VERMELHO, SEMPRE O VERMELHO
 
DESDE CRIANÇA aprendi que o vermelho é a cor do perigo. Se fosse passear pelo campo, em algum sítio ou fazenda, nunca vestiria vermelho, pois segundo os mais velhos, a cor acabaria atraindo vacas e touros e isso só implicaria em confusão e perigo.

DEPOIS, já no ginásio, aprendi que o comunismo era vermelho, pois quando se referiam à União Soviética e seus assemelhados sempre mostravam uma bandeira vermelha. Nesse tempo, a primeira ideia de comunismo que tive foi em relação a posses: se você tivesse uma casa com varanda, todos teriam igual, se você tivesse um trator, todos teriam também e assim por diante. Vivíamos, naquele tempo, o período histórico chamado guerra fria e nós ocidentais e aliados aos Estados Unidos da América, temíamos os países vermelhos que mostravam a sua garra em forma de foice e de martelo e que se escondiam atrás de uma cortina de ferro. Foi o tempo dos grandes espiões e mirabolantes casos de espionagem, que inspiraram apaixonantes histórias e espetaculares filmes de ação e aventura.

O TEMPO PASSOU. A cor vermelha foi, aos poucos, ganhando a simpatia de muitos daqueles que a temiam no passado, inclusive eu. E de acordo com os conceitos e significados ela passou a ser vista como a cor da paixão, da energia e da excitação. Uma cor quente que estava associada ao poder, à guerra, ao perigo e à violência. Mas a cor do elemento fogo, do sangue e do coração humano!

NO ENTANTO, nestes tempos de falência da elite política, de desgovernos e roubalheiras, a cor vermelha teve o seu esplendor nas bandeiras de alguns partidos de esquerda, que se preocuparam mais em encher os seus cofres do que governar, jogando o país num precipício sem fim. E agora? Agora, só me resta voltar ao doce tempo da infância, onde o perigo sempre vinha indicado com a cor vermelha...

 
Maringá, Inverno de 2017.
 
Benevides Garcia
Enviado por Benevides Garcia em 14/03/2019
Reeditado em 14/03/2019
Código do texto: T6598180
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