, toda progressividade civilizacional. Tantos foram os caminhos percorridos e vencidos até aqui. Deixar que tais "ideias" avancem, pode ser o retorno a tempos que pensávamos superados. Não podemos; não podemos, sob pagarmos elevado preço da inércia, deixarmos que isso aconteça.