Relato 22) - Santo Daime: Trabalho familiar (23/12/2018)
Fizemos este trabalho com o daime que pegamos com um amigo, que tem um retiro espiritual no litoral, e tinha daime excedente.
Eu e a esposa seguimos os preceitos, como se fosse um trabalho na igreja.
Acordamos no domingo às 04:00 para fazer este trabalho, pois durante a noite é muito barulhento aquele bairro.
O meu enteado sugeriu fazermos o hinário “O livrinho do apocalipse” do Padrinho Valdete que são 42 hinos e demora 2 horas. Gostei da sugestão, pois na igreja não tem como eu fazer este hinário, por ser todo bailado.
O meu enteado pediu que eu incluísse 3 hinos para fazer antes do encerramento. Escolhi:
Quando Tu Estiver Doente – Padrinho Sebastião – #22
Mamãezinha – Glauco Villas Boas – #6
Eu Vivo Na Floresta – Padrinho Sebastião – #6
Começamos o trabalho às 05:00, com 3 Pai Nosso e 3 Ave Maria.
Tomamos o daime (copinho de 50 ml) e iniciamos o hinário, bailando e cantando, acompanhando na tv uma gravação do youtube de um trabalho gravado deste hinário.
No hino 23 (metade do trabalho) o meu enteado sugeriu fazermos uma pausa e irmos para o quintal.
Interrompemos a execução dos hinários e fomos para o quintal.
Foi bem na hora em que a força estava vindo com tudo.
Saí lá fora e fiquei contemplando e sentindo à flor da pele a brisa e o frescor daquela manhã de domingo. Eu estava bem na força, sentindo a tomada da consciência por um ser divino.
No quintal tem um pé de pitanga que está da minha altura. Vi que a esposa foi lá perto e fez alguma coisa, depois foi até o meu enteado e fez algum trabalho com as mãos nele.
Sentei no murinho da entrada, mas logo fui colocado em pé por este ser divino. Não me transfigurei nele, apenas senti a sua presença e a sua consciência.
O que vou narrar a partir daqui aconteceu por vontade e controle deste ser.
Ele me conduziu até perto do pé de pitanga, pegou o orvalho que estava nas folhas e fez uma cruz na minha testa, depois pegou mais e fez uma cruz no meu peito.
Depois foi coletando o orvalho (tinha muito orvalho, parecia que tinha chovido, mas não tinha) e lavando as minhas mãos e braço, até o cotovelo.
Depoi ele foi para baixo do pé de pitanga, segurou no tronco ( neste momento senti a fusão com o pé de pitanga). Ele chacoalhou o tronco e tomei um banho de orvalho. Meu Deus. Que lindo foi isto.
Depois voltou para perto do murinho, mantendo-me em pé. A esposa veio para perto de mim, se abaixou aos meus pés e sussurrou “É para sempre”.
Quando ela se levantou uma parte da minha consciência quis abraçá-la, mas minhas mãos fizeram outras coisas, trabalhando em mim e nela.
Entramos para a sala para continuar com o trabalho. Começamos cantando sentados, sem bailar.
Do hino 22 até o hino 32 eu era tomado pelo ser divino que era citado no hino.
Teve uma hora que foi lindo demais:
O hino falava “Eu tomo daime e considero este vinho, o mesmo vinho que Jesus deu para tomar aos Seus apóstolos e Disse: Em minha memória que é para sempre esta Luz nunca faltar”
Nesta hora senti uma grande presença e minha mão esquerda ficou esticada, enquanto o polegar da mão direita vinha pressionando desde o pescoço, descendo pelo ombro esquerdo, pelo braço até o começo da mão. Neste momento minha mão esquerda abriu-se em formato de um pequeno copo.
E novamente o polegar direito veio até o pescoço, descendo pelo braço esquerdo até a ponta da mão, como que enchendo o copo.
Feito isto a minha mão esquerda levou este copo até a minha boca e eu bebi. Senti o cheiro de daime nesta hora.
A partir do hino 35 fui colocado em pé e a esposa e o meu enteado se levantaram e continuamos o hinário bailando até o final.
Depois começaram os 3 hinos que selecionei ( e que se encaixaram perfeitamente no hinário do Padrinho Valdete), e os hinos de encerramento.
Terminado o trabalho, encerramos com alguns vivas, 3 Pai Nosso e 3 Ave Maria.
Passei o dia todo naquele estado de completude, paz, amor, leveza.
Conversando depois, decidimos que no próximo trabalho em casa vamos tomar mais um dedo de daime, quando a força estiver se esvaindo.
Este segundo daime é importante.
Viva o Santo Daime. Viva.
Autor: Valdemir Nunes da Silva