Do ceticismo

É verdade que existe uma certa tendência ao apego no misticismo, as relações humanas, seus conflitos individuais, as fragilidades emocionais e também a imoralidade coloca o homem a frente de uma crença reconfortante e atraente, sendo um escape a realidade, as leis da natureza que são apenas descobertas por uma indução enxergada pela lógica, ou antes de tudo, filtrada por um ceticismo.

Carl Sagan em primeira análise no seu livro ‘’ O mundo assombrado pelos demônios’’, remete em um trecho do cap. 17 sobre a promessa que os tribunais condicionam em que o indivíduo deve “contar a verdade, em toda sua verdade, e nada mais que a verdade”. O que é sem dúvida uma apelação ao conhecimento, pois o que há de ser a verdade? Qual o limite dela, existe um limite? A verdade na ótica humana em sua natureza por vezes se torna contraditória, consequência da sua parcialidade ou restrição pessoal, e, portanto, muitas vezes é necessário cair num ceticismo, numa investigação atrelada a imparcialidade e a metodologia lógica promovido pelo conhecimento e reconhecimento de um erro, uma contradição ou mesmo uma imoralidade.

Porém, a expectativa do ceticismo como ponto inicial para a aproximação de uma verdade (imparcial) não produz à natureza humana um conforto emocional. Então deve haver uma organização que separe o ceticismo do misticismo, entrando a partir daí em um equilíbrio prevalecendo entre eles a admiração, não dos dois estados, mas no que se observa entre os estados.

Samael Lucas
Enviado por Samael Lucas em 26/07/2019
Código do texto: T6704801
Classificação de conteúdo: seguro