Aí, como eu queria!
- Ah se soubesse que ainda estaria aqui depois de tudo isso.
Ah se soubesse aproveitar os momentos e reviver essas lembranças.
Ah se soubesse transformar o silêncio frio em risos úmidos.
Como seria bom olhar de dentro e de fora dessa casca e saber
que cada segundo que passa, além de envelhecer, não apodreço.
- Ai como queria ter convicção do certo e não temer o incerto ou até
mesmo brincar com os dois.
Como queria parar de querer
trocar farpas com o que
sinto e mas sim deixar acumular
dentro de um saco plástico tudo
o que tentou jogar fora.
- Ai, acho que tô querendo demais.
Me falta agora querer mais uma coisa:
Queria querer mais o que quero e
trocar isso por mais dúvidas e depois
de fazer isto; troca-las por mais e mais. Até ter
ao final de tudo isso a certeza que metade
do seu corpo será possuído por certas incertezas.
- Seria pelo menos mais uma (in)certeza.
Incerto ou não, a certeza é certa. Mas e eu?