... Tão bela
Se rasgo minhas vestes, me mostro sem pecado.
Esse pecado eterno de me oferecer em puro estado de poesia.
Sou o verso, a rima, os ais e mais.
Sou aquela capaz de te morder o lábio no beijo, se indelicado.
Quererás saber de mim assim, a dispor de si por um gole de amor?
Eis que perambulo nua pelos becos sem fim, a chamar teu nome que desconheço. Trago no ventre a marca, o verbo e o ato santificado que refaz em pureza tudo que possui começo, e tão conhecidamente chamam ser. E quando repouso sob tua ofegante respiração, resplandeço em luz e te faço luz por ser tão igualmente distinta de ti. No entanto, essa nudez esconde o véu, que esconde a pele, e expõe a tela... tão bela.