"A tela dos descrentes,"
"Fora de casa sois pinturas; nos quartos, sinos; santas, quando ofendeis; demônios puros, quando sois ofendidas; chocarreiras no governo da casa e boas donas do lar quando na cama."
(Otelo) Ato II - Cena I
...
Passagem de ida pelos seus versos alheios
Pela faca que desdenha de um mais um pouco
Do calor excessivo que não me livro, nem creio
Eu deveria acreditar que ela não existe, nem corpo
Ah, esses devaneios alquebrados por tentar
E tentar e tentar, e mais do que puder ter
Ah, eu era um esboço de seu reino sem querer
E eu berrava sob seus pés e ela não estava lá
Então o sonho se torna pilhéria e a guerra acabou
A minha noite mais fria era queda pra aquece-la, mas
Não bastava, não entraria um sopro sequer
Então o meu intento tomba e tudo que não era, desabou
Não era água, não havia cartas que pudessem le-la, mas
Tolo de tentar mil vezes a mentira que nunca me quer,
..eu, ainda assim,
tinha fé.
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parte 1/2 - "uma outra exceção,"
É o primeiro ensaio de culto interior
De frases arranjadas, crime que for
E cortinas amontoadas, sem canto
Tanto do ar rarefeito em desengano
Tantas sobras de uns apelos e jeitos
Conforme seriam as minhas cartas, também
As minhas mesmas mentiras de pecados e além
Porque.. é a retirada da estaca em ato desfeito
É morada das causas impossíveis de se ver
Ou ter um instante de dúvida pra só acreditar
Nas vezes de um sonho aparado e revisto
Com disparidades por alcunha pra, então, querer
E a fome.. naquela ânsia que tudo consome, a continuar
É noite, é dia e é a ponte da onde eu a insisto,
..mas lá, eu não vou terminar.