A partir de mim
Quando eu nasci, foguetes explodiram e fanfarras tocaram em um descompasso tal, que até os próprios anjos franziram o cenho ao ouvir tão dissonante som. Não sei se por desespero ou teimosa eu cresci, mas tão alheia e desalinhada dos demais, que julgo ter sido um presságio toda aquela pompa desajeitada. Hoje, sem que pese qualquer dor, jogo o jogo da vida, não me prendo a resultados mas, aceito de bom grado tudo aquilo que me oferecem. Nada peço, faz parte, e me dou aos que me aceitam. Aprendi com tempo que o amanhã pertence ao nada que ninguém conhece, e o hoje me pertence pois muito sabe de mim.