Curso de Filisofia da Vida Prática - parte 12
O mundo está carente. Há um vazio no coração do ser humano por não achar respostas as suas indagações. A religião é uma fonte poderosa de esclarecimento da vida e através dela pode-se chegar a patamares mais do que satisfatórios de evolução espiritual. As pessoas que têm e que praticam uma religião diferenciam-se dos materialistas por já depositarem suas vidas numa força além da força humana. Se analisarmos com desprendimento e sinceridade veremos que o homem, um ser que vive uma centena de anos dentro da infinidade da existência, não pode depender exclusivamente das suas próprias forças.
Ele é limitado em tantos aspectos que chega a ser penoso admitir. Se, no entanto, mudarmos a direção da mente na intenção de desvendar o mistério humano encontraremos a origem da força do homem. Ele toma medicamentos materiais em busca da cura de uma enfermidade que, se for pesquisada a fundo, dentro da sua própria consciência, não se originou de uma alimentação errada, tampouco de um desregramento físico qualquer, mas de sua maneira equivocada de encarar a vida. É onde um entendimento religioso entra e promove a cura que nenhum outro meio físico é capaz de realizar. Ele compreende que foi a sua mente que mudou, o que fez mudar o seu corpo físico, pois um depende do outro.
Os milagres são os sustentáculos das instituições religiosas e são esses milagres que fazem polemizar o meio cientifico, a imprensa, a intelectualidade, etc. Se compreendêssemos a definição de milagre, não haveria motivos para contendas nem insatisfações de espécie alguma. O fato de se encarar doença, pobreza e outros sofrimentos como fatos normais que fazem parte da vida e não se consegue viver sem eles é que traz como consequência essa briga sem fim entre materialistas e espiritualistas. O fato de uma doença ser curada sem a necessidade de ingerir medicamentos não deveria causar espanto nem controvérsias. O nome ‘droga’ dado aos medicamentos já indica que ele não deveria ser ingerido.
No entanto é aplicado ao paciente em doses controladas para que seus efeitos nocivos não se façam presentes e forneçam a ilusão de que aquilo vai produzir a cura. Isto, em escala mundial significa a força do consciente coletivo que deixa marcas profundas em determinado remédio e, por conta disso, sua força curadora torna-se evidente. Da mesma forma, um medicamento perde o seu efeito e sai de circulação quando a maioria das pessoas deixa de acreditar nele.
Dificilmente paramos para pensar profundamente nas coisas que nos rodeiam. Vemos o desenrolar dos acontecimentos, sofremos as consequências deles e, mesmo quando não sofremos queremos acreditar que aquilo não nos diz respeito. Assim levamos a vida, aceitando os fatos, sugestionados por forças poderosas vindas de todos os lados. Há quem diga que a vida é uma grande ilusão. Há nisto um fundo de verdade porque dependendo de como se encara e de como se vive a vida ela pode se tornar mesmo uma ilusão, ou melhor, pode-se fazer dela uma grande ilusão.
O homem vive pela força do seu pensamento. Impressionante como numa época tão avançada quanto a que vivemos ainda não é dada à mente a importância que ela realmente tem. O homem é aquilo que ele acredita ser do fundo do coração. Mesmo as religiões têm por objetivo desenvolver o potencial mental do ser humano. A fé não é mais do que a mente elevada a um patamar de segurança e confiança que faz do homem um ser diferenciado e o capacita a olhar o mundo de um plano elevado; a visão de cima é muito mais ampla e abrangente.
Utilizar a fé e a sabedoria para o benefício do planeta como um todo; este deve ser o comportamento do homem esclarecido. Toda entidade que presta um serviço que tem por alvo a melhoria do homem já pode ser conceituada como de caráter religioso. Aqui já não é o caso de colocar Deus no centro de suas atividades porque ela não é uma religião em si, mas como beneficia a humanidade pratica o bem e isto é um somatório no trabalho universal de conscientização planetária. O homem deve procurar Deus nas ações de outros homens elevados espiritualmente. Há que ter sabedoria para discernir a verdadeira ação humanitária daquelas eivadas de interesse.
Em todos os tempos buscou-se a paz. Se pararmos para observar como este mundo é belo e repleto de abundantes graças, mesmo que não queiramos ou duvidemos teremos que admitir uma inteligência suprema e poderosa por trás de toda essa perfeição. A crença é inerente ao próprio homem, mas a gratidão é a melhor ferramenta para uma vida plena. Desde tempos remotos busca o homem desvendar os mistérios do mundo invisível e muitas dessas respostas já estão dentro de sua mente em forma de intuição.
Seguir os pensamentos que pairam no fundo da consciência e colocá-los em prática no dia a dia é a maneira mais eficaz de viver sem cometer erros; isto porque somos guiados por uma força invisível e poderosa e sua primazia é o bem. Não há o perigo disto resultar em ações para o mal se o foco antecessor estiver embasado na fé.
Em tudo há um retorno tanto para o bem quanto para o mal. O bem, sendo inerente à criação se torna a busca do homem. O mal deixa de existir na mente de quem não reconhece a sua força. A ignorância de uns pode outros enriquecer; a cautela e a busca pela verdade faz a diferença entre o preguiçoso que aceita e o insatisfeito que não se deixa convencer por palavras, apenas. Religião jamais pode ser sinônima de fanatismo. A crença aberta, não dogmática é a melhor opção para o mundo de hoje.
O homem não é mais aquele ser sem recursos que via em Jeová o Deus tirano e inflexível. Optar por uma fé verdadeira é fundamental na senda da evolução. A despeito de um incalculável número de religiões, a grande maioria delas acrescentando, com suas práticas do bem, valor à humanidade, ainda vemos um mundo materialista e isto prova a imensa dificuldade do homem em compreender sua natureza.