Relato 34) Santo Daime - Terra do Sol - Trabalho de concentração - (30/08/2019)
NOTA: Esta igreja fica em Mairiporã-SP (@terradosolreal), tem seus fundamentos na doutrina do Santo Daime, mas não é filiada ao Cefluris (Centro Eclético da Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra). É uma igreja independente
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Fui sozinho.
O trabalho estava marcado para início às 21:00, mas como dificilmente começa no horário, saí de casa às 20:30.
No meio do caminho me deu muita vontade de voltar.
Intuitivamente esta semana conversei bastante com o meu ego toda vez que eletinha um pensamento baseado no medo. Sendo assim, eu sabia que desta vez o meu ego seria envolvida no trabalho. Me firmei no meu propósito e segui adiante.
Cheguei às 21:30 e havia poucos irmãos no local ainda.
Logo que chego já inicio a minha observação do local, para começar a me apropriar das energias do trabalho e ver as mudanças que foram feitas desde a última vez que vim.
Logo na entrada agora tem um caminho estreito e jardinado que leva até uma casinha toda feita em pedras. Dentro dela tem uma imagem de São Miguel Arcanjo. Me ajoelhei, pedi a proteção do Arcanjo Miguel e fui para o cruzeiro, pedir por ajuda para o trabalho.
Entrei na igreja e fui para o livro.
Fiquei lá fora um pouco, perto da fonte, e depois de uns 30 minutos tocou o sino, chamando os irmãos para dentro da igreja.
Rezamos 3 Pai Nosso e 3 Ave Maria, a Chave da Harmonia, depois foi formada a fila para tomar o daime.
Daime daquele mais escuro, mas fininho. Fluiu leve no copo. Me foi servido um pouco mais de meio copo
Fiz o sinal da cruz com o copo, olhei para o altar dentro da casinha do despacho e tomei a sagrada bebida (desta vez não tinha pedacinhos de maça, uvas passa, nada disto, rs )
Voltei para o meu lugar e começaram os hinos do hinário de concentração.
Comecei a cantar, com as costas encostadas na cadeira, as mãos apoiadas nas pernas segurando o hinário.
Em dado momento comecei a sentir sono, perdendo a força da voz.
Meu corpo foi aprumado na cadeira, levantei o hinário que segurava e comecei a cantar com mais vigor.
Depois de uns 40 minutos senti a força começando a chegar e já não conseguia mais cantar. Coloquei o hinário de lado, a blusa e me preparei.
Meu coração começou a acelerar forte e comecei a sentir aquele torpor começando do alto da cabeça.
Minhas mãos começaram a se mexer, trabalhando nos hinos. Aos poucos fui cedendo a consciência para os seres divinos, que trabalhavam através de mim.
Não enjoei, mesmo sentindo que a minha mente estava bem presente.
Quando a força chegou mais forte começou um diálogo do meu Eu Divino com o meu ego, convidando-o a fazer parte do trabalho.
Ele disse que poderia se aproximar mais (eu sentia o medo dele), desde que eu só tomasse um daime.
Terminada a primeira parte do hinário de concentração, a direção do trabalho faz mais algumas orações, diminui a intensidade das luzes e aí são em média 40 minutos sem hinos, em concentração, cada um trabalhando o seu processo.
Esta parte do trabalho de concentração, sem hinos, é bem complicada para mim, rs. E acho que para todos.
Os hinos conduzem a nossa consciência. Quando cessam os hinos aí é o daime e eu ( e todas as partes de mim).
Comecei a sentir um vórtice circular e ascendente descendo sobre mim, mais largo na base e afunilando para cima, como se fosse um cone, e com uma força irresistível me puxando para cima.
À princípio pensei: Ah não, de novo não. Achei que seriam as correntes da consciência coletiva do medo, que uma vez me prenderam, e formaram uma força circular ao meu redor.
Logo eu estava subindo pelo lado de fora deste vórtice. Não andando, mas flutuando.
Sentia que "alguém" ia à minha frente, me incentivando a continuar subindo. Durante a subida passei por lugares cheios de ouro, diamantes, dinheiro e ilusões diversas .
Eu parava um pouco mas continuava subindo.
Este alguém que estava "à minha frente" dizia: "Vamos, vamos temos que chegar lá em cima.”
Em um destes caminhos circulares, todo forrado com anéis de diamantes, ouvi "Você não gosta disto? Pegue um".
Sorrindo, eu disse "Eu gosto disto. Aprecio a riqueza na minha vida, mas vou subir mais"
Não acredito na existência da figura centralizada do demônio, assim como não acredito na figura centralizada de Deus (Deus para mim é o Todo, a Existência), mas em determinado momento paramos e à minha frente dentro do centro do vórtice senti se formando uma figura e uma energia meio bestial, algo assim. Ele disse "Você não está vendo que ele quer ficar aqui?"
Este ser que estava comigo "olhou" para mim, "olhei" para ele, demos as costas e continuamos subindo. Senti que algo ainda estava atrás de mim. Este ser falava "Vamos, vamos, temos que continuar subindo".
Em determinado momento saí da força e voltei para a mente. Aí começei a subir tudo de novo, mas desta vez senti que estava sozinho, ou sendo menos incentivado.
Subindo e passando novamente por todas aquelas ilusões. Quando sentia que ia fraquejar eu rezava um Pai Nosso e conseguia sair daquele nível e continuar subindo.
Consegui chegar no topo.
Cheguei em algum lugar então percebi, pelas energias, que eu estava neste momento totalmente transfigurado no mestre Tranca Ruas, sentado em seu trono. Ele é quem estava subindo junto comigo no vórtice.
Que energia, meu Deus. É um poder imenso. Muitos irmãos começaram a fazer suas limpezas neste momento.
Fiquei por um tempo nesta energia, então ele falou "Assente-se ao seu lugar".
Neste momento "sai" da energia dele e me vi como uma forma energética gigantesca, me sentando ao lado dele.
Quando a energia dele se dissipou, vi que estava no salão dourado, onde tinha ido uma vez.
Fui envolvido novamente por um amor maternal sem limites.
Vi outras 10 formas energéticas gigantescas, cada um em seu trono. Um poder imenso emana dali.
E eu estava pleno e consciente de ambas as realidades.
Recomeçaram os hinos e eu comecei a voltar para o salão. No caminho, no astral, em algum momento eu me virei e alguém me abraçou dizendo " Nossa, que bom que você está aqui. Que bom lhe encontrar aqui"
Continuei trabalhando, com a consciência tomada pelos seres divinos.
Passado um tempo, a direção do trabalho anunciou a segunda dose do daime.
"Me" dirigi para a fila, antes que a minha mente começasse a tagarelar, pois a força já começava a se esvair.
Me foi servido meio copinho.
Voltei para o meu lugar e continuei trabalhando suavemente, na energia do seres divinos que estavam sendo cantados nos hinos.
Passado um tempo a força deste segundo daime começou a chegar com tudo.
Aí o meu ego se manifestou, dizendo que não iria deixar eu entrar na força, porque eu havia prometido que se ele entrasse no primeiro eu não tomaria o segundo.
Pensei: Puxa, pronto agora vou começar a enjoar e ter que sair do trabalho
Desci com a consciência para o estômago mas não senti nada ali. Nenhum desconforto.
Minha guiança disse para o meu ego: “Você passou por tudo aquilo (o cone/redemoinho) do primeiro daime e que parar agora? Agora que é a hora de se divertir, relaxar.”
Aos poucos a mente foi se deixando entrar na força e começou um hino para Iansã.
Nossa, senti que recebi a força mais pura de Iansã. Que poder.
Alguns hinos para os caboclos. Trabalhei bastante com este poder.
Segui trabalhando, totalmente transfigurado nos seres divinos que eram chamados pelos hinos.
Passado mais um tempo a direção do trabalho anunciou mais uma dose de daime, para quem quisesse.
A minha guiança disse para eu não ir.
Na sequência foi anunciada a execução do hinário Cruzeirinho, do Mestre Irineu, cantado em pé.
Amo estes hinos. Sei todos de cor.
Cantei todos, inebriado, em louvor.
Quando eu voltava para a mente ouvia minha voz cantando, fraquinha. Quando eu entrava na força, sentia minha boca mexendo, ouvia minha voz ao longe, mas sabia que não era eu que estava no controle (não tenho fôlego para cantar, mas na força parece que tem um caminhão de oxigênio no meu peito)
O trabalho foi se encaminhando para o final, com os hinos de encerramento e as orações finais.
O trabalho foi curto. Durou 4 horas. Terminou às 02:30
Fiquei um pouco lá fora, sentado em uma pedra enorme que tem perto da fonte, e às 03:00 subi para pegar o carro.
Voltei bem tranquilo, curtindo o restinho da força.
Cheguei em casa às 04:00, tomei aquele café expresso e um banho demorado.
Ás 05:00 fui para a cama.
Não consegui dormir.
Sentia que o meu ego não queria deixar eu dormir, porque lá no trabalho ele veio junto com a consciência e falou que só iria se eu tomasse um só. E eu tomei outro.
E ele ficou revoltado e não queria deixar eu dormir.
Às 11:00 eu senti que precisava ouvir o hino "Lá Vem O Sol - Madrinha Rita #20".
Coloquei uma roupa, achei o hino no celular e fui lá no quintal ouvir, exposto ao sol.
Segurei as folhas de um pé de boldo, como se segurasse a mão de alguém. Ouvindo o hino, de olhos fechados, uma gostosa brisa me envolveu, por todos os lados.
Depois de ouvir o hino 2 vezes voltei para o quarto e dormi.
CLIQUE AQUI para ouvir o hino Lá Vem O Sol - Madrinha Rita #20
"Lá vem o sol nos curar
Vamos todos se firmar
No sol, na lua e nas estrelas
E na Rainha do Mar
Cheguei, já estou aqui
Ninguém queira duvidar
O que meu Pai me ordena
Eu tenho que afirmar
Meu Pai Vós nos abençoe
Nos dando o Vosso conforto
Que eu estando com Vós
Jamais me considero morto
"
Mas depois "sonhei". Muito real para ser um sonho, rs. Isto realmente aconteceu, no astral inferior.
Eu estava andando e alguém tocou no meu ombro.
Olhei para trás e vi um rosto de cabelos cacheados, parecido com o meu, mas com feições femininas.
Ela falou algum galanteio, que eu não lembro e disse "vamos ali no canto".
E começamos a nos beijar suavemente, com a ponta da língua.
E aí que eu me dei conta que ela estava vestida com uma camisa minha que mais gosto.
Aí falei no "sonho". "Nossa eu ia vir com esta camisa hoje"
Aí acordei.
E entendi porque era tão real: o astral inferior queria me levar a experimentar fazer amor comigo mesmo.
Claro que acordei de pau duro, rs. Sou hetero (e Deus não me jogaria no lago de fogo e enxofre se eu não fosse, rs), mas fazer amor comigo mesmo... Uau, rs.
** NOTA: Fiz uso destes termos propositalmente, para mostrar que somos o santo e o perverso, o sagrado e o profano, o amor e o medo. É natural. Somos a polaridade divina em carne e nosso Pai nos ama infinitamente e até acha graça dos nossos dramas. O desejo Dele é que nos experimentemos como a luz que somos, parte inseparável Dele e que façamos as nossas escolhas, sempre buscando o nosso sentimento mais elevado. A pergunta eterna é: O que você escolhe?" **
Esta é somente uma amostra do que o astral inferior pode fazer, para atrasar a nossa evolução.
Depois, eu sentia que estava com o corpo dormindo, mas a consciência desperta, e o meu Eu Divino começou a falar com o meu ego.
Meu Eu Divino disse a ele que ele não iria conseguir me manter vivo até a minha idade limite, que é de 84 anos.
E que não há mais retorno. Não existe mais a possibilidade de a minha consciência retornar ao que era antes (inconsciente). E que se ele (o ego) não vier junto, eu vou ter que partir mais cedo. E que ele vai me perder, o espírito vai me perder, então isto não é bom para nenhum dos dois.
Depois de alguns minutos o meu ego se manifestou com um sorriso no meu rosto dizendo que está preso umbilicalmente à consciência coletiva do planeta, e que não é fácil se libertar.
Mas o meu ego disse "mas é isso é o que eu desejo para mim. Me libertar"
Logo em seguida vieram a minha mente os pensamentos de medo e de falta e ele começou a cortar na hora. Ele mesma (o ego) cortou, e foi parabenizada pelo espírito.
O espírito falou para ele também que não há mais necessidade de ele viver no medo e na falta. Que ele pode viver, como ele vivia quando eu era criança: sem medo, sem preocupação, confiante, simplesmente sendo, sem se preocupar em fazer, em ter, simplesmente ser.
Depois o ego: “mas se ele continuasse sendo ingênuo, amoroso, ele não sobreviveria…”
Aí o espírito veio e deu o exemplo da minha esposa. Porque eu sempre digo que ela é a minha professora de amor puro e de alegria.
O ego dela é de uma pessoa adulta, pois ela vive em um mundo adulto e precisa de um ego adulto.
Mas a mente dela vibra em alegria, em amor, ingênua, como vibra a mente de uma criança.
E o espírito falou: “Você acha que é a toa que ele está aqui com ela?”
Ela veio ensinar a viver com a mente neste estado, mesmo no meio de pessoas que estão totalmente perturbadas.
O ego se entregou a este estado de paz, mas passado algum tempo, ouvi o ego falando para o espírito que ela estava achando muito chato isto, rs.
Que estava achando muito chato, esta paz, esta tranquilidade.
Aí o espírito falou que ele vai se acostumar, que Deus não fez nada para ficar parado.
E que as escolhas do ser humano vão continuar sendo feitas.
Então, o espírito falou que esta parte minha que é a criança é a que mais vai se beneficiar.
E ai o ego disse, sorrindo: “Não tem para onde ir né?”
"Vocês disseram que ou eu vou junto ou ele vai ter que partir mais cedo. E se eu deixar ele partir mais cedo, eu terei falhado na minha missão, que era manter ele vivo.
E isto eu não posso fazer. Não consigo fazer.
Então vou vou junto com vocês"
Nos dias seguintes ainda tive alguns pensamentos negativos. Ontem eu ia descendo a minha rua (que é uma ladeira íngreme) e na rua de cima ouvi um barulho de moto. Minha mente criou uma cena em que esta moto descia a rua e atropelava as pessoas.
Eu estava descendo pelo meio da rua e do nada uma moto veio com tudo subindo a ladeira. Pulei para o lado, depois veio outra moto.
Aí o meu espírito falou:”Cada vez mais as suas criações serão mais reais e instantâneas. Você acha que vai conseguir mantê-lo vivo assim?
Hoje, 03/09/2019 acredito estar totalmente curado da negatividade e do medo do ego
Percebi sentimentos, que não dá para traduzir em palavras, de que o meu ego deixou a mente coletiva e está vivendo na mente de Deus.
Autor: Valdemir Nunes da Silva