O trem não fica para sempre na estação
O que fazer diante de duas possibilidades de escolha quando se sabe que ao se tomar por uma delas, se sacrificará a outra? Assim, se nos apresenta diante de situações onde não se pode optar por duas. Também, assim se dá, quando diante de um muro, sabe-se que de um lado está alguém que torce por você, e do outro lado, apenas se tem possibilidades ainda ignoradas. Porém, do lado de cá do muro, já se conhece o que se dá, do outro... Então,o que fazer? Trata-se, sem querer ser exagerado, de uma escolha de Sofia. E muitas vezes - na maioria das vezes - não se pode deixar de considerar que posições vacilantes, ou mesmo dúbias, desgasta, e mesmo contribui, para agravar o que poderia se dar de maneira menos dolorosa. Prorrogar decisões, só inviabilizam situações e possibilidades do afeto. Penso que, às vezes, é melhor arriscar; é melhor arriscar, pois, a vida é feita de possibilidades, de riscos. Não se pode chamar de vida aquilo que não se experimentou. Ter experiências, é disso que se trata quando se tem mais de uma escolha à frente. Escolher o caminho, eis, outra maneira de saber para aonde seguir. Não há meio termo. Escolher, e seguir em frente. E se a felicidade está do lado do oceano, atravessa-o. Assim como o trem não fica para sempre na estação, também o barco, não fica ad infinitun no porto. É preciso ser feliz. É preciso romper os laços, sem culpa e sem receio. Só se chega do outro lado do rio quem atravessa a ponte. Amar, também é deixar o outro ir. É isso que faz valer a pena ter vivido. O resto...oras bolas, o resto - o que ficou - será lembranças e, talvez, saudades.