Relato 31) Ayahuasca: Caminho Sagrado - Egrégora: Prosperidade (20/07/2019)
IMPORTANTE: Este local é um espaço de vivência com ayahuasca e não tem nada a ver com a doutrina do Santo Daime, embora a bebida sagrada seja a mesma.
Por isto neste relato vou respeitar este contexto, mas vou continuar a usar o termo igreja, para definir o espaço interno onde o trabalho ocorre.
Fomos eu e a esposa.
O trabalho estava marcado para iniciar às 22:00, assim, saímos de casa às 20:00, pois ainda iríamos passar na padaria para comprar algo para o lanche comunitário.
Chegamos na igreja às 22:00. Estava bem frio, com nevoeiro.
No Caminho Sagrado você pode entrar e colocar as suas coisas em qualquer lugar onde queira sentar, respeitando apenas a divisão por gênero (mulheres de um lado e homens de outro).
Arrumamos o nosso lugar, (desta vez levamos nossos cobertores) e fomos para fora, nos registrar no livro. Ficamos um pouco lá fora, depois foi tocado o sino chamando para o início do trabalho, por volta de 23:00
Enquanto o padrinho Mário fazia a sua costumeira palestra inicial, com orientações quanto à condução do trabalho, outro irmão acendia a fogueira dentro da igreja (sim, dentro da igreja).
Umas 5 pessoas estavam indo pela primeira vez.
O trabalho começou, com a seleção de músicas sendo tocadas nas caixas de som. Me enrolei todo no cobertor.
Foi servida a primeira dose da ayahuasca (aqui ficamos sentados e os irmãos vem nos servir a medicina) e você diz o quanto quer. Eu pedi o copinho cheio ( 50 ml )
Após 40 minutos aproximadamente comecei a sentir a expansão da consciência, momento que exige entrega e confiança, pois sinto que meu eu humano começa a ser totalmente colocado de lado, como a dizer: este não é você de verdade, rs.
Me entreguei e logo minhas mãos afastaram o cobertor e começaram a trabalhar na força do ser que era cantado na canção.
Aí chegou aquele momento em que, na minha experiência com a ayahuasca, e do ponto de vista humano, é o mais complicado: a partir da cabeça vem descendo um torpor incontrolável, sinto meu rosto como que se expandindo além da forma física e mudando de densidade, como se estivesse mudando do estado sólido para outro, maior e mais sutil.
Neste momento eu simplesmente não existo mais: a minha mente/personalidade começa a ser colocada totalmente de lado. Não sinto mais o corpo, a respiração, nada. Sei que neste momento minha consciência vai sair do meu corpo e entrar em outra realidade e o medo não pode me atrapalhar.
E isto vem descendo pelo corpo inteiro e fica centralizado na região do abdomen. Este momento exige entrega total, porque se eu, por medo, resisto e não me deixo ir, sinto um enjoo leve mas persistente, e se eu resisto mais, tenho que sair para fora da igreja com espamos (mas nunca cheguei a vomitar nada físico).
Neste momento eu não abro os olhos. Uma vez fiz isto e esta transição de uma realidade para outra me enjoou tanto, que tive que sair lá para fora.
Este momento é decisivo e parece que tudo vai depender do que acontecer nele: se eu terei um trabalho baseado na entrega e na confiança ou no medo. Graças ao meu Eu Divino e a ajuda de todos os seres que me auxiliam eu tenho me entregado totalmente neste momento.
Permiti que assim fosse, abandonei meu corpo, minha personalidade, meu ego que eu construí durante toda uma vida, para me tornar quem eu realmente sou: um ser divino tendo uma experiência humana. Sou “apenas” uma consciência cósmica e eterna.
Bonito falar assim né? Mas na prática não é nada fácil, rs. Temos um medo ancestral que quer nos “proteger” a todo custo e manter a nossa consciência no ego, no pensamento e separada da fonte.
Somos espíritos espiritualizados, mas se um espírito aparecer (mesmo em uma reunião espírita) a maioria sai correndo, rs. Eu mesmo seria um deles.
E sobre o amor de Deus, que tanto pregamos e perseguimos: meu amigo, quando você SENTE e se perde neste AMOR é que você compreende a magnitude deste Processo.
Não há palavras que descrevam isto.
Achei que neste momento minha consciência me levaria ao salão dourado mas isto não aconteceu.
Quando tocou hinos para Ganesha fui inundado por amor e uma confiança incrível tomou conta da minha consciência. Trabalhei bastante nesta força.
Durante o trabalho teve algumas afirmações direcionadas ao sentimento da abundância, que eram reafirmadas fortemente na minha consciência pelo ser que estava transfigurado em mim.
Depois foi anunciada a segunda dose de Ayahuasca. Bem na hora, pois a mente já começava a querer reaver o controle. Pedi o copinho cheio novamente.
Aproveitei para ir no banheiro fazer xixi. Nossa, como estava frio lá fora. Andava devagar e com cuidado, pois o chão parecia se mover, rs.
Voltei e me enrolei novamente no cobertor.
O trabalho continuou. Em determinado momento pensamentos íntimos e estranhos passavam pela minha mente. Pensamentos tão vivos, quase com formas, que eu poderia pega-los.
Aí ouvi (daquela voz que quase vejo no ar). “Ei, o que você está fazendo? Não pode fazer isto”.
Sorri, mas não entendi. Depois vieram outros pensamentos com forma. Novamente a voz, sorrindo, disse: “Você não pode fazer isto. Não pode ficar lendo a consciência dos outros”.
Eu pensei falando “Ué, vocês me dão um dom sem manual de instruções. Como se controla isto?” Aí parei de “ouvir” estas coisas.
O trabalho continuou e foi aberta a roda para o rapé. O rapé é uma medicina indígena feita a base de tabaco e casca de árvores sagradas e é soprado nas narinas com um tipi. Já usei, com meu enteado, mas não gosto muito. O pó dificulta a respiração (mas logo passa) e não gosto desta sensação.
Mas é muito bom. Uma medicina maravilhosa. Nas vezes em que usei senti uma expansão enorme da consciência assim que o sopro é realizado. Dura uns 15 minutos esta expansão. Mas nunca usei em um trabalho com ayahuasca.
Vocè pode pedir o sopro que prefere (curto, médio ou longo, algo assim). O sopro determina a quantidade de rapé. Quem sabe na próxima.
Depois de um tempo aquele restinho de medo ancestral veio à tona. E quando ele vem, como é complicado viu? Com o restinho de racionalidade que eu tinha tentava persuadir este medo, mas ele continuava irredutível, não queria entrar na força. E quando isto acontece… gera resistência e resistência gera enjoo e uma vontade de sair dali (como aconteceu no último trabalho no Reino do Sol).
Logo veio um ser divino conversar com o medo (não vou conseguir relatar exatamente com as mesmas palavras, mas foi algo como:)
O ser divino - Vamos, porque você não vem?
O medo- Não consigo, você sabe como eu sou. Há milênios eu sou assim. Sou o medo e tenho medo.
O ser divino - Vamos lá, só dar uma olhada. Prometo que deixo você sair na hora que quiser.
O medo - Tá bom, mas só dar uma olhada. E só se ele não tomar de novo este negócio.
O ser divino - Ok, vamos lá então
Visualizei na consciência o ser divino conduzindo o medo, que era algo como se fosse uma criança.
Entramos na força e o medo falou: Puxa, até que é legal aqui.Nunca mais eu quero sair daqui. (falou outras coisas, mas não lembro mais)
Senti uma alegria imensa. E na consciência vi que o medo sorria para mim.
Continuei na força, trabalhando com os seres divinos que eram associados às músicas, pois a ayahauasca é um ser divino musical.
Depois de um tempo foi anunciada a terceira dose de de ayahusca. Quando chegou na minha fila pedi meio copinho.
Passou uns 30 minutos e a força chegou com tudo, com aquele torpor característico que eu relatei, momento que exige entrega total. Mas aí aquele mesmo medo quis voltar, pois havia dito que só iria entrar na força se eu não tomasse de novo.
Mas acho que os seres de luz conseguiram mantê-lo lá, pois consegui trabalhar com os seres divinos, que se transfiguravam em mim. Neste momento eu sinto o corpo mudando totalmente de forma. Eu já não existo mais.
Mesmo assim em alguns momentos a mente ainda queria reaver o controle e eu saia da força.
Como eu disse, na prática a teoria é outra, rs. Não é fácil se entregar totalmente. Temos camadas e mais camadas ancestrais de medo nos recobrindo e o trabalho do ser divino da ayahuasca é ir quebrando estas camadas. Somos um diamante bruto que precisa ser lapidado.
Depois o padrinho Mário anunciou que seria posta uma mesa com grãos, simbolizando a a abundância e a fartura. Cada um pegaria um pouco dos grãos faria a sua afirmação e jogaria ao fogo.
Mas não senti vontade de ir. Senti muita humildade, e alguém na minha consciência disse “não se pode pedir o que já tem”. Realmente, eu vivo assim, confio absolutamente na abundância infinita. Guardo pouco dinheiro, somente para emergências. Criei um limite de 100 reais para dar a quem me pede na rua, sem julgamento nenhum. Ando sempre com notas pequenas na carteira, para este fim.
Pensei em ir, mas quando vi minha esposa indo fazer esta afirmação, me concentrei nela e senti que estava ao lado dela, fazendo as afirmações.
O trabalho continuou, a força foi se esvaindo, a mente foi retomando o controle, mas ainda inebriada pelo contato com o divino.
Ao final do trabalho um amor tão envolvente me cerca, é uma paz indescritível que dura uns 3 dias. Eu, que já vivo com a consciência além do pensamento e do ego, fico ainda mais em êxtase durante estes 3 dias.
O padrinho Mário anunciou o encerramento do trabalho, e fez a palestra final. Arrumei as minhas coisas, deixei na cadeira mesmo, e fui ao encontro da esposa. Ela fica tão linda depois do trabalho. Sorrimos um para o outro e nos beijamos.
Fomos para a mesa com o lanche comunitário, com os alimentos que nós mesmos trouxemos.
Depois de uma hora eu já estava bem para dirigir e fomos para casa. Já era então 07:00.
Só gratidão à todos os seres divinos, à todos os reinos da natureza e a este trabalho maravilhoso que é desenvolvido neste lugar.
Autor: Valdemir Nunes da Silva
IMPORTANTE: Este local é um espaço de vivência com ayahuasca e não tem nada a ver com a doutrina do Santo Daime, embora a bebida sagrada seja a mesma.
Por isto neste relato vou respeitar este contexto, mas vou continuar a usar o termo igreja, para definir o espaço interno onde o trabalho ocorre.
Fomos eu e a esposa.
O trabalho estava marcado para iniciar às 22:00, assim, saímos de casa às 20:00, pois ainda iríamos passar na padaria para comprar algo para o lanche comunitário.
Chegamos na igreja às 22:00. Estava bem frio, com nevoeiro.
No Caminho Sagrado você pode entrar e colocar as suas coisas em qualquer lugar onde queira sentar, respeitando apenas a divisão por gênero (mulheres de um lado e homens de outro).
Arrumamos o nosso lugar, (desta vez levamos nossos cobertores) e fomos para fora, nos registrar no livro. Ficamos um pouco lá fora, depois foi tocado o sino chamando para o início do trabalho, por volta de 23:00
Enquanto o padrinho Mário fazia a sua costumeira palestra inicial, com orientações quanto à condução do trabalho, outro irmão acendia a fogueira dentro da igreja (sim, dentro da igreja).
Umas 5 pessoas estavam indo pela primeira vez.
O trabalho começou, com a seleção de músicas sendo tocadas nas caixas de som. Me enrolei todo no cobertor.
Foi servida a primeira dose da ayahuasca (aqui ficamos sentados e os irmãos vem nos servir a medicina) e você diz o quanto quer. Eu pedi o copinho cheio ( 50 ml )
Após 40 minutos aproximadamente comecei a sentir a expansão da consciência, momento que exige entrega e confiança, pois sinto que meu eu humano começa a ser totalmente colocado de lado, como a dizer: este não é você de verdade, rs.
Me entreguei e logo minhas mãos afastaram o cobertor e começaram a trabalhar na força do ser que era cantado na canção.
Aí chegou aquele momento em que, na minha experiência com a ayahuasca, e do ponto de vista humano, é o mais complicado: a partir da cabeça vem descendo um torpor incontrolável, sinto meu rosto como que se expandindo além da forma física e mudando de densidade, como se estivesse mudando do estado sólido para outro, maior e mais sutil.
Neste momento eu simplesmente não existo mais: a minha mente/personalidade começa a ser colocada totalmente de lado. Não sinto mais o corpo, a respiração, nada. Sei que neste momento minha consciência vai sair do meu corpo e entrar em outra realidade e o medo não pode me atrapalhar.
E isto vem descendo pelo corpo inteiro e fica centralizado na região do abdomen. Este momento exige entrega total, porque se eu, por medo, resisto e não me deixo ir, sinto um enjoo leve mas persistente, e se eu resisto mais, tenho que sair para fora da igreja com espamos (mas nunca cheguei a vomitar nada físico).
Neste momento eu não abro os olhos. Uma vez fiz isto e esta transição de uma realidade para outra me enjoou tanto, que tive que sair lá para fora.
Este momento é decisivo e parece que tudo vai depender do que acontecer nele: se eu terei um trabalho baseado na entrega e na confiança ou no medo. Graças ao meu Eu Divino e a ajuda de todos os seres que me auxiliam eu tenho me entregado totalmente neste momento.
Permiti que assim fosse, abandonei meu corpo, minha personalidade, meu ego que eu construí durante toda uma vida, para me tornar quem eu realmente sou: um ser divino tendo uma experiência humana. Sou “apenas” uma consciência cósmica e eterna.
Bonito falar assim né? Mas na prática não é nada fácil, rs. Temos um medo ancestral que quer nos “proteger” a todo custo e manter a nossa consciência no ego, no pensamento e separada da fonte.
Somos espíritos espiritualizados, mas se um espírito aparecer (mesmo em uma reunião espírita) a maioria sai correndo, rs. Eu mesmo seria um deles.
E sobre o amor de Deus, que tanto pregamos e perseguimos: meu amigo, quando você SENTE e se perde neste AMOR é que você compreende a magnitude deste Processo.
Não há palavras que descrevam isto.
Achei que neste momento minha consciência me levaria ao salão dourado mas isto não aconteceu.
Quando tocou hinos para Ganesha fui inundado por amor e uma confiança incrível tomou conta da minha consciência. Trabalhei bastante nesta força.
Durante o trabalho teve algumas afirmações direcionadas ao sentimento da abundância, que eram reafirmadas fortemente na minha consciência pelo ser que estava transfigurado em mim.
Depois foi anunciada a segunda dose de Ayahuasca. Bem na hora, pois a mente já começava a querer reaver o controle. Pedi o copinho cheio novamente.
Aproveitei para ir no banheiro fazer xixi. Nossa, como estava frio lá fora. Andava devagar e com cuidado, pois o chão parecia se mover, rs.
Voltei e me enrolei novamente no cobertor.
O trabalho continuou. Em determinado momento pensamentos íntimos e estranhos passavam pela minha mente. Pensamentos tão vivos, quase com formas, que eu poderia pega-los.
Aí ouvi (daquela voz que quase vejo no ar). “Ei, o que você está fazendo? Não pode fazer isto”.
Sorri, mas não entendi. Depois vieram outros pensamentos com forma. Novamente a voz, sorrindo, disse: “Você não pode fazer isto. Não pode ficar lendo a consciência dos outros”.
Eu pensei falando “Ué, vocês me dão um dom sem manual de instruções. Como se controla isto?” Aí parei de “ouvir” estas coisas.
O trabalho continuou e foi aberta a roda para o rapé. O rapé é uma medicina indígena feita a base de tabaco e casca de árvores sagradas e é soprado nas narinas com um tipi. Já usei, com meu enteado, mas não gosto muito. O pó dificulta a respiração (mas logo passa) e não gosto desta sensação.
Mas é muito bom. Uma medicina maravilhosa. Nas vezes em que usei senti uma expansão enorme da consciência assim que o sopro é realizado. Dura uns 15 minutos esta expansão. Mas nunca usei em um trabalho com ayahuasca.
Vocè pode pedir o sopro que prefere (curto, médio ou longo, algo assim). O sopro determina a quantidade de rapé. Quem sabe na próxima.
Depois de um tempo aquele restinho de medo ancestral veio à tona. E quando ele vem, como é complicado viu? Com o restinho de racionalidade que eu tinha tentava persuadir este medo, mas ele continuava irredutível, não queria entrar na força. E quando isto acontece… gera resistência e resistência gera enjoo e uma vontade de sair dali (como aconteceu no último trabalho no Reino do Sol).
Logo veio um ser divino conversar com o medo (não vou conseguir relatar exatamente com as mesmas palavras, mas foi algo como:)
O ser divino - Vamos, porque você não vem?
O medo- Não consigo, você sabe como eu sou. Há milênios eu sou assim. Sou o medo e tenho medo.
O ser divino - Vamos lá, só dar uma olhada. Prometo que deixo você sair na hora que quiser.
O medo - Tá bom, mas só dar uma olhada. E só se ele não tomar de novo este negócio.
O ser divino - Ok, vamos lá então
Visualizei na consciência o ser divino conduzindo o medo, que era algo como se fosse uma criança.
Entramos na força e o medo falou: Puxa, até que é legal aqui.Nunca mais eu quero sair daqui. (falou outras coisas, mas não lembro mais)
Senti uma alegria imensa. E na consciência vi que o medo sorria para mim.
Continuei na força, trabalhando com os seres divinos que eram associados às músicas, pois a ayahauasca é um ser divino musical.
Depois de um tempo foi anunciada a terceira dose de de ayahusca. Quando chegou na minha fila pedi meio copinho.
Passou uns 30 minutos e a força chegou com tudo, com aquele torpor característico que eu relatei, momento que exige entrega total. Mas aí aquele mesmo medo quis voltar, pois havia dito que só iria entrar na força se eu não tomasse de novo.
Mas acho que os seres de luz conseguiram mantê-lo lá, pois consegui trabalhar com os seres divinos, que se transfiguravam em mim. Neste momento eu sinto o corpo mudando totalmente de forma. Eu já não existo mais.
Mesmo assim em alguns momentos a mente ainda queria reaver o controle e eu saia da força.
Como eu disse, na prática a teoria é outra, rs. Não é fácil se entregar totalmente. Temos camadas e mais camadas ancestrais de medo nos recobrindo e o trabalho do ser divino da ayahuasca é ir quebrando estas camadas. Somos um diamante bruto que precisa ser lapidado.
Depois o padrinho Mário anunciou que seria posta uma mesa com grãos, simbolizando a a abundância e a fartura. Cada um pegaria um pouco dos grãos faria a sua afirmação e jogaria ao fogo.
Mas não senti vontade de ir. Senti muita humildade, e alguém na minha consciência disse “não se pode pedir o que já tem”. Realmente, eu vivo assim, confio absolutamente na abundância infinita. Guardo pouco dinheiro, somente para emergências. Criei um limite de 100 reais para dar a quem me pede na rua, sem julgamento nenhum. Ando sempre com notas pequenas na carteira, para este fim.
Pensei em ir, mas quando vi minha esposa indo fazer esta afirmação, me concentrei nela e senti que estava ao lado dela, fazendo as afirmações.
O trabalho continuou, a força foi se esvaindo, a mente foi retomando o controle, mas ainda inebriada pelo contato com o divino.
Ao final do trabalho um amor tão envolvente me cerca, é uma paz indescritível que dura uns 3 dias. Eu, que já vivo com a consciência além do pensamento e do ego, fico ainda mais em êxtase durante estes 3 dias.
O padrinho Mário anunciou o encerramento do trabalho, e fez a palestra final. Arrumei as minhas coisas, deixei na cadeira mesmo, e fui ao encontro da esposa. Ela fica tão linda depois do trabalho. Sorrimos um para o outro e nos beijamos.
Fomos para a mesa com o lanche comunitário, com os alimentos que nós mesmos trouxemos.
Depois de uma hora eu já estava bem para dirigir e fomos para casa. Já era então 07:00.
Só gratidão à todos os seres divinos, à todos os reinos da natureza e a este trabalho maravilhoso que é desenvolvido neste lugar.
Autor: Valdemir Nunes da Silva