Relato 24) - Santo Daime: Céu de Maria - Trabalho de louvação a Iemanjá (Grupo de Estudo Mediúnico) - (02/02/2019)

Este trabalho foi só para fardados e faz parte do Grupo de Estudo Mediúnico.
Eu fui como convidado. Fomos só eu e o meu enteado.
É uma gira, com banca aberta (livre para manifestações), para homenagear o dia de Mãe Iemanjá, mas seriam chamadas diversas linhas espirituais.
O trabalho estava marcado para iniciar às 03:00 (isto mesmo, 3 da manhã)
Passei na casa do meu enteado às 03:00 e saímos de casa 03:30
Chegamos no Céu de Maria às 04:00 (a estradinha de trás estava aberta. Muito melhor)
Este trabalho não acontece dentro da igreja. Foi realizado ao ar livre, em uma parte mais elevada, nas propriedades do Céu de Maria, onde algumas árvores nos protegeria do sol.
No centro da roda havia um belo altar em homenagem a Iemanjá, inclusive uma bacia com água do mar.
O trabalho começou às 05:00 e ia até o meio dia aproximadamente.. Nos posicionamos em círculo (havia umas 40 pessoas)
Trabalho todo acompanhado com tambores e palmas, sem músicos.
Formamos a fila para tomar o daime. Me foi servido o copo quase cheio.
Após 3 Pai Nosso e 3 Ave Maria, foi rezado o terço de São Miguel( são 14 Pai Nosso, 27 Ave Marias e mais 3 Orações).
NOTA: Este trabalho foi bem extenso, então não vou me lembrar a ordem em que as chamadas foram feitas.
---- São Miguel -----
Começou com os hinos de São Miguel, tocados nos tambores e acompanhados por palmas.
Depois começou realmente a gira, com chamada para Tranca Ruas, que iria ser o guardião deste trabalho.
A gira estava bem agitada, com muitos irmãos se manifestando na força de Tranca Ruas
Quando a força em mim eu fechei os olhos.

 

----- Tranca Ruas -----
Quando começaram os pontos para Tranca Ruas eu já saí da roda e ele se manifestou em mim, com muita força, com muito poder, bem doutrinado e confiante.
Trabalhei bastante, mas ele não foi para o meio da gira, ficou dentro da gira, mas perto da corrente.
Em determinado momento, (eu de olhos fechados) um irmão que estava na força e dentro da gira gentilmente tirou os meus óculos e me levou para o centro da gira.
Quando abri os olhos e vi que estava de frente para o altar, ele fez o sinal da cruz e continuei trabalhando.

 

----- Xangô -----
“Eu” voltei para perto da corrente. Trabalhei bastante nesta força, dentro da gira, mas não no meio dela.Fui tomado por um grande poder.

 

----- Oxóssi -----
Também trabalhei bastante nesta força, dentro da gira, mas não no meio dela. Fui tomado por um grande poder.

 

----- Ogum -----
Também trabalhei bastante nesta força, dentro da gira, mas não no meio dela. Fui tomado por um grande poder.
Senti realmente o peso da espada.

 

----- Iemanjá -----
Comecei a trabalhar nesta força e logo uma irmã que estava na gira me conduziu para perto do altar.
Na força de Iemanjá trabalhei bastante as energias dos irmãos ( as minhas também, claro), transmutando-as com gestos e poderes.
Ela transmutou uma energia e a soltou dentro bacia com água, depois com a mão tirou esta energia de dentro da água, jogando um pouco de água para fora.
Ela pegava uma energia, chegava perto da bacia com água e com a outra mão banhava esta energia.
Teve uma hora em que foi bem bonito: Ela se abaixou e chamou uma sereia (que eu não vi, mas senti que era a energia de uma sereia). Com o dedo indicador fez sinal de ‘presta atenção’. Com o dedo levantou o meu queixo dizendo para ela: Levanta a cabeça.
Em determinado momento ela tirou a minha aliança e mergulhou na água salgada que estava no altar, depois colocou no meu dedo.
Em outro momento, com as minha duas mãos ela “vestiu” o rosto, tal como se representam Iansã e Oxum
Os hinos do daime, que citam Iemanjá e que eu gosto muito. Eu cantei, trabalhando nesta força.

 

----- Marinheiros -----
Trabalhei bastante nesta força, sem enjoar.

 

----- Oxum -----.
O trabalho com ela foi bem bonito.
Em determinado ponto, que falava “Eu vi mamãe Oxum na cachoeira, sentada na beira do rio, colhendo lírio para enfeitar este congá…’, ela fez um monte de gestos e abriu tipo um portal e lá dentro pegou um lírio dourado (que eu vi, de olhos fechados) e colocou no altar.
Depois, com as minhas duas mãos “vestiu” o rosto, tal como é representada nas imagens.

----- Iansã -----
O trabalho com ela foi bem intenso, com as duas mãos. Pesquisando depois, li que é em uma mão ela tem uma adaga e na outra o rabo de um animal.
Ela também vestiu com as minhas duas mãos o seu rosto. Trabalhou bastante assim.
Trabalhou bastante energias.

----- Oxumaré -----
Este chegou bem forte, intrépido. Trabalhou bastante com o arco íris.

 

----- Erês -----
Assim que anunciou-se a chamada para os Eres “eu” sentei no chão. Achei que iria trabalhar brincando, pois na meditação de ontem eles pediram para eu levar a chupeta.
Mas assim que começou “eu” me levantei e fiquei dentro da gira, mas não no meio dela, trabalhando, como se fosse o pai desta criançada toda, rs.
Em determinado momento “eu” pedi um pirulito, que estava sendo distribuído. Este ser que estava me envolvendo abriu os meus olhos, olhou o pirulito, fechou os meus olhos e encostou no meu peito, vibrando-o rapidamente, de uma maneira que não poderia ser feita por mim mesmo.
Depois guardou o pirulito no meu bolso ( dei para a esposa depois )
Saí para beber água quando estavam sendo cantados pontos para a subida das crianças.
Quando voltei, ainda estavam sendo cantados. Aí “eu” passei do meu lugar na corrente e “fui” até o altar. Lá me ajoelhei e com uns três movimentos rápidos dos ombros e peito, de olhos fechados vi várias luzes saindo do meu peito.
Em algum momento, foi informado que estava aberto para a última dose do daime.
Me dirigi até o despacho e pedi só um fiozinho, mas o padrinho Eduardo, que estava despachando o daime serviu mais de um dedo.
Quando olhei para a minha calça, minha camiseta… Estavam bastante sujas. Aí ouvi daquela voz que quase vejo no ar “Não se preocupe. Pode jogar esta fora se não quiser lavar. Você pode comprar outra. Nunca vai te faltar nada, filho."
O trabalho continuou e aí bateu aquela preocupação de o trabalho terminar e eu estar na força ainda, mas isto não aconteceu. Aos poucos a força foi se dissipando.
O trabalho terminou por volta de 13:30, mas só consegui sair de lá uma hora depois.
Demos carona para alguns irmãos até o metrô Barra Funda e depois fomos para casa.
Cheguei em casa, tomei um belo banho, um café, me alimentei e fui deitar um pouco.
"
Autor: Valdemir Nunes da Silva