Prosa sobre a prosa
Eu e a prosa parece que não sai prosa. Ideias não faltam para contos, crônicas, romances, etc... O problema é concatenar tudo isso em frases, a colocação do ponto final, vírgula, ponto e vírgula, discurso direto, indireto, enfim. É tão difícil para mim seguir as regras de pontuação, não que eu não saiba usá-las, o problema é a fluidez da ideia, do texto. Muitas vezes na vida real há discursos longos e outras vezes uma única palavra ou às vezes um mero franzir de sobrancelhas.
Escrevo versos não porque seja mais fácil, mas pela liberdade. Versos longos, versos curtos. Às vezes rima, às vezes não. Poema bonito, poema feio, muita coisa sai. Por outro lado na prosa, parece que ela exige mais ordem, mais lógica. Uma frase mal construída não dá um efeito bom. Um verso mal construído pode até receber uma crítica de que é experimental, inovador, etc.
Prosa é na verdade um desafio, um labor exigente, que dá seus frutos. A realidade diz isso, um grande romance deve vender muito mais do que um grande livro de poesia, tem lá suas exceções, mas via de regra a prosa vende mais. Já li que Carlos Drummond de Andrade escrevia crônicas no jornal para ganhar um dinheirinho e poesia era o que ele realmente gostava de escrever.
Fato é que para escrever esse ensaio, se é que pode chamar de ensaio, o fiz na forma de prosa. Irônico, não? Se escrevi bem não me cabe julgar. Lá no fundo tenho vontade de escrever nessa forma instigante e desafiadora, que quando bem escrita resulta em obra agradável de leitura e reflexão.
16/09/2019