Relato 10) - Santo Daime: Terra do Sol - Gira de Oxóssi (21/01/2018)

NOTA: Esta igreja fica em Mairiporã-SP (@terradosolreal), tem seus fundamentos na doutrina do Santo Daime, mas não é filiada ao Cefluris (Centro Eclético da Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra). É uma igreja independente

Fomos (eu e a esposa) de carona com a moça que respondeu solicitamente para mim pelo face, já que eu havia tentado ir sozinho e não achei o lugar.
Fomos até o metrô Penha e de lá pegamos um ônibus para a praça 8, no Taboão.
Chegamos lá às 08:30, bem no horário, pois ela tinha marcado com a gente às 08:00 e com outro amigo às 08:30.
Simples e lutadora a moça. Ela não é fardada, mas tem vontade. Sempre chega mais cedo para ajudar no trabalho.
O outro amigo é fardado do Céu de Maria.
O caminho que ela seguiu é o mesmo do Google Maps, sendo que são 10 km de estrada de terra, mas a estrada não é tão ruim.
Dirige bem ela, tanto na estrada quanto na terra. Corajosa ( e muito protegida ) a menina
No caminho passamos perto de uma cachoeira (cachoeira da Cacéia), que ela fez questão de nos mostrar. Linda a cachoeira. Tiramos algumas fotos.

Chegamos na igreja por volta das 10:00. Paramos o carro perto do local, pois ela disse que se descer até lá embaixo fica difícil para subir se chover ( e choveu )
A igreja é pequena, aproximadamente metade do Céu de Maria.
Fomos apresentados ao padrinho Gê Marques, que informou que é norma da casa que para ir na gira teria que ter feito um trabalho com daime antes, na casa.
A moça pediu desculpas e disse que não sabia desta informação.
Também não levei a anamnese preenchida, achei que lá teria. Mas não tinha, talvez por ser dia de gira.
Ele disse que poderíamos participar da gira, após uma entrevista. Praticamente fez as perguntas que tem na anamnese. Eu disse que participei na umbanda por 2 anos, que já havia ido na Madrinha Natalina (que também trabalha na linha da Umbanda com Daime).
Eu disse que estávamos disponíveis para ajudar no que fosse preciso e fomos indicados para outro irmão ( esqueci seu nome ) para fazermos 25 feixes de umas 10 ervas que estavam em uma lona.
Feito isto, aguardamos o início do trabalho.
Compramos dois hinários, um para mim e outro para a esposa A contribuição para o trabalho foi de 65 reais por pessoa.
O padrinho informou que estava aberto o daime, e que ficaria aberto durante todo o trabalho.
Tomei o daime, copo cheio.
Os músicos se posicionaram e iniciou-se o trabalho bailado (uns 10 hinos) .Cantei todos, inclusive “Fui firmar meu ponto no céu do mapiá…”
Depois o padrinho pediu para todos se afastarem umas quatro fileiras, pois iria começar a gira.
Os instrumentos deram lugar aos tambores, mas a esta altura eu já não conseguia mais cantar.
Gira de umbanda mesmo, com palmas de umbanda, incorporações na roda.
Quando vi que ia ceder a consciência eu sentei. Aí enjoei um pouco, os sons iam sumindo, senti o coração acelerando, o corpo perdendo a sensibilidade e incorporei uma força que devia ser Oxóssi, pois se comportou como se fosse o comandante daquele trabalho.
O centro da gira era tomada por irmãos incorporados. Alguns dando passes nos outros irmãos.
Começou a chover e alguns estavam na chuva, incorporados.
Em algum momento uma criança brincava, e esta consciência que estava comigo sorria, depois voltava a ficar sério, concentrado. Fez isto várias vezes.
Em outro momento um trovão fez-se ouvir, neste momento ele olhou para cima e sorriu.
Comandou com entusiasmo os pontos e cânticos conduzidos com primor pelos puxadores e ogãs.
Em um outro momento o padrinho fez uma pausa. Seriam estendidos corredores de folhas e as pessoas iriam passar por uma limpeza.
Eu de olhos fechados sentia o pescoço girar, acompanhando os irmãos passando no corredor. Por vezes incentivava o irmão que estava passando, principalmente ao entrar ou sair do corredor.
Teve um momento em que ele ficou bastante feliz. Eu quis abrir os olhos para ver quem ia entrar, mas não consegui.
Quando a força foi diminuindo eu abri os olhos e vi a esposa lá fora, procurando a bolsa. Como eu estava bem consciente, fui em seu auxílio. Ela estava bem lenta e feliz, por causa do daime.
Comemos umas bolachas e fui com ela ao banheiro, pois ela estava com a consciência bem lenta.
Depois fui tomar mais daime. Meio copinho.
O padrinho interrompeu a gira para falar. Falou por uns 15 minutos, mas eu continuei de olhos fechados.
A dinâmica era uma pessoa fazer uma pergunta para outra, conhecida ou não. Mas quem respondia era “o padrinho”.
Bem instruído “o padrinho”. Respondeu com perfeição à pergunta sobre iluminação.
Como eu havia acabado de tomar o daime, não me senti em condições de participar.
Depois ele parou mais uma vez, para falar. Falou por uns 15 minutos novamente.
Era chamada de boiadeiros agora e meus pés bailaram, senti calafrios, tremedeira, mas não fui suficientemente tomado pela força do boiadeiro para ir ao centro da gira.
Eu mentalmente me permiti ir para o centro da gira, se assim fosse desejado pela condução do daime, mas não fui.
Não sei se algo dentro de mim estava com vergonha, ou se esta é uma linha na qual eu não trabalharia.
Mas senti que tinha perdido uma boa oportunidade de aprender.
Em algum momento o padrinho falou que o daime iria ficar aberto por mais 10 minutos apenas. Eu havia acabado de tomar a terceira meia dose.
Cantou-se para a subida dos caboclos e a gira terminou. Eu ainda bastante atuado por esta força.
Todos ajoelharam-se, inclusive eu, encostando (sem encostar) a cabeça no chão. Esta posição favoreceu a saída quase total da força.
Voltaram os músicos para o centro da igreja.
Neste momento eu saí do transe e me posicionei para bailar.
Foram uns 10 hinos aproximadamente, os quais bailei sem problemas.
Trabalho terminado, a esposa meio aérea. Eu estava bem.

22/01/2018 – Segunda, dia seguinte ao trabalho
Passei o dia todo estranho, sentia que algo iria acontecer. Sempre que o trabalho vai continuar no dia seguinte ao daime eu sinto isto.
Por volta das 12 horas perguntei para a esposa como ela estava.
Ela disse que estava com dor nas costas. Muita dor.
Aí eu fui procurar os sintomas da febre amarela. Vi que um dos sintomas era dor nas costas. Às 12:30 ela disse pelo zap que ia deitar para ver se melhorava. Fiquei preocupado.
Aí perto das 13:00 eu senti uma atuação irresistível: meus dentes cerraram muito forte e meu rosto ficou sisudo. Mal consegui dizer para a minha colega que eu não iria almoçar.
Mas eu estava com muita fome e precisava comer.
Saí depois que todos foram (atuado, com os dentes cerrados e sisudo) para comer qualquer coisa na lanchonete da frente, mas acabei indo para um padaria que tem comida por quilo.
Comecei a escolher o que comer: rúcula com tomate seco, berinjela, cenoura e beterraba raladas. Ia pegar o macarrão mas estava muito mole. O rondeli estava feio. Peguei um monte de carne (cupim).
Sabendo que estava atuado por alguma força, disse que confiava neste poder, mas precisava comer, pois meus dentes estavam cerrados.
Comecei a comer e senti que não era eu mastigando, pois mal a comida (primeiro as saladas) caia na boca “eu” começava a mastigar forte.As carnes comi com prazer, mastigando forte também.
Sabia que ali estava sendo feito um trabalho.
Quando ia pagar, errei a senha e cancelei a operação (botão vermelho) ao invés de apertar o amarelo (corrigir). Vi um doce e pensei em pegar, mas não peguei. O caixa colocou novamente o valor e antes de digitar a senha eu pedi o doce ( cocada gourmet).
Fui comendo a cocada com muita vontade e quando estava descendo tinha um morador de rua estirado na calçada dormindo. Depois que passei por ele ele se sentou e pediu um pedaço “deste quitute???” (um morador de rua falar assim???).
Quitute substantivo masculino – comida refinada; acepipe, petisco.
“Me aproximei”, “me abaixei” e meio que em reverência a ele lhe dei o restante do doce (sabemos que aqui também foi feito um trabalho).
Continuei andando, sem olhar para trás, de um jeito muito esquisito, com o pescoço meio virado para o lado, ainda atuado por esta força.
Quando fui chegando no meu trabalho perguntei? “Não era eu que estava comendo assim né?” Ele riu e fez com a cabeça que não.
Perguntei? “É um exú?”. Ele riu mais por dentro do que por fora e disse? “O que voce acha?”. Eu disse que sabia que era um exú.
Perguntei seu nome e ele disse “Um dia te conto”. Perguntei se tivemos o livramento. “Ele riu (mais por dentro do que por fora) e disse que sim. Aí eu chorei e ele se foi.
Temos muito a aprender com este ser divino, muitas vezes incompreendido, que ao mesmo tempo que nos dá o livramento, nos traz a aflição.
Ele é o intermediário do Pai para nos ajudar e nos corrigir quando preciso, conforme o nosso merecimento. Por isto dizem que “tanto faz o bem quanto o mal”. Exú é amoral. Não sabe distinguir isto. Age sempre dentro da LEI. Salve Exú de Lei.
Entendi então que todos fazem parte da grande orquestra divina: Exú, anjos,arcanjos, deuses indús, egípcios,orixás, devas, elementais da natureza e outros…
Só para lembrar: A diferença entre imoral e amoral é que o indivíduo amoral não tem conhecimento das normas morais, e por isso o seu comportamento não é moldado de acordo com a moralidade. Por outro lado, aquele que é imoral tem conhecimento das regras da moral, mas mesmo assim pratica atos que são repudiados pela maioria …
Neste mesmo dia (segunda, 22/01/2018) , na meditação este Exú veio, e falou pela minha boca algumas coisas, mas como depois vieram outras consciências, não lembro bem o que ele disse.
Depois foi bem estranho para mim: sempre confio neste poder que Deus nos dá e me entrego.
Foi mais de uma hora canalizando e fiquei com muita dor de cabeça.E depois, nem me lembro bem quem disse o que, por isto vou colocar os assuntos aqui independente da consciência que falou.
Minha boca foi para frente, e ficou como é a boca daqueles insetos tipo louva-a-deus.
Aí comecei a canalizar. Este ser dizia: “É assim que você é na verdade. Não é tão bonito ( rindo ).”
“Você vai saber reconhecer outros dos seus.”
“Sim você está canalizando. “
“Esta informação tem que chegar às pessoas.“
“Você está aqui para trazer luz e informação ao planeta, com aquele trabalho ( Cura Reconectiva ) ao qual você já está envolvido, só que em um nível totalmente diferente. Você vai acessar o amor puro destas frequências.“
“Temos orgulho de você.“
“Você é um mestre ascenso.“
“Você veio implantar uma nova ordem mundial.“
“Você é um novo humano. Como você há poucos no mundo.“
“Não precisa ficar lembrando tudo o que foi falado, pois tudo está registrado no akasha e você pode acessar quando quiser.“
“Vão falar que você vai perder dinheiro, que vai perder amigos, mas siga em frente. Estamos aqui para ajudá-lo no que for preciso.“
“Você é um novo humano. Um entre muito poucos, por isto, se prepare.“
No meio disto tudo eu pedi ajustes em meu corpo físico, mental e espiritual para seguir nesta missão.
Ele acrescentou “Não se envergonhe. O que vocês dois (eu e a esposa) fazem é bonito.
“Nós nem os vemos em forma física. Nós os vemos em padrões de energia e quando vocês fazem isto liberam luzes de todas as cores.
Isto é bom para vocês. É natural no seu plano”
Acho que ele estava falando de sexo, mas eu nem estava pensando nisto. Bom, sei lá, rs.
Falou bastante também sobre o ego. Para eu tomar cuidado com ele, que o ego também quer ascender, mas tem muito medo pois ele é assim desde éons.