Relato 5) - Santo Daime: Céu de Maria - Trabalho de Concentração (15/07/2017)
Trabalho inteiro sentado nas cadeiras, com alguns hinos em pé e uma parte em silêncio, sem hinos.
O trabalho começou por volta das 21:30, logo nos primeiros hinos abriu-se para tomar a primeira dose do daime. Era aquele daime escuro, mais forte.
Meia hora depois comecei a sentir a força e ao fechar os olhos via imagens geométricas e cores.
Comecei a ouvir a voz de mulheres rindo e chamando docemente “Vem”. Senti medo pois era uma energia estranha.
Aí a força veio com tudo e eu relutando em sair do corpo devido ao medo antes mencionado. Tive que sair da corrente, pois desta vez enjoei e senti que iria vomitar mesmo.
Como não tinha condições de ir sozinho lá para fora, pedi auxílio ao fiscal. Assim que ele chegou peguei no braço dele e fui para fora.
Falei para o irmão que eu precisava vomitar, mas não queria atrapalhar o trabalho ( eu e esta mania exagerada de não querer incomodar os outros )
Ele me levou até mais adiante,em um um gramado e sentei, nem ânsia tive, apenas aquele enjoo mesmo. Ali mesmo me segurei para não sair do corpo e ficar ali no frio.
Em pensamento e até falando baixo eu dizia: “Isto não é normal, o véu não pode ser retirado de uma vez. Eu não estou preparado para isto. Como vou viver sem este véu? E se eu nunca mais voltar para o corpo, ficar em coma. Não venho aqui nunca mais. Não preciso passar por isto, estou bem no meu caminho”. Mas vinham também “pensamentos” do tipo “E sobre tudo o que você leu e defende, que voce não é este corpo, que você é uma bela alma que passeia pelo Universo…”
Levantei trôpego e fui para perto da igreja onde um irmão vomitava todas as suas entranhas.
Sentei em outra cadeira e fiquei ali por um tempo. Logo o irmão que despacha o daime veio e me disse: “Seu lugar está reservado lá, você lembra onde estava sentado?”
Eu disse a ele que não queria sair do corpo. Ele disse “O melhor a fazer é ir lá, tomar daime e sair de uma vez”.Mas eu não fui.
Um pouco antes de começar a defumação eu voltei ao salão, indo sozinho.
Ainda estava um pouco sob o efeito da força, mas mais leve. Não saí do corpo.
O trabalho foi chegando ao fim.
Em casa, ainda sob o efeito da força, em algum lugar entre o céu e a terra tive um lampejo:
Tenho uma gratidão muito grande à pombogira Maria Padilha, pois ela me ajudou a decidir um momento crítico da minha vida, e eu não tive oportunidade de agradecê-la.
Dias antes do trabalho eu havia em pensamento pedido que, se fosse permitido, ela fosse para a dimensão para onde eu vou quando a força chega, para eu agradecê-la
Era dela e das demais pombogiras as risadas e por isto a energia mais pesada, pois elas atuam em uma frequência muito próxima à do ser humano. Muito denso mesmo.
Por isto fiquei com medo.
Fui deitar e chorei, pedindo desculpa por ter tido medo e agradecendo a ela por ter me ajudado naquele momento crítico.
Estou procurando uma casa que consagre o daime mas onde eu possa ficar a vontade para me entregar à condução deste ser divino, sem ficar me preocupando se estou incomodando os irmãos, sem ter que sair da corrente. Do jeito que está estou perdendo o momento mais forte e mais bonito da força..
Acho que achei esta casa. Trata-se do Caminho Sagrado em Parelheiros, casa mais voltada para o Xamanismo
Dia 27 tem trabalho de São Miguel no Céu de Maria e dia 05/08 tem roda da medicina no Caminho Sagrado.
Até lá decido o que fazer, mas sei que quero continuar a evolução com o santo daime.