Relato 2)- Santo Daime: Céu de Maria - Trabalho de São Miguel (27/05/2017)
Trabalho todo sentado nas cadeiras, com alguns hinos em pé
Aproximadamente uma hora após a primeira dose do daime, comecei a sentir o corpo perdendo o peso e a sensibilidade do lado esquerdo do corpo, como aconteceu na primeira vez.
Só que desta vez a perda de sensibilidade foi se acentuando, se espalhando pelo lado direito também.
Em determinado momento perdi totalmente a sensibilidade do corpo e ao fechar os olhos mergulhei em um turbilhão de cores e figuras geométricas e os hinos pareciam cantados por mil vozes. Acho que saí do corpo naquele momento.
Fiquei enjoado e tive que sair para fora por um tempo. Saí meio cambaleante, mas firme, sem precisar de amparo dos fiscais.
Não vomitei, quando começou a defumação no salão eu voltei.
O trabalho continuou e entre estas oscilações de vibração de um plano para o outro, quando consegui ficar relaxado fui tomar a segunda dose do daime.
Voltei a sentir leveza e perda da sensibilidade a partir do lado esquerdo do corpo até ficar somente o braço direito sensível.
No hino abaixo, de olhos fechados, saí totalmente e de uma vez do corpo e olhando para cima vi a minha mão direita levantada com uma grande espada de fogo e a vi fazer um golpe lateral e com os olhos ainda fechados vi uma grande onda de fogo percorrer o salão inteiro.
“Hino: CHAVE DA JUSTIÇA
Eia, vem aqui no meio
Vem aqui com o relho
Eia eu vou chegar
Viva São Miguel que veio
Veio abrir a banca
Lá dos Orixás
Eia, São Miguel que veio
Com balança e espada
Veio pra avisar
Que Jesus Cristo é o dono
Aqui desse terreiro
E é para se entregar
Eia, São Miguel que veio
Balançando a tropa
Veio dominar
Peia pra quem é rebelde
O fiscal que veio
Foi para apurar
Salve o meu Mestre Império
Que nesse Cruzeiro
Bem firmado está
Deu para São João na terra
A chave da justiça
No Santo Daime está”
Voltei ao corpo por um instante apenas e saí novamente. Os hinos falavam de Jesus Cristo e senti em todo o meu ser o seu amor e sua luz.
O hino seguinte chamava a força de Ogum, ele fechou a minha cara como um soldado e senti esta força enorme me envolver.
Ainda fora do corpo comecei a ouvir uma voz de outra consciência ( se é que se pode dizer voz neste plano, rs)..
Ela me falou “Sim, você é esta luz e este amor que está sentindo. Não se preocupe com o corpo, a mente cuida dele. É só o que ela saber fazer” . E riu.
Pedi a ela para ver o meu corpo. Por trás e de uma perspectiva acima da cabeça física, o vi sentado tremendo de frio, mexendo um pouco as pernas ( as quais eu não sentia ).
Esta consciência disse também “Não precisa mais ler livro . Você já entendeu tudo. Apesar das suas mazelas você é esta luz e este amor que está sentindo.” E senti todo o meu ser ser preenchido de luz e amor.
Em algum canto do ser (pois a mente estava com o corpo), quis perguntar se o daime era um bom caminho. Ele me disse ” Não tem o que perguntar. Ele ( o daime ) não te trouxe aqui?”
Ele me passou ainda muitas orientações, das quais pouco me lembro, pois foi como em um sonho, já que ouvi em espírito, não com a mente. Como em um sonho, você lembra pouca coisa do que sonhou pois a alma vai, mas a mente fica.Voltei e era hora de um hino em pé. Fiquei em pé e de olhos abertos e ao olhar para as mãos em cima da cadeira da frente percebi que não estava no corpo.
Tentei mexer as mãos, talvez as tenha mexido espiritualmente sei lá, mas fisicamente elas permaneciam inertes.
De volta ao corpo sentei e feliz, rindo, abaixei a cabeça e coloquei a mão no queixo. Nesta posição mesmo saí de novo, mas voltei, pois não queria ficar nesta posição estranha, rs
Chegando ao final do trabalho eu fui voltando aos poucos, sem sair mais.
Bom, foi isto. O trabalho foi das 21:00 às 03:00, das quais pelo menos metade eu estava exclusivamente no mundo espiritual.