UM EXPERIMENTO: A VIDA

Às vezes, a melhor forma de viver é experimentar de verdade o sabor de cada ideia e sentimento que, por vezes, desconhecemos, a fim de nos tirar da zona de conforto: a superfície. É interessante se arriscar, ir à luta, não ter medo de ir mais longe, e olhar dentro se si mesmo sem medo do que vai encontrar.

A vida é reflexo das nossas atitudes, espelhamos no mundo o que somos. Nessa rotina corrida da qual nos submetemos a viver, não paramos para observar e refletir/sentir os fatos. O que vira hábito, se torna automático: como tomar banho, lavar a louça, comer, dormir, etc. Nós tecemos o dia, desde a hora dos olhos abrirem ao momento em que nossos olhos se fecham, para o sono. Somos autores de nossas tecituras, das mais simples as mais complexas. Não importa que pensamento esteja lá, ou sentimento, se vem de nós o próximo passo é entender o porquê.

Quando estamos em um estado de felicidade, parece que nada importa, o barulho do mundo vira apenas um ruído de fundo inaudível quanto às suas palavras. Vibramos luz, é fantástico! Toda música faz sentido e corresponde ao que sentimos, uma se torna melhor que a outra, pois todas elas dizem o que a gente precisa ouvir naquele momento; tudo é dança, teatro, arte, tudo é belo demais. O céu parece mais nítido. O canto do pássaro é mais alto, como se ele tivesse dentro dos nossos ouvidos, cantando uma canção clássica e romântica; entramos na sintonia e nos desligamos da Terra. O mundo é colorido. O amor então parece fazer sentido, quando antes não fazia. Sintonizamos com nosso eu interior de forma que antes nunca havia ocorrido, e os alaridos que nos repreendiam outrora, estavam trancados em algum lugar, impedidos de penetrar no fluído vibracional de serotonina, pois a sintonia não deixaria, o choque seria imediato. Por esse motivo, enxergamos só as coisas maravilhosas, já que a vibração de felicidade não deixa a vibração infeliz sintonizar.

No entanto, no estado de tristeza o céu está cinza, nossas ideias parecem sempre absurdas em relação ao momento presente; não somos bons em nada. Não queremos entender o que está dentro de nós, por medo. Sair ou ficar? Questionar ou não querer saber? Às vezes sim e outras não. Mas, o mais importante: se você se deixa sentir aquilo que é bom, então porque não se deixa sentir aquilo que não está bom? O mundo não é feito só de amor. Em algumas situações nos deixamos agir por instinto. Nosso corpo quando está doente pensa automaticamente em uma forma de buscar um remédio ou um especialista para se tratar; é a lei da conservação.

É difícil? Claro, somos seres imperfeitos. Não somos capazes de saber de tudo, de influenciar o mundo inteiro, pois nossa capacidade intelectual é limitada. Por vezes, imaginamos que é ilimitada. Esse é nosso defeito. Quando pensamos que estamos controlando uma situação, estamos é controlando o que é do nosso conhecimento, mesmo tendo outras pessoas envolvidas. Pois, só agimos de acordo com o nosso conhecimento de mundo. E o outro tem o conhecimento de mundo dele. As ideias apenas vão se encaixar como um quebra cabeça, e pode ser que o outra tenha a solução que eu não consegui ter. À medida que buscamos, menos sabemos. Sócrates tinha razão quando dizia que: “só sei que nada sei”, uma frase simples, humilde, e verdadeira.

Segundo a Psicologia Moderna, há cinco tipos de conhecimentos: Filosofia, Ciência, Religião, Arte e Senso Comum. Na maioria das vezes não buscamos uma base sólida para entender aquilo que está acontecendo. E o senso comum é simplesmente a fonte das nossas tradições e hábitos do quotidiano, é o conhecimento de base cultural que temos e vivenciamos; é o conhecimento que não exige resposta filosófica, científica, religiosa ou artística. Se estou triste, a filosofia vai me fazer questionar a minha tristeza, e analisar causas e efeitos, a fim de me fazer chegar a um conceito do que eu sinto e como cheguei nesse estágio, e não a uma definição, porque a filosofia é subjetiva. Já a ciência, que é objetiva, vai me levar para terapia, por exemplo, vai me diagnosticar com depressão e me encher de remédios para depressão. Ainda, a religião vai me dizer que eu não tenho fé, nem paciência e nem resignação, que eu não aceito a minha condição atual de vida, e que preciso refletir mais com meu coração. E por fim, a arte vai me dizer que eu preciso sentir a beleza na minha vida, que preciso de uma válvula de escape para expurgar o que penso e sinto em relação ao mundo vivo, através da escrita, da leitura, da música, da pintura e etc.

A vida é um experimento, não importa por qual tipo de conhecimento buscamos as respostas, devido às provações diárias que experimentamos. Pois, com isso é possível crescer e ajustar onde erramos, para melhorar, sempre. Nossos níveis de emoções se elevam e diminuem à medida que nos deixamos sentir o mundo interno e o mundo externo. Não é vergonha nenhuma sair do senso comum e deixar-se aprofundar em si mesmo com o objetivo de conhecer as nossas fraquezas e riquezas. Não temos que basear nossas vidas em simplesmente querer momentos felizes, porque é isso que teremos mesmo, momentos. A vida é constituída de bem e mal, e nós que escolhemos se queremos entender e viver esses dois caminhos a fim de realizar a reforma íntima, ou vagamos por eles pela superfície. Portanto, experimentar a vida no conceito da frase quer dizer vivenciar na alegria e na tristeza o que somos neste lugar tão profundo e imenso que é onde vivemos, e nos deixar sentir de verdade sem ficar procurando culpados, simplesmente viver.; aceitar e entender. Saber conviver com todos os nossos Eus interiores.

Belly Regina
Enviado por Belly Regina em 10/04/2019
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