Nos porões da vida
"parafraseando Shakespeare, e toda licença do mundo: ser ou não ser, eis a questão.
ser o que sou e saber que meus demônios me acompanham; não se trata da metafísica - nada sobrenatural, eu garanto.
É impulsividade que circula no sangue, junto das proteínas, açúcares, gorduras, enzimas, vitaminas e hormônios.
Colérico as vezes ou, quase sempre eu sei, pois a conheço bem: sai dos porões - sobrevoa, subindo e descendo as escadas do peito; apertam meu coração a ponto de querer estrangular o pobre coitado
Não é falha moral, longe disso. É imperfeição, somente; de certa forma, melhor assim -, pois, a perfeição, seria um martírio.
Esse enguiço, é briga contínua, quando dou por mim...
Por outro lado, lá no outro significar: é também, impulsor de meus desejos e alegrias
Ah o equilíbrio!, as vezes, passa raspando sobre minh'alma e avisa-me dos limites - glorifico a todos os céus e firmamentos da razão -
Encerro, parafraseando Nietzsche: sou humano, demasiadamente humano."