Especulações sobre Justiça.

A ideia de justiça, que tenta pôr em evidência consciência de bem e de mal, nada mais é que uma capacidade nossa mental de entender aquilo que nos é melhor ingerido. Ou seja, apenas pela passagem nas experiências, tanto fisiológicas quanto mentais sofremos aquilo que chamarei de instante de experiência, podendo então lembrar ou perceber algo parecido com aquilo posteriormente. Isto seria uma forma mental, talvez ilustrativa de prever aquilo que irá acontecer caso eu repita tal experiência. Isto seria, então, algo relacionado com um instinto próprio de aprendizagem das coisas, pelas quais, nos fazem bem ou mal. Tem, entretanto, apenas uma ligação emocional que equilibra a nossa compreensão de se ter disposição para se agir e tomar tal ato. Embora eu possa sentir indiferença por uma criança que passa fome na África, por motivações simplistas, como por exemplo falta de empatia pelo ser desconhecido, ou por falta de experiência daquela experiência sofrida pela criança que passa fome, eu ainda assim posso sentir tristeza ou compaixão por algo que me toque. Algo que esteja a minha frente, próximo a mim. Como no exemplo de um ente querido que morre num acidente de carro, minha dor é percebida e sentida. Mas, imagine se essa proximidade de sentimentalismo fosse avidamente presente, como seria a vida? Insuportável. Tantas pessoas que morrem ao dia, seja por acidentes automobilísticos ou não. Neste sentido esta ideia de justiça levando para o lado da importância se torna muito mais circunstancial que necessária. A justiça sendo levada para a compreensão pessoal é muito mais de fato pessoal que coletiva. Tanto que não há uma criação de justiça, ou, ao menos não se sabe. Se não foi criado, é eterna. Mas, para aceitar uma ideia de eternidade na noção de justiça, há de se aceitar a ideia de algo que a seria por excelência. No caso, Deus por exemplo.