Minha primeira gravidez
Era uma vez uma jovem livre, independente e de opinião formada. Aceitava e cumpria regras para se adequar à sociedade, porém, não se importava muito com o que os outros pensavam. Ouvia opiniões e conselhos de quem lhe fazia bem, de quem lhe causava respeito e admiração, do resto, apenas escutava, mas não ouvia.
Com a vida emocional resolvida, com a amorosa feita e com a financeira aos trancos e barrancos como qualquer jovem de quase-trinta.
Tinha seus sonhos e tinha o seu cumplice de sonhos: o noivo.
Compraram casa, planejavam casamento e todas os outros clichês que um casal da geração Eduardo e Mônica sonhava.
E, quando menos esperavam, ou, quando menos achavam que não iria, não poderia e não aconteceria, ACONTECEU. O teste de gravidez deu POSITIVO.
Entre todas as alegrias momentâneas unânimes a ficha caiu. Junto com a sementinha do ventre, nascia também uma mãe, um pai, tios e tias e, claro, os avós.
Presentes surgiram, apostas foram feitas, pitacos foram dados e, o terror das mamãe chegou: as opiniões.
Por que raios ninguém lembra que a mãe precisa de paz, amor e sossego para gerir um filho?
Por que interessa tanto a um semidesconhecido o tipo de parto escolhido?
Por que faz tanto bem a um ente nem-sempre-querido dizer que são os hormônios o motivo da ira de uma gravida e não a sua falta de noção ou o excesso de intromissão.
Você, seja lá quem for da gestante, pense antes de abrir a sua boca e magoar, maltratar ou querer ensinar o que a gestante deve ou não fazer. Assim, provavelmente os hormônios que você mesmo plantou nessa pobre gestante, não irão ser o problema de uma crise de nervos.