O Empresário e o Vagabundo
O Empresário e o Vagabundo
(Alex Louzada)
O Empresário dedicado, conta seu dinheiro
Vai pro estrangeiro e só anda de carro
O Vagabundo dedicado, vive de outra forma
Nunca vai pra Europa e anda meio de lado
O Empresário dedicado, só conta vantagem
Tem mulheres lindas, uma em cada cidade
Já o vagabundo, tem a sua mina
Não fica na pista, corre atrás do pão
Um dia se encontraram em um churrasco
Um falava de Eldorado o outro só de futebol
Mas pra que não haja confusão, direi a vocês:
Que o vagabundo um dia já foi rei
E o Empresário também caiu um dia
Depois do domingo voltaram
A se reencontrarem numa rede de supermercados
Do Empresário patrão
Vem o vagabundo de barba
Calça jeans e camisa rasgada
E um currículo na mão
Não tenho senhor nenhuma vaga
O Empresário só falava, sem lhe dar a devida atenção
Quando olhou por um momento em sua cara
Lembrou do vagabundo na hora
E logo se desculpou
Havia logo uma vaga
Que o vagabundo precisava
Para o seu fim de ano ho ho ho
Depois da experiência o vagabundo foi demitido
Comprou uns vinho barato e foi pro interior do Rio
E o Empresário continuou sua vida
Já que ser empresário, até que é um bom emprego, no país de "vagabundos"
E a mão de obra reserva e barata, solidifica aqueles que contrata
E coloca em desespero, uns 13 milhões.
Por cima do muro eu via, trabalhadores negociando com empresários, por um prato de comida
Trabalhadores esmolando o seu ganha pão
E assim termina nossa história política
Do Empresário e o Vagabundo
E de outros milhões por aí.